Hoje, apesar da desaceleração, o PIB da China é de US$ 17,95 trilhões, sendo a 2ª maior economia do mundo. Para 2023, o governo chinês espera um crescimento de 5% no PIB do país. Já o PIB per capita da China, em 2022, é de cerca de US$ 12.417,64, bem abaixo dos US$ 70.248,63 registrados nos EUA.
O PIB (Produto Interno Bruto) da China tem crescido a taxas impressionantes nas últimas décadas, tornando o país uma potência econômica global. Como resultado, muitos investidores têm se perguntado como esse crescimento pode impactar seus investimentos e se vale uma exposição de parte de suas carteiras ao gigante asiático.
Afinal, a economia chinesa está fortemente interligada ao mercado global e influencia os preços de diversas commodities e setores em todo o mundo.
Neste conteúdo, iremos explorar como o crescimento do PIB da China pode afetar seus investimentos e o que os investidores devem considerar ao investir em empresas com exposição à economia chinesa. Vamos lá?
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Qual é o valor do PIB da China hoje?
Antes de falarmos sobre os investimentos em si, precisamos conhecer melhor qual é o PIB da China e a sua composição. Dessa forma, vamos entender melhor como a 2ª maior economia do mundo gera riqueza.
Em 2022, o PIB da China cresceu 3% e chegou a aproximadamente US$ 17,95 trilhões.
Contudo, essa cifra ficou abaixo da meta oficial do governo do país para o ano (5,5%) e representou uma grande desaceleração comparando com 2021, quando cresceu 8,4%, de acordo com dados do National Bureau of Statistics of China (NBS).
Esse foi o segundo pior resultado em quase 50 anos, perdendo apenas para os 2,2% de 2020 (ano da pandemia), uma vez que o país foi enormemente impactado pela política restritiva do Covid-zero.
Somado a isso, a crise no mercado imobiliário chinês, o esfriamento das economias europeia e americana, as políticas monetárias contracionistas mundo afora, além do conflito Rússia-Ucrânia contribuíram para o menor crescimento.
Ainda assim o crescimento do PIB da China é bastante expressivo quando observado no longo prazo. Observe no gráfico a seguir:
Apesar dos avanços, a China enfrenta desafios, como a dependência excessiva do setor imobiliário para o crescimento e a reversão da pirâmide etária, decorrente da política do filho único.
A divisão da contribuição no PIB chinês se dá pelos 7,3% indústria primária (agricultura e recursos naturais da terra ou do mar), 39,9% da secundária (indústria) e 52,8% da terciária (setor de serviços).
Qual é o PIB per capita da China?
O PIB per capita é uma medida do Produto Interno Bruto de um país, dividido pelo número de habitantes. Ele é frequentemente utilizado como um indicador do bem-estar e enriquecimento da população de um país, pois reflete a produção de bens e serviços por pessoa.
Em 2022, o PIB per capita da China mostrou desaceleração, crescendo 3,0% e somou 85.698 yuans (cerca de US$ 12.417,64), disse o NBS.
Observe, na tabela a seguir, a evolução dos PIBs per capita de China, Brasil e EUA nos últimos anos.
Ano | PIB per capta da China (US$ por ano) |
PIB per capta do Brasil (US$ por ano) |
PIB per capta dos EUA (US$ por ano) |
2021 | 12.556,33 | 7.507,16 | 70.248,63 |
2020 | 10.408,67 | 6.794,49 | 63.530,63 |
2019 | 10.143,84 | 8.845,26 | 65.120,39 |
2018 | 9.905,34 | 9.121,08 | 62.823,31 |
2017 | 8.816,99 | 9.896,68 | 59.907,75 |
2016 | 8.094,36 | 8.680,77 | 57.866,74 |
2015 | 8.016,43 | 8.783,22 | 56.762,73 |
2014 | 7.636,12 | 12.071,16 | 55.123,85 |
2013 | 7.020,34 | 12.258,50 | 53.291,12 |
Fonte: Banco Mundial
Por que o PIB chinês cresce tanto?
O crescimento econômico da China nas últimas décadas tem sido notável, tornando-se a 2ª maior economia do mundo.
Esse sucesso se deve em grande parte às reformas econômicas iniciadas na década de 1970, que abriram a economia chinesa para o mundo e incentivaram investimentos estrangeiros.
Desde então, a China adotou uma política econômica orientada para o mercado, com ênfase na industrialização e exportação de bens manufaturados, além de investimentos pesados em infraestrutura e educação.
A mão de obra abundante e relativamente barata da China também contribuiu para sua competitividade no mercado global. Com o tempo, o país se tornou um centro de produção global e um importante destino para investimentos externos.
Veja, no gráfico a seguir, a taxa de crescimento anual do PIB da China e do PIB mundial.
Qual é a tendência para o PIB da China nos próximos anos?
A principal tendência é de que, mesmo com a desaceleração, e, segundo algumas projeções, a China deve ultrapassar a economia americana em 2028, o que seria 5 anos abaixo do previsto pelo Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês).
