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A Selic vai subir, baixar ou se manter? Veja os próximos passos do BC!

A taxa Selic é definida pelo BC como uma ferramenta de política monetária para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central a aumenta para reduzir a demanda por crédito e desacelerar a economia.

Quando a inflação está baixa, ele pode reduzir a Selic para estimular a economia e aumentar a demanda por crédito. A manutenção da taxa Selic é uma estratégia para manter a estabilidade econômica e evitar choques inflacionários ou recessões.


A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para, entre outros compromissos, definir o valor da taxa básica de juros da economia. Logo, o Copom pode tomar 3 decisões possíveis: aumentar, baixar ou manter a Selic no mesmo patamar.

Entre janeiro de 2017 a dezembro de 2022, o Copom alterou a taxa básica de juros 30 vezes em 48 reuniões.

Neste artigo, falaremos sobre como ocorrem as alterações na taxa Selic, por que ela sobe, desce ou é mantida no mesmo patamar.

Ao final da leitura, você saberá quais fatores da conjuntura econômica observar para antecipar os movimentos dessa taxa e criar estratégias de investimento. Vamos lá?

Por que a Selic sobe ou desce?

Mas, afinal, por que o Copom decide mexer ou manter a Selic? A taxa básica de juros é o principal mecanismo utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação, pois ela determina, em termos leigos, o “custo do dinheiro”.

Portanto, nos períodos em que a inflação está elevada e uma de suas causas seja monetária (excesso de moeda em circulação), é de se esperar que o Copom eleve a taxa Selic.

Ao fazer isso, tomar empréstimos, fazer financiamentos, emitir títulos de dívida, por exemplo, ficam mais caros. Assim sendo, haverá menos dinheiro circulando, uma vez que os agentes econômicos (empresas, famílias etc) vão aguardar momentos mais oportunos e de crédito mais barato.

Logo, o inverso também é verdadeiro. Quando o Banco Central constata que a inflação está controlada e precisa estimular o crescimento econômico (consumo das famílias, expansão das empresas e gastos do governo), ele reduz a taxa Selic.

Confira, no gráfico a seguir, a movimentação da taxa Selic desde 2011:

O valor que o Bacen estipula é uma meta para os juros e não um valor exato. Ele realiza a aproximação ao valor da meta comprando e vendendo títulos públicos no mercado, outra forma de retirar ou colocar dinheiro em circulação.

Há outros mecanismos pelos quais o BC pode “enxugar” o volume de dinheiro na economia, mas a alteração da taxa básica de juros segue como a principal.

É importante dizer ainda que o efeito das alterações na Selic não é imediato. São necessários alguns meses para que alteração nos juros seja observada no dia a dia. Para os economistas, esse prazo varia entre 9 e 12 meses.

Então, se o Copom optar por elevar os juros hoje, apenas daqui 3 trimestres é que vamos poder avaliar se essa ação foi suficiente para conter a elevação dos preços.

A Selic vai subir ou cair esse ano?

Então, ao acompanhar o noticiário econômico você vai perceber alguns padrões e a intrínseca relação entre juros e inflação.

Depois de atingir um patamar historicamente baixo (2% ao ano) em 2020/2021, quando o BC precisava colocar em prática mecanismos que estimulassem a economia a se recuperar do choque da Covid, a taxa Selic voltou a subir.

Em 2021 e 2022, o IPCA (índice oficial de inflação no Brasil) estourou a meta prevista pelo governo, um padrão que foi observado em outras grandes economias mundiais, como EUA, Alemanha, Reino Unido, zona do euro etc.

Nesse cenário, os Bancos Centrais mundo afora começaram um movimento de elevação dos juros. Já em 2023, a inflação tanto no Brasil quanto nas economias citadas começou a dar sinais de esfriamento.

Qual a previsão da Selic para 2023?

Assim sendo, o mercado observa quais serão os próximos passos dos Copom, do Federal Reserve (EUA), do Banco Central Europeu e muitas outras autoridades monetárias.

A expectativa para este ano é de aumentos menores nos juros ou manutenção em patamares elevados para seguir a estratégia de trazer a inflação para dentro da meta.

Para 2023, diante do cenário de inflação global e também no Brasil, a expectativa do mercado é que a taxa Selic permaneça acima de dois dígitos até o final do ano.

Quando a Selic vai começar a baixar?

