A Bolsa de Valores do Brasil possui mais de 30 ações imobiliárias e de construção civil listadas, sendo as mais procuradas: Alphaville, Cyrela, Cury, Direcional, Even, EZTEC, Helbor, JHSF, Lavvi, Melnick, Mitre, Moura Dubeux, MRV, Tenda e Trisul.
O setor imobiliário e construção civil é um dos principais entre as empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) e de toda a economia. Além disso, é também extremamente relevante para o PIB, para o desempenho geral do Brasil, para a geração de empregos e para o nível de investimentos do país.
Atualmente, o setor da construção civil representa cerca de 7% do PIB do Brasil, indicou um levantamento recente.
Por ser tão imponente, ele representa um bom indicador de crescimento econômico e geração de empregos, como veremos no decorrer do artigo.
No texto de hoje, vamos conhecer as principais empresas ligadas ao setor da construção civil com ações negociadas na Bolsa de Valores e como investir nelas. Vamos lá?
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Como é o mercado de construção civil no Brasil?
O mercado de construção, que inclui as empresas construtoras e incorporadoras, é um dos mais relevantes da nossa economia.
Conforme dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE, em 2019, o país registrava mais de 125 mil empresas no setor.
Além disso, entre os três principais segmentos da indústria de construção (obras de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados), a construção de edifícios lidera o faturamento desde 2012 com um montante anual de cerca de R$127 bilhões, apontam os dados.
A referida pesquisa aponta ainda que a receita líquida de construção foi de mais de R$277 bilhões no ano e o setor empregava quase 2 milhões de pessoas.
Esses números só reforçam o quão relevante e robusto é o ramo da construção no Brasil.
Por isso, suas empresas atraem tanta atenção na Bolsa de Valores. Mas, antes de conhecê-las, vamos tratar de alguns outros números e índices que mexem com o ramo.
O que influencia as empresas incorporadoras e construtoras?
O mercado imobiliário é considerado um segmento de consumo cíclico na economia. Isso significa que o volume de vendas depende dos ciclos econômicos, ou seja, quando as pessoas têm mais ou menos propensão a gastar, de acordo com o momento que atravessa a economia local.
O nível de atividade do ramo é também intrinsecamente ligado à taxa de juros da economia (Selic), que serve como um guia para a definição das taxas de financiamento imobiliário.
Com taxas de juros mais baixas, o consumidor encontra condições mais favoráveis para tomar empréstimos a fim de comprar imóveis e realizar o sonho da casa própria.
Ademais, o faturamento e lucro das empresas incorporadoras e construtoras também depende do custo de construção e venda dos imóveis, que incluem o preço dos materiais de construção, da mão-de-obra, despesas com marketing, vendas e taxas do financiamento.
Índices do mercado imobiliário
Por ser tão específico, o segmento imobiliário possui seus próprios medidores de inflação, que monitoram tanto a variação do preço dos imóveis quanto o custo dos materiais de produção.
Além deles, há levantamentos de confiança dos consumidores e produtores regulares, bem como pesquisas anuais específicas. Os mais conhecidos são:
- Índice FipeZap da Zap Imóveis.
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) do Ibre/FGV.
- Índice de Confiança da Construção (ICST) do Ibre/FGV.
- Indicador de Incerteza da Economia – Brasil (IIE-Br) do Ibre/FGV.
- PIB (Produto Interno Bruto) do setor de construção civil do IBGE.
- Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE.
Por fim, é preciso também ficar de olho no IGP-M, o índice de inflação da Fundação Getúlio Vargas.
Esse medidor, além de ser usado no reajuste do preço dos aluguéis, também é um bom termômetro de inflação que afeta a economia incluindo as etapas de produção.
Construtoras x incorporadoras: quais são as diferenças?
Antes de chegarmos ao ponto principal do artigo, isto é, saber quais são as empresas com capital aberto na Bolsa, precisamos esclarecer a diferença entre dois termos muito recorrentes no mercado imobiliário: construtoras x incorporadoras.
As construtoras são as empresas que, como o nome diz, executam a parte de engenharia civil (projeto, tecnologia, testes de segurança e qualidade) e a construção física do edifício.
Ou seja, são as construtoras que contratam os funcionários, executam os projetos, asseguram o atendimento das especificações e de materiais, gerem o orçamento e o prazo de entrega.
Ao final da construção, ela pode entregar o prédio para a incorporadora que a contratou, caso não tenha esse serviço, e recebe pela execução da obra.
Já as incorporadoras são aquelas companhias responsáveis por identificar oportunidades, terrenos, fazer estudos de viabilidade, organizar a construção e a venda das unidades.
Ou seja, as incorporadoras fazem toda a articulação comercial do empreendimento. Recebem esse nome, pois elas organizam toda a construção de um prédio em certo terreno. Logo, o prédio é “incorporado” ao terreno, como diz o jargão imobiliário.
Suas funções incluem a administração da realização das obras, definição do orçamento, alocação da equipe e estratégias de vendas, venda ou alienação das unidades.
Portanto, podem existir companhias que tenham os dois tipos de serviços ou apenas um deles, conforme a estratégia da empresa e o seu perfil corporativo, assim como ela ela entende que seja o melhor modo de gerar mais receitas e lucros pela sua atividade.
Algumas empresas desse setor fazem parte do Índice Small Caps da Bolsa de Valores, ou seja, as empresas de menor capitalização, mas com grande potencial de valorização. Confira um vídeo especial para entender melhor o que são as Small Caps:
Quais são as melhores ações de imobiliárias e de construtoras?
Agora, vamos conhecer quais são as principais e mais procuradas ações imobiliárias e de construtoras da Bolsa de Valores do Brasil.
