A taxa de juros real nada mais é do que a rentabilidade de uma aplicação ou produto financeiro após descontado o efeito da inflação do período. Ela é importante para saber se o investimento gera ganhos acima da perda do poder de compra e direciona decisões de composição de uma carteira de acordo com cenário econômico, tornando os portfólios menos ou mais inclinados à Renda Fixa ou à Bolsa de Valores.
Este artigo é mais um passo da sua educação financeira rumo ao enriquecimento. Hoje, conheceremos a taxa de juros real. Se você já se perguntou como calcular esse valor ou como investir de acordo com ele, está no lugar certo.
A taxa de juros real é um conceito fundamental no campo das finanças, sendo vital para o seu enriquecimento acima da inflação.
Neste conteúdo, vamos explorar o significado da taxa de juros real, entender sua importância para a tomada de decisões financeiras inteligentes e descobrir como calculá-la. Vamos lá?
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O que é a taxa de juros real?
A taxa de juros real é um conceito fundamental no mercado financeiro e no universo dos investimentos.
Ela é a taxa de retorno ajustada pela inflação, ou seja, o rendimento, de fato, real do dinheiro. Isto é, quanta riqueza foi gerada além do que o patrimônio foi impactado pela inflação.
Em outras palavras, representa o quanto um investimento ou aplicação financeira rendeu acima da inflação.
Então, compreender a taxa de juros real ajuda a tomar decisões mais acertadas, pois ela permite avaliar o verdadeiro ganho ou perda de valor em um investimento.
Afinal, caso nenhum ativo conseguisse gerar ganhos reais, bastaria alocar seu patrimônio em uma aplicação atrelada à inflação, como o Tesouro IPCA ou o Tesouro RendA+, por exemplo.
Essa diferença é ainda mais relevante no longo prazo, uma vez que em períodos mais estendidos, você poderia ganhar muito mais com o poder dos juros compostos se a taxa real não fosse deteriorada pela inflação.
Portanto, investir de acordo com a taxa de juros real protege o poder de compra do dinheiro e maximiza seu enriquecimento.
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Qual é a taxa de juros real no Brasil hoje?
Nos últimos mês, os juros reais no Brasil tiveram os seguintes valores:
Mês | Selic | IPCA de 12 meses | Juros reais |
---|---|---|---|
nov./2024 | 10,84% | 4,87% | 5,69% |
out./2024 | 10,97% | 4,76% | 5,93% |
set./2024 | 11,05% | 4,42% | 6,34% |
ago./2024 | 11,20% | 4,24% | 6,68% |
jul./2024 | 11,50% | 4,50% | 6,70% |
jun./2024 | 11,68% | 4,23% | 7,15% |
mai./2024 | 11,99% | 3,93% | 7,76% |
abr./2024 | 12,32% | 3,69% | 8,32% |
mar./2024 | 12,35% | 3,93% | 8,11% |
fev./2024 | 12,73% | 4,50% | 7,88% |
jan./2024 | 12,86% | 4,51% | 8,00% |
Juros reais x nominais: qual é a diferença?
Para não criar mais confusão, também esteja atento às diferenças entre as terminologias “real” e “nominal”, quando nos referimos às rentabilidades das taxas de juros.
Em resumo:
- Juros nominais: são taxas divulgadas pelos bancos e instituições financeiras sem considerar a inflação. Ou seja, é o que está escrito no contrato ou na descrição do investimento sobre sua rentabilidade, uma vez que a inflação do período da aplicação só será conhecida no futuro.
- Juros reais: são os juros reais ajustados após o efeito da inflação do período. Então, é o valor da rentabilidade, menos a taxa de algum índice de preços (como o IPCA) durante o prazo em que o seu dinheiro esteve aplicado.
Assim, os juros nominais podem iludir investidores sobre a rentabilidade, pois não levam em conta a perda de poder de compra ao longo do tempo, enquanto os juros reais fornecem uma visão mais precisa dos ganhos ou perdas reais de um investimento, considerando o impacto inflacionário.
Qual é a taxa de juros real histórica do Brasil?
Frequentemente, os juros reais brasileiros são pauta dos principais noticiários econômicos. Em 2023, dado o atual patamar da Selic, o Brasil voltou a ter a maior taxa real do mundo.
Historicamente, qual é o valor da taxa de juros real do Brasil? É isso que podemos constatar no gráfico abaixo.
Por ele, podemos estudar os momentos históricos em que o rendimento real foi positivo ou negativo. Observe:
Taxa Selic x juros reais: elas são a mesma coisa?
A taxa Selic e a taxa de juros real não são a mesma coisa, e é essencial compreender essa diferenciação ao escolher os melhores investimentos do mercado.
A taxa Selic é a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. Ela influencia as demais taxas de juros praticadas na economia e serve como referência para diversos investimentos, além de ser o principal mecanismo de combate à inflação.
Já a taxa de juros real é a taxa de retorno de qualquer investimento (atrelado à Selic ou não) ajustada pela inflação, representando o rendimento real do investimento.
Estar atento a essa diferenciação é fundamental porque a taxa Selic não considera o impacto da inflação, o que pode distorcer a percepção dos investidores sobre o verdadeiro ganho de seus investimentos.
Observe a movimentação da Selic e do IPCA, o nosso índice de inflação brasileiro nos últimos anos:
Como calcular os juros reais?
Portanto, como dissemos anteriormente, para descobrir o valor dos juros reais, precisamos conhecer a inflação do período e descontá-la da taxa nominal.
Tenha atenção que não é apenas subtrair o valor do IPCA, mas usamos um pequeno truque e uma fórmula simples.
Matematicamente, o cálculo é assim:
r = [(1+i) ÷ (1+ )] – 1
Em que:
- r: valor da taxa de juros real
- i: valor da taxa de juros nominal
- : inflação (IPCA) do período
Lembre-se de sempre colocar as taxas na mesma base, isto é, diária, mensal ou anual.
Por exemplo: considere uma taxa de juros nominal (i) de 10% ao ano e que o IPCA ( ) desse mesmo ano foi de 5%. Logo:
r = [(1+0,1) ÷ (1+0,05)] -1
Taxa de juros real = 0,04762
Em termos percentuais, obtemos uma taxa real de 4,762% no ano em questão.
Agora, podemos conhecer o ganho real de qualquer aplicação, como a Poupança, uma das mais populares no Brasil.
Note, no gráfico abaixo, como os juros reais da caderneta se mostraram um investimento ruim, especialmente nos últimos anos:
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Como a taxa de juros real impacta seus investimentos?
A esse ponto da leitura, você já deve ter imaginado quais são os impactos nos seus investimentos e alguns deles até mencionamos no decorrer do artigo.
Em resumo, os principais impactos da taxa real de juros na sua carteira são:
- Poder de compra: afeta o poder de compra dos investimentos, pois leva em conta a inflação, preservando ou diminuindo o valor real ao longo do tempo.
- Perda de valor no longo prazo: investimentos com taxas de juros reais negativas podem resultar em perda de poder de compra ao longo do tempo, já que o rendimento não acompanha a inflação.
- Investimentos mais conservadores: uma taxa de juros real alta pode incentivar investimentos em ativos de Renda Fixa, como títulos do governo, que oferecem retornos mais atrativos.
- Investimentos mais arriscados: também influencia os investimentos em Renda Variável, como ações. Quando a taxa real está baixa, os investidores tendem a buscar opções com retornos potencialmente mais elevados.
- Padrão de vida na aposentadoria: ao analisar investimentos de longo prazo, como previdência privada ou planos de aposentadoria, é essencial considerar a taxa de juros real para garantir que o dinheiro investido preserve seu poder de compra até o resgate.
Logo, a taxa de juros real é um indicador importante para tomar decisões de investimento informadas, levando em consideração a expectativa de inflação e buscando maximizar os retornos reais.
Como investir de acordo com os juros reais?
Agora que você sabe o que é esse conceito e como analisá-lo, como tomar decisões de investimentos mais acertadas em cada cenário. Via de regra, o mercado tende a se comportar da seguinte maneira:
Juros reais altos | Juros reais baixos |
---|---|
Quando os juros reais estão altos, investidores tendem a buscar produtos de Renda Fixa, como títulos públicos ou CDBs, que oferecem retornos mais atrativos e maior estabilidade. Além disso, investimentos em Fundos Imobiliários ou nas ações podem ser menos atrativo, pois o custo de oportunidade da Renda Fixa é maior. | Quando os juros reais estão baixos, investidores podem direcionar seus recursos para investimentos de maior risco e potencial retorno, como ações, FIIs, ETFs, BDRs ou até mesmo empreendimentos próprios. Esses investimentos têm a possibilidade de gerar retornos mais elevados, considerando que o custo de oportunidade de investir em Renda Fixa é menor. |
É importante ressaltar que essas são apenas tendências gerais, e cada investidor deve avaliar seu perfil de risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento antes de tomar decisões.
A diversificação da carteira também é fundamental para mitigar riscos e aproveitar oportunidades em diferentes cenários econômicos.
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