Pelo conceito de swap, pode-se entender a operação em que há uma “troca” nas posições, em relação ao risco e à rentabilidade entre os investidores. As swaps podem ser do tipo cambial, de índices, de taxa de juros ou de commodities.
Você sabe o que é swap ou já viu esse termo em algum site, revista ou entrevista na TV? Bom, é bem provável que na primeira vez que ouviu essa palavra você tenha pensado que se trata de um instrumento financeiro complexo, não é?
Mas não se preocupe. Hoje, vamos deixá-lo bem detalhado para que você entenda perfeitamente o que esse termo significa, bem como sua função no mundo dos investimentos e do trading. Vamos lá?
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O que é swap?
Swap é uma palavra em inglês que significa “troca”, e no mercado financeiro representa um contrato derivativo em que duas partes trocam entre si a rentabilidade de ativos ou índices diferentes, por um determinado período.
Na prática, o swap é usado como forma de proteger (ou especular sobre) variações de mercado, especialmente em relação a juros, inflação ou câmbio, como o dólar, por exemplo.
O swap permite que um investidor ou empresa troque o risco de um tipo de exposição por outro mais favorável ou menos imprevisível.
Ele é muito utilizado por:
- Traders, que buscam lucrar com variações de indicadores.
- Empresas, que querem se proteger da oscilação do dólar, da inflação ou dos juros.
Resumidamente, é um derivativo, ou seja, um contrato que depende da variação de um ativo ou índice. Nos próximos tópicos, você verá os principais tipos de swap e como eles funcionam na prática.
Como funciona o swap?
Suponhamos que uma empresa exportadora receba por suas vendas na moeda norte-americana, mas todos os seus custos de produção são pagos em real. Ela sabe que em 30 dias receberá US$1.000.000 pelas vendas que fez e terá que pagar, também em 30 dias, R$4.000.000.
Se o dólar hoje estiver sendo cotado a R$4,10, podemos imaginar que ela terá um lucro de R$100.000, certo? Porém, não é bem assim, pois essa é a cotação do dólar hoje, e não daqui a 30 dias.
Em um cenário favorável, o dólar pode subir para R$4,30, por exemplo. Assim, o lucro da empresa passaria a ser de R$300.000. Porém, se o dólar se desvalorizar para R$3,60, ela passará a ter um prejuízo de R$400.000.
Como vimos, essa empresa está vulnerável à variação cambial, o que pode afetar diretamente o seu caixa, passando facilmente de um cenário com lucro para outro de prejuízo.
Para se proteger, ela realizará a troca do risco das moedas, de modo que, quando ocorrer uma variação cambial muito grande, não sofrerá com oscilações em seus lucros, sejam elas boas ou ruins. Essa prática é conhecida como operação de swap.
Quais são os tipos de swap?
Agora que você entendeu o que é swap e como ele funciona, vamos mostrar os tipos existentes no mercado. Confira:
1. Swap cambial
O swap cambial é um dos tipos mais comuns que vemos no mercado financeiro. Basicamente, consiste na troca de taxa de variação cambial, ou seja, a volatilidade do preço de certa moeda estrangeira por uma taxa de juros definida antecipadamente.
Outra modalidade de swap se configura quando há troca da variação cambial de duas moedas distintas.
Por exemplo, pode ser realizada a troca da oscilação do dólar pela oscilação da libra esterlina.
Durante o contrato, é realizada a troca (swap) entre a variação da cotação de cada uma das moedas, acrescido de uma taxa de juros estabelecida no início do contrato.
Isso traz proteção aos participantes do mercado que não desejam estar vulneráveis à oscilação de uma moeda em específico.
Swap cambial em Day Trade
No caso das operações de Day Trade, por exemplo, o swap cambial apresenta um impacto significativo, já que influencia diretamente o valor do dólar, bem como o dólar futuro.
Por conta disso, quem normalmente se envolve em operações de swap cambial é o Banco Central, que utiliza essa prática visando que o dólar caia frente ao real para controlar a volatilidade do câmbio.
Em resumo, os swaps cambiais são ferramentas essenciais para o controle das taxas de inflação e de câmbio.
2. Swap de índices
O swap de índices funciona com a mesma lógica básica: duas partes trocam entre si a rentabilidade de indexadores diferentes.
Por exemplo, uma das pontas do contrato pode estar atrelada a um índice de inflação, como o IGP-M, IPCA, IPC-Fipe ou INPC.
A outra pode estar vinculada à variação de um índice do mercado de ações, como o Ibovespa.
Esse tipo de swap é utilizado por investidores que querem se proteger ou se posicionar diante da oscilação de preços ou da inflação, ao mesmo tempo em que se expõem (ou evitam exposição) a outros indicadores da economia ou da Bolsa.
3. Swap de taxa de juros
O swap de taxa de juros é um contrato em que duas partes trocam a rentabilidade de diferentes indexadores relacionados a juros.
Em geral, uma das partes está vinculada a uma taxa prefixada (fixa) e a outra a uma taxa pós-fixada (variável), como o CDI.
Esse tipo de operação é útil para proteger investimentos ou dívidas contra oscilações nas taxas de juros.
Exemplo: imagine um investidor que possui um CDB com taxa prefixada. Ele acredita que a taxa de juros (como o CDI) pode subir nos próximos meses. Para se proteger e tentar aproveitar essa possível alta, ele faz um swap com uma instituição financeira, trocando a rentabilidade prefixada por uma pós-fixada.
Dessa forma, ao invés de receber a taxa fixa do CDB, ele passa a receber o equivalente à taxa pós-fixada, conforme o contrato.
4. Swap de commodities
O swap de commodities é um contrato em que duas partes trocam a variação de preço de uma commodity (como soja, petróleo, milho ou minério de ferro) por outro indexador, como a taxa de juros ou o dólar.
É usado, principalmente, para proteger empresas ou investidores da oscilação no preço das commodities.
Exemplo: uma empresa que vende soja teme que o preço caia nos próximos meses. Para se proteger, ela faz um swap de commodities, trocando a variação do preço da soja por uma taxa fixa.
Assim, se o preço cair, ela não perde dinheiro, pois recebe a rentabilidade combinada no contrato.
Qual é a diferença entre o swap tradicional e o reverso?
Agora que você entendeu o conceito e os tipos de swap que existem, vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto. Dentro desse universo ainda há uma divisão entre o swap tradicional e o reverso.
Swap tradicional
No tradicional, o Banco Central oferece ao investidor o pagamento da oscilação que o dólar sofreu, além de um prêmio, para conter fortes altas da moeda. A pessoa que investe, por sua vez, se compromete a pagar ao BC a variação da taxa de juros durante o período do contrato.
Nesse caso, é utilizada a taxa DI, que é a mais próxima da taxa básica de juros brasileira, a Selic.
Basicamente, é como se quem investe acreditasse que os juros não vão subir mais que o dólar e, por outro lado, o Banco Central acredita no contrário.
No final do contrato, as duas partes trocam os rendimentos. Caso a moeda norte-americana aumente mais que os juros, o investidor fica protegido enquanto o BC deixa de ganhar.
Swap reverso
A metodologia do swap reverso, por sua vez, é utilizada quando há a necessidade de controlar as quedas mais bruscas do dólar, o que pode prejudicar algumas áreas, como as exportações. O mecanismo por trás desse conceito é praticamente o mesmo do tradicional, exceto pelo fato das rentabilidades trocadas.
O Banco Central oferece aos compradores os juros do período, já o investidor paga a essa autoridade monetária a oscilação cambial do período. Dessa forma, os investidores podem se proteger da desvalorização acentuada do dólar.
⚠️O objetivo do Banco Central não é ganhar ou perder com esse tipo de operação. Ele visa controlar as movimentações bruscas do dólar que impactam diretamente na inflação do país.
Contudo, esses contratos funcionarão como uma espécie de garantia. Então, eles tornarão a compra do dólar à vista desnecessária naquele momento, aliviando a pressão que a moeda norte-americana causa sobre o mercado.
Como melhorar seus resultados a partir do swap?
O swap é uma ferramenta estratégica que pode ser usada tanto por traders (curto prazo) quanto por investidores de longo prazo, mas com objetivos diferentes.
Veja como cada perfil pode se beneficiar:
Para o trader (curto prazo)
O trader busca ganhos rápidos com variações de mercado. O swap pode ser usado para:
- Especular sobre a direção de ativos, como dólar, juros ou commodities.
- Apostar em cenários macroeconômicos (ex: alta da Selic, queda do dólar).
- Montar operações estruturadas, aproveitando distorções de preços entre taxas prefixadas e pós-fixadas, por exemplo.
Como vantagem, o trader pode lucrar com oscilações sem precisar comprar diretamente o ativo, já que o swap é um contrato financeiro.
Para o investidor de longo prazo
O investidor de longo prazo pode usar swaps como forma de proteção (hedge) contra riscos que afetam seus investimentos, como:
- Variações cambiais (quem tem receita ou dívida em dólar pode usar swaps cambiais).
- Oscilações na taxa de juros (proteção de renda fixa prefixada, por exemplo).
- Exposição a commodities (para empresas ou investidores ligados ao agro ou energia).
Portanto, o swap ajuda a reduzir a volatilidade da carteira e blindar o patrimônio contra cenários adversos, sem precisar desfazer posições principais.
Em ambos os casos, o swap é uma ferramenta avançada, mas poderosa, que pode melhorar resultados ao ajustar o risco e aproveitar cenários de mercado, desde que usada com estratégia e conhecimento.
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