Ainda na Ásia, espera-se que a Índia supere a economia do Japão e passe a rivalizar de modo ainda mais forte com os chineses.
Para 2023, o governo chinês estabeleceu uma meta de crescimento de “cerca de 5%” para 2023, de acordo com o relatório de trabalho do governo do primeiro-ministro Li Keqiang. O país segue implementando políticas de estímulos internos e de atração de investimentos para reverter o resultado de 2022 e voltar a potencializar o seu PIB.
Como a China influencia o crescimento de outros países?
Na ilustração acima, percebemos que o crescimento mundial depende muito do crescimento chinês, pois a economia chinesa é uma das maiores do mundo e tem grande impacto na economia global.
A China é um importante produtor e exportador de bens manufaturados, como eletrônicos, maquinários e produtos têxteis, o que significa que muitos países dependem de sua produção para abastecer seus mercados domésticos.
Além disso, a China é o maior importador mundial de matérias-primas, como minério de ferro, cobre e petróleo, e seu consumo desses recursos é um fator importante na economia global.
Como resultado, uma desaceleração ou crise na economia chinesa pode ter um impacto significativo nos mercados financeiros e na economia global.
Em resumo, a performance econômica da China impacta os países principalmente por:
- Exportação de bens manufaturados: a China é um importante produtor e exportador que abastecem mercados em todo o mundo. Isso pode estimular a economia de outros países que dependem dela para suprir seus mercados domésticos.
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Consumo de matérias-primas: a China é o maior importador mundial de commodities, como minério de ferro, cobre e petróleo. Seu consumo desses recursos é um fator importante na economia global, pois influencia os preços e a produção desses bens em todo o mundo.
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Investimentos estrangeiros: é um importante destino para investimentos em setores como tecnologia, infraestrutura e energia.
-
Política cambial: o governo chinês mantém um controle rígido sobre sua política cambial, o que pode influenciar as exportações e importações de outros países.
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Investimentos em infraestrutura: investe pesadamente em infraestrutura em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento.
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Integração na economia global: a China se integrou à economia global de várias maneiras, incluindo sua adesão à Organização Mundial do Comércio e a assinatura de acordos comerciais com outros países.
Como a evolução do PIB da China interfere nos seus investimentos?
Um crescimento sustentado na economia chinesa pode impulsionar o comércio global e estimular o crescimento em outros países. Por esses motivos, muitos investidores, empresas e governos estão atentos ao desempenho da economia chinesa e seus impactos na economia mundial.
Para o investidor brasileiro, a evolução do PIB da China traz os seguintes impactos:
- Commodities: valorização ou desvalorização de matérias-primas e das ações das empresas que as vendem, como Vale, Gerdau, Suzano, Petrobras, entre outras.
- Exposição à China: criação de estratégias para aproveitar de empresas chinesas por meio de ETFs e BDRs.
- Câmbio: a política cambial e o desempenho econômico também podem impactar o valor de várias moedas e o desempenho Fundos Cambiais ao redor do mundo.
- Mercado consumidor: bilhões de pessoas para consumir produtos exportados pelo Brasil.
- Crescimento mundial: o avanço da economia chinesa é favorável para o crescimento de várias empresas ao redor do mundo.
Portanto, é importante que o investidor pessoa física acompanhe a evolução do PIB e de outros indicadores econômicos da China para avaliar as oportunidades e riscos em seus investimentos.
Como expor sua carteira ao crescimento do PIB da China?
Para quem deseja expor parte do seu capital aos investimentos na China, as principais alternativas são:
- Fundos de Investimentos: a primeira alternativa é procurar por Fundos de Investimento internacionais que aplicam em ações ou outros ativos chineses.
- ETF XINA11: outra opção é investir em ETFs (Exchange Traded Funds) que seguem índices de ações chinesas, como o XINA11, que replica o índice MSCI China e tem taxa de administração de 0,30% ao ano.
- BDRs (Brazilian Depositary Receipts): recibos de ações emitidos no Brasil que representam ações de empresas estrangeiras, e podem ser adquiridos na B3 (Bolsa de Valores do Brasil).
- ADRs (American Depositary Receipts): recibos de ações emitidos nos EUA e representam ações de empresas estrangeiras.
- Ações recomendadas pela Toro: recomendação dos nossos Analistas de 5 ações brasileiras que podem se valorizar muito com a reabertura da China.
Lembrando que os ativos citados acima não são recomendações de compra nem necessariamente expressam a opinião dos Analistas da Toro.
É importante lembrar que investir em ações chinesas envolve riscos, como o risco de mercado, o risco de câmbio e o risco político, como discutimos acima.
Por isso, além de uma boa diversificação de carteira, é fundamental fazer uma análise cuidadosa das empresas e setores em que se pretende investir, além de contar com o auxílio de um profissional especializado em investimentos como os Assessores da Toro, que estão preparados e disponíveis para lhe ajudar.