Atualmente, são mais de 30 empresas do segmento listadas na B3, mas as que mais atraem atenção dos investidores são as seguintes:
Empresa | Ticker | Destaque e/ou perfil corporativo* |
Alphaville Urbanismo | AVLL3 | Marca de maior reconhecimento no setor de loteamentos urbanos fechados no Brasil. |
Cyrela Realty | CYRE3 | 1º lugar no Prêmio Top Imobiliário 2020 nas categorias construtora e incorporadora. |
Cury Construtora | CURY3 | Uma das construtoras líderes no segmento de baixa renda no Brasil. |
Direcional Engenharia | DIRR3 | Está entre as 5 maiores construtoras do país com foco nos empreendimentos populares e médio padrão. |
Even | EVEN3 | Empresa com cerca de 95% da receita proveniente da incorporação de imóveis em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. |
EZTEC | EZTC3 | Foca nos empreendimentos residenciais de médio e alto-padrão na cidade de São Paulo e Região. |
Helbor | HBOR3 | Fundada em 1977, foca na incorporação imobiliário na Região Metropolitana de São Paulo. |
JHSF | JHSF3 | Empresa que desenvolve negócios de incorporação, hospitalidade e renda recorrente em shopping e hotéis. |
Lavvi Empreendimentos | LAVV3 | Atua em incorporação e construção de empreendimentos residenciais e não-residenciais de médio e alto padrão na capital paulista. |
Melnick Desenvolvimento Imobiliário | MELK3 | Empresa com 50 anos de história e está entre as maiores incorporadoras do Rio Grande do Sul. |
Mitre Realty | MTRE3 | Atua como construtora e incorporadora na cidade de São Paulo com foco no público de média e média-alta renda. |
Moura Dubeux Engenharia | MDNE3 | É a maior incorporadora da região Nordeste e foca no segmento de edifícios de luxo e alto padrão. |
MRV Engenharia | MRVE3 | É a maior construtora e incorporadora com foco em empreendimentos econômicos e populares. |
Tenda Construtora | TEND3 | Uma das principais construtoras e incorporadoras com foco em habitação popular (faixas 1,5 e 2 do Casa Verde e Amarela). |
Trisul Construtora | TRIS3 | Foca nos segmentos de alto e médio padrão, sobretudo em São Paulo e no Distrito Federal. |
Fonte: B3
*Dados dos RI das empresas
Perceba que, mesmo que elas operem no mesmo segmento de mercado, há diferentes focos de atuação, conforme o perfil corporativo, faixa de renda de seus clientes, regiões geográficas, tipos de imóveis (baixo, médio e alto padrão), entre outros.
Portanto, é possível traçar estratégias de diversificação mesmo que você tenha na carteira de investimentos tanto ações quanto Fundos Imobiliários (FIIs) mais rentáveis.
Lembrando que as ações apresentadas aqui não são recomendações de compra nem necessariamente expressam a opinião dos Analistas da Toro Investimentos.
Caso queira seguir uma carteira mensal recomendada e saber como montar um portfólio de investimentos seguindo os melhores fundamentos, confira esse conteúdo em vídeo abaixo antes de prosseguir com a leitura:
Ações imobiliárias x Fundos Imobiliários: em qual investir?
Uma vez que o investidor decide pela aplicação no ramo imobiliário, faz sentido ter ações de construtoras e incorporadoras em uma mesma carteira que já conta com Fundos Imobiliários (FIIs)?
Apesar de ambos explorarem os ganhos do mercado imobiliário e tenham certa correlação por isso, é possível estabelecer a diversificação com tranquilidade.
Ao ficar mais experiente e compreender em detalhes a construir um portfólio de ativos diversificado e completo, você entenderá que esses dois tipos de ativos (ações e FIIs) não são excludentes, sobretudo pelos motivos abaixo:
- São tipos de negócios diferentes: as construtoras e incorporadoras desenvolvem o trabalho focando na construção e venda dos imóveis, especialmente residenciais. Os FIIs miram a exploração comercial das propriedades, estando mais interessados na geração de renda pelos aluguéis.
- São tipos de imóveis diferentes: como dissemos, as construtoras trabalham quase exclusivamente no ramo residencial enquanto os Fundos Imobiliários, via de regra, exploram o segmento comercial.
- São públicos-alvo diferentes: ao analisar quem são os clientes das construtoras, é fácil perceber que elas se concentram nas pessoas-física (de diferentes faixas de renda) interessadas em comprar uma casa. Os FIIs, por sua vez, orientam a captação de clientes para as empresas (PJs) que precisam de grandes imóveis para as suas operações (galpões, hospitais, indústrias, hotéis, etc).
- São objetivos de investimentos diferentes: estratégias de investimentos com ações de construtoras podem visar o crescimento da carteira pela valorização das cotações, enquanto uma carteira de FIIs tende a se destinar ao recebimento de renda passiva com os aluguéis. Portanto, uma carteira completa poderia se aproveitar dessas duas vertentes.
Tenha consciência que o termo “mercado imobiliário” engloba muitos subsetores e possibilidades de ganhos.
Por mais que os investimentos em FIIs e ações imobiliárias estejam sujeitos a riscos econômicos semelhantes, uma carteira diversificada aumenta a segurança das aplicações.
Para elevar ainda mais a segurança por meio diversificação, invista também em ações de empresas dos outros setores da economia e com menos correlação com a construção.
Por fim, conheça as diferentes formas de investir no setor imobiliário e as características de cada uma delas:
Como comprar ações de imobiliárias e construtoras?
Antes de finalizar este conteúdo, vamos aprender como comprar as suas ações imobiliárias e de construtoras por meio de um tutorial próprio para isso.
Confira o passo a passo no vídeo abaixo: