Um pullback é uma correção temporária no preço de um ativo dentro de uma tendência principal.
Longe de sinalizar uma reversão, este movimento representa uma pausa no mercado, oferecendo a traders um ponto de entrada estratégico com uma relação de risco e retorno potencialmente mais favorável.
Neste artigo, vamos detalhar o que é um pullback, como identificá-lo e diferenciá-lo de uma mudança de tendência.
Falaremos também sobre os tipos mais comuns e as vantagens de utilizar essa leitura para otimizar suas operações. Vamos lá?
Navegação Rápida
O que significa pullback?
Um pullback é uma correção temporária no preço de um ativo dentro de uma tendência predominante.
Imagine uma tendência de alta, onde os preços estão subindo. Um pullback ocorre quando, em meio a essa subida, o preço do ativo recua por um breve período, para depois retomar o movimento de alta.
O mesmo princípio se aplica a uma tendência de baixa: o ativo vem caindo, mas apresenta um “respiro”, uma pequena alta temporária, antes de continuar seu movimento de queda.
Inclusive, é importante ressaltar que pullback é diferente de reversão de tendência. Enquanto o pullback é uma pausa ou um “puxão para trás” no movimento principal, a reversão sinaliza uma mudança completa e mais duradoura na direção dos preços.
Dessa forma, podemos dizer que o pullback é o mercado “tomando fôlego” antes de continuar sua jornada.
Como identificar um pullback?
Um pullback pode ser observado tanto em tendências de alta quanto de baixa:
- Pullback em tendência de alta: ocorre quando, durante um movimento de alta (topos e fundos ascendentes), o preço do ativo realiza um movimento corretivo para baixo, em direção a um nível de suporte anterior, antes de voltar a subir. Para os compradores, este pode ser um momento estratégico para entrar na operação a um preço mais baixo, “pegando carona” na continuidade da alta.
- Pullback em tendência de baixa: em um cenário de queda (topos e fundos descendentes), o pullback se manifesta como uma alta temporária no preço, em direção a um nível de resistência, para então retomar o movimento de baixa. Para os vendedores (que operam vendido), este pode ser um ponto de entrada interessante para apostar na continuidade da queda.
Por que os pullbacks acontecem?
A ocorrência de pullbacks está ligada à psicologia dos participantes do mercado e à dinâmica natural de oferta e demanda.
Diante disso, alguns dos principais fatores que contribuem para a formação de um pullback incluem:
- Lucros: traders que entraram em uma posição no início de uma tendência e já acumulam um lucro considerável podem decidir vender parte de suas posições para garantir esses ganhos. Esse movimento de venda em uma tendência de alta (ou compra em uma tendência de baixa para fechar posições vendidas) causa uma pressão contrária ao movimento principal, gerando a correção.
- Mudança de sentimento de curto prazo: notícias, dados econômicos ou eventos de menor impacto podem gerar uma incerteza temporária no mercado, levando alguns traders a saírem de suas posições. Essa hesitação pode ser suficiente para causar um pullback, mesmo que a perspectiva de longo prazo para o ativo permaneça inalterada.
- Níveis técnicos de suporte e resistência: zonas de preço onde houve uma concentração de negociação no passado (antigos topos e fundos) atuam como barreiras psicológicas. Assim, quando o preço se aproxima de um antigo topo rompido, que agora tende a atuar como suporte, é comum que compradores que ficaram de fora da alta inicial aproveitem a “promoção” para entrar, impulsionando o preço para cima novamente e caracterizando o fim do pullback.
Confira um exemplo de pullback no Profit Toro Trader:

Qual é a diferença entre pullback e pivô?
A principal diferença é que o pullback é um movimento de continuação da tendência, enquanto o pivô é um movimento de reversão ou confirmação de uma nova tendência.
Como vimos, o pullback é um recuo temporário nos preços dentro de uma tendência principal já estabelecida. Ele apresenta algumas características, como:
- Função: movimento de continuação.
- Em uma tendência de alta: é uma pequena queda nos preços.
- Em uma tendência de baixa: é uma pequena alta nos preços.
- O que significa: a tendência principal ainda está forte. O pullback é visto por muitos traders como uma oportunidade de comprar em uma tendência de alta por um preço mais “barato” ou de vender em uma tendência de baixa por um preço mais “caro”.
- Visualmente: é uma “onda” menor contra a direção da “maré” principal.