Afinal, a Selic vai cair? Há algumas reuniões, o BC manteve a taxa Selic no nível de 13,75% ao ano. Embora tenha sinalizado que não haveria novas elevações previstas, a autoridade monetária deixou a porta aberta para seguir subindo os juros, caso a inflação dê sinais de que vai se manter forte.

Entretanto, em 20/09/23, após três anos, a taxa Selic baixou para 12,75%. Em novembro de 2023, ela caiu para 12,25%.

A expectativa é que ela caia ainda mais durante o segundo semestre, com novas reduções nos anos seguintes.

Previsão e projeção para a Taxa Selic até 2026

Qual é a previsão para a taxa Selic no mercado hoje? No Boletim Focus, o mercado projeta os valores para a taxa Selic até 3 anos à frente. Em 2023, a expectativa é que a taxa termine em 11,75% ao ano e, em 2025, se aproxime dos 8,50%, valor que deve diminuir ainda mais em 2026.

Boletim Focus – 02/10/2023
Ano Taxa Selic
2023 11,75% ao ano
2024 9,00% ao ano
2025 8,50% ao ano
2026 8,50% ao ano

Lembrando que essas previsões são atualizadas semanalmente. Então, confira os valores atualizados no site do Banco Central.

Datas das próximas reuniões do Copom em 2023

Como dissemos, o Copom se reúne a cada 45 dias para discutir os rumos da economia e definir as próximas ações na política monetária.

As próximas reuniões do Comitê serão nas seguintes datas:

Reunião Data
252ª reunião 31 de janeiro e 1º de fevereiro de 2023
253ª reunião 21 e 22 de março
254ª reunião 2 e 3 de maio de 2023
255ª reunião 20 e 21 de junho de 2023
256ª reunião 1º e 2 de agosto de 2023
257ª reunião 19 e 20 de setembro de 2023
258ª reunião 31 de outubro e 1º de novembro de 2023
259ª reunião 12 e 13 de dezembro de 2023
260ª reunião 30 e 31 de janeiro de 2024
261ª reunião 19 e 20 de março de 2024
262ª reunião 7 e 8 de maio de 2024
263ª reunião 18 e 19 de junho de 2024
264ª reunião 30 e 31 de julho de 2024
265ª reunião 17 e 18 de setembro de 2024
266ª reunião 5 e 6 de novembro de 2024
267ª reunião 10 e 11 de dezembro de 2024

Qual a previsão da inflação para 2023?

Como você aprendeu neste artigo, a inflação é o principal indicador que o BC utiliza para monitorar possíveis alterações na taxa Selic.

Para este ano, o mercado estipulava as seguintes previsões para a inflação no início do ano:

Boletim Focus – 02/10/2023
Ano IPCA previsto
2023 4,86%
2024 3,87%
2025 3,50%
2026 3,50%

Esses números também são atualizados toda semana. Então, sempre lembre-se de conferir os valores vigentes no Boletim Focus.

Então, para saber se a Selic vai subir, baixar ou se manter, basta acompanhar as decisões e as declarações do BC sobre a inflação para ter uma ideia de qual será o próximo movimento dos juros.

Confira o comportamento da inflação nos últimos anos:

Como investir de acordo com o valor da taxa Selic?

Se a taxa básica de juros é alterada constantemente, como saber qual é a melhor decisão de investimento entre Renda Fixa e Renda Variável?

O ideal é que você converse sempre com o seu Assessor de Investimentos para que, juntos, construam uma carteira diversificada de modo a aproveitar os melhores investimentos do momento.

Via de regra, os investidores tendem a adotar a seguinte postura a diferentes valores da Selic:

Investimentos mais procurados com a Selic em alta:• Tesouro Selic e demais títulos públicos
• Fundos de Renda Fixa
• CDBs que rendem próximo de 100% do CDI ou mais
• Renda Fixa Corporativa (CRIs, CRAs, debêntures etc).
• FIIs de papel com carteiras expostas à taxa DI

Investimentos mais procurados com a Selic em baixa:

• Ações
• Fundos Imobiliários (FIIs)
• ETFs
• BDRs
• Fundos de Ações, Cambiais e Multimercados
• Operações estruturadas

Para terminar, lembre-se de que, independentemente do valor da Selic ou se ela vai subir, descer ou não se alterar, você deve montar um portfólio de investimentos diversificado e sólido para enfrentar os diversos cenários econômicos, sempre lembrando dos seus objetivos e perfil de risco.


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