O pivô (pivot), por outro lado, é uma formação gráfica que sinaliza uma reversão da tendência atual. Ele é a estrutura que “pivota” o preço de uma direção para outra. A sua confirmação é um sinal muito mais forte de que a tendência pode ter mudado.
- Função: movimento de reversão ou confirmação de uma nova tendência.
- Pivô de alta: marca a provável virada de uma tendência de baixa para uma de alta. Ele se forma quando o preço faz um fundo, depois um topo, e em seguida um fundo mais alto que o anterior. A confirmação do pivô (e da nova tendência de alta) ocorre quando o preço rompe o topo anterior.
- Pivô de baixa: marca a provável virada de uma tendência de alta para uma de baixa. Acontece quando o preço faz um topo, um fundo, e depois um topo mais baixo que o anterior. A confirmação ocorre quando o preço perde o fundo anterior.
- O que significa: o pivô indica que a força do mercado mudou de mãos (de vendedores para compradores no pivô de alta, ou vice-versa). Ele é a base da Teoria de Dow para a definição de uma tendência.
Veja um exemplo na imagem abaixo:

Agora veja uma tabela comparativa entre as duas movimentações:
Característica | Pullback | Pivô (de Alta/Baixa) |
---|---|---|
Natureza | Correção temporária | Formação de reversão/confirmação |
Implicação | Continuidade da tendência atual | Mudança da tendência atual |
Contexto | Ocorre dentro de uma tendência | Ocorre no final de uma tendência e início de outra |
Estrutura | Simples recuo de preço | Estrutura de 3 movimentos (ex: fundo, topo, fundo mais alto) |
Oportunidade | Entrar a favor da tendência existente | Identificar o início de uma nova tendência |
Como o pivô e o pullback se relacionam?
Após a confirmação de um pivô de alta, a nova tendência de alta que se inicia terá seus próprios pullbacks.
Ou seja, o preço sobe, rompe o pivô, e o primeiro recuo que ele fizer dentro dessa nova tendência de alta será um pullback.
Portanto, o importante é não confundir uma pausa (pullback) com uma mudança de direção (pivô).
O pullback te convida a seguir a tendência, enquanto o pivô te alerta que a tendência pode ter chegado ao fim e uma nova está para começar.
SAIBA MAIS:
➡️ Chart Trading: o que é e como funciona?
➡️ 43 padrões de candlestick que você deve dominar para vencer no trading
➡️ Análise de tendência de mercado: como usá-la para vencer no trading?
Quais são os tipos de pullback?
Saber identificar esses tipos ajuda o trader a antecipar zonas de compra ou venda com maior probabilidade de sucesso. Veja a seguir os principais tipos de pullback:
1. Pullback em suporte e resistência
Este é o tipo mais fundamental de pullback e está diretamente ligado à inversão de papéis entre suporte e resistência.
Quando uma zona de resistência (um “teto” de preços) é rompida com força em uma tendência de alta, ela tende a se transformar em uma nova zona de suporte (um “piso”).
O pullback ocorre quando o preço, após o rompimento, retorna para “testar” essa antiga resistência como um novo suporte antes de voltar a subir.
O mesmo é válido para o inverso em uma tendência de baixa, onde um suporte rompido vira uma resistência.
2. Pullback na média móvel
As médias móveis são indicadores que suavizam os preços, criando uma linha dinâmica de suporte ou resistência. Elas são bastante populares para identificar pullbacks.
Em uma tendência forte, é comum que o preço se afaste da média móvel e, em seguida, retorne a ela durante uma correção.
A média móvel atua como um “ímã”, atraindo o preço para um ponto de equilíbrio antes que a tendência continue.
Em tendências de alta, a média móvel serve como um suporte dinâmico. Em tendências de baixa, a média móvel serve como uma resistência dinâmica.
3. Pullback com Retração de Fibonacci
Esta ferramenta técnica ajuda a projetar até onde um pullback pode ir com base em proporções matemáticas.
A ferramenta de Retração de Fibonacci é traçada entre o início e o fim de um impulso de tendência, do fundo ao topo em uma tendência de alta, ou do topo ao fundo em uma de baixa.
Ela então plota níveis percentuais de retração. Os níveis mais observados pelo mercado são 38.2%, 50% e 61.8%. A teoria é que o preço tende a corrigir até um desses níveis antes de retomar a tendência.
Dominar a identificação desses tipos de pullback permite que você escolha a melhor ferramenta para cada contexto e encontre pontos de entrada mais precisos e seguros em suas operações.
Quais são as vantagens do pullback?
Operar pullbacks é uma das abordagens mais populares entre traders de sucesso, e isso se deve a um conjunto de vantagens que ela oferece.
Operar a favor de um pullback não é apenas seguir um padrão, mas sim tomar uma decisão estratégica que otimiza vários aspectos da sua operação.
1. Relação risco/retorno superior
Ao entrar em uma operação durante um pullback, você está comprando (em uma tendência de alta) ou vendendo (em uma de baixa) a um preço muito mais favorável do que quem entrou no topo do movimento anterior.
- Risco menor: seu ponto de Stop-Loss (a ordem que limita sua perda) pode ser colocado de forma lógica e curta, geralmente um pouco abaixo do fundo do pullback. A distância entre sua entrada e seu stop é menor.
- Retorno maior: como a tendência principal tende a continuar, seu alvo de lucro (um novo topo, por exemplo) está mais distante do seu ponto de entrada.
Com um risco menor e um potencial de retorno maior, sua relação risco/retorno se torna muito mais atrativa.
2. Entrar em uma tendência confirmada
Diferentemente de tentar adivinhar um fundo ou o início de uma reversão, ao operar um pullback você está entrando em um movimento que já provou sua força.
A existência da tendência principal é o seu primeiro e mais forte sinal. O pullback que respeita um suporte ou uma média móvel age como uma confirmação de que aquela tendência continua saudável e que outros players do mercado estão defendendo aqueles níveis de preço.
3. Pontos de entrada e Stop bem definidos
A estratégia de pullback oferece pontos de referência técnicos muito claros, eliminando grande parte da subjetividade na hora de operar.
- Gatilho de entrada: o toque em uma zona de suporte, média móvel ou retração de Fibonacci.
- Ponto de Stop-Loss: logo abaixo da zona onde o pullback deveria se segurar.
Se o preço romper essa zona de stop, a sua tese para a operação é invalidada de forma clara, permitindo que você saia com uma perda pequena e controlada.
4. Versatilidade em mercados e tempos gráficos
O conceito de pullback é universal. Ele funciona em qualquer mercado (ações, moedas, criptomoedas, commodities) e em qualquer tempo gráfico.
Dessa forma, um day trader pode operar pullbacks em um gráfico de 5 minutos, enquanto um swing trader pode fazer o mesmo em um gráfico diário ou semanal.
A lógica fundamental do mercado “respirar” antes de continuar um movimento é a mesma em todas as escalas.
Vale a pena usar essa estratégia?
Se vale a pena ou não, dependerá dos seus objetivos e da sua experiência como trader.
Aprender a identificar e operar pullbacks é uma das habilidades que você pode desenvolver. No entanto, isso não significa que seja uma estratégia infalível ou fácil de fazer.
O sucesso ao usar pullbacks depende de um fator essencial: a capacidade de diferenciar um pullback genuíno de uma reversão de tendência.
Comprar em um recuo achando que é um pullback, quando na verdade é o início de uma grande queda, é o principal risco dessa abordagem.
Para reduzir esse risco, é importante:
- Não confiar em apenas um indicador. Um pullback é muito mais confiável quando o preço atinge uma antiga resistência que virou suporte + uma média móvel + um nível de Fibonacci, tudo na mesma região.
- Não entrar na operação apenas porque o preço “tocou” o suporte. Espere o preço mostrar uma reação. Aguarde a formação de um candle de reversão (como um martelo ou um engolfo de alta) para confirmar que os compradores estão de fato entrando no jogo.
- Sempre usar um Stop-Loss. O bom do pullback é que ele te dá um local claro para colocar seu stop. Use-o sem medo.
Podemos dizer, portanto, que o pullback não é apenas mais um padrão gráfico, mas sim um reflexo da dinâmica do mercado. Ele representa o equilíbrio entre a euforia de uma tendência e a cautela da realização de lucros, criando janelas de oportunidade para quem for disciplinado nas operações.
Assim, para qualquer trader que busca consistência e operações mais estratégicas, dedicar tempo para aprender e aplicar o pullback não é apenas válido, mas um ponto muito importante para alavancar os resultados.