Na hora de guardar dinheiro e buscar os primeiros rendimentos, há uma dúvida comum entre muitas pessoas: é melhor deixar os recursos na Poupança ou investir no Tesouro Direto?
A caderneta de Poupança é a aplicação mais tradicional e conhecida no país, enquanto o Tesouro Direto ganhou popularidade por oferecer mais rentabilidade e segurança. Entender as diferenças entre os dois é o primeiro passo para fazer uma escolha mais alinhada ao seu perfil.
Neste artigo, vamos apresentar um conteúdo completo para você comparar as duas modalidades. Vamos trazer pontos como:
- Rentabilidade e funcionamento de cada um.
- Níveis de segurança.
- Liquidez, ou seja, a facilidade para resgatar o dinheiro.
- Tributação e custos envolvidos.
Ao final, você terá as informações necessárias para decidir qual caminho se alinha melhor com seus objetivos financeiros e seu perfil. Vamos lá?
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Como funcionam os rendimentos da Poupança e do Tesouro Direto?
Tanto o Tesouro Direto quanto a Poupança são aplicações financeiras conservadoras, mas elas têm características diferentes, especialmente quanto ao seu rendimento.
Qual é o rendimento da Poupança?
O rendimento da Poupança não é um valor fixo. Ele depende diretamente do patamar da taxa básica de juros da economia, a Selic, e da Taxa Referencial (TR).
A regra atual, válida para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, funciona de duas formas distintas:
- Quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano: o rendimento da Poupança é de 0,5% ao mês, acrescido da variação da Taxa Referencial (TR).
- Quando a taxa Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano: a remuneração da Poupança corresponde a 70% do valor da Selic, mais a variação da Taxa Referencial (TR).

Vamos usar um valor de R$ 1.000 para exemplificar o rendimento da Poupança, considerando alguns dados recentes.
- Valor investido: R$ 1.000
- Taxa Selic: 15% ao ano
- Rendimento mensal da Poupança: 0,67% (0,5% + 0,17% de TR)
Rendimento em 1 mês
Para calcular o rendimento em um mês, basta aplicar o percentual de 0,67% sobre o valor investido:
- Cálculo: R$ 1.000 x 0,67% = R$ 6,70
- Resultado: Após um mês, seu saldo seria de R$ 1.006,70.
Rendimento em 1 ano (projeção)
Para projetar o rendimento em 12 meses, consideramos os juros compostos, ou seja, o rendimento de cada mês é somado ao montante para o cálculo do mês seguinte.
- Cálculo: R$ 1.000 x (1 + 0,0067)¹² ≈ R$ 1.083,43
- Juros no período: R$ 83,43
- Resultado: Mantendo a taxa de 0,67% ao mês, em um ano o saldo seria de aproximadamente R$ 1.083,43.
É importante destacar que esse valor é uma projeção. O rendimento pode variar ligeiramente a cada mês, pois a TR muda diariamente.
Ponto de atenção: o aniversário da Poupança
Um detalhe fundamental sobre a Poupança é a regra do “aniversário”. O rendimento mensal só é creditado na sua conta no dia do aniversário do depósito, ou seja, no mesmo dia do mês em que a aplicação foi realizada.
Se você sacar o dinheiro antes dessa data, perde todo o rendimento daquele mês. Por exemplo, se você depositar no dia 10 e sacar no dia 9 do mês seguinte, não receberá nenhum juro por esse período.
Vale ressaltar também que a Poupança apresenta um rendimento baixo e que, muitas vezes, não supera a inflação. Veja no gráfico a seguir:
⚠️ Importante: os investimentos e ativos citados nesse conteúdo não representam recomendação de compra nem necessariamente expressam a opinião dos Analistas da Toro. Consulte sempre um Assessor de Investimentos qualificado para receber orientações sobre a melhor diversificação e quais ativos mais indicados para o seu perfil e objetivos.
Como funciona o rendimento do Tesouro Direto?
Os investimentos em Tesouro Direto são considerados os mais seguros do Brasil, uma vez que o emissor desses títulos é o próprio Governo Federal, e ele quem garante a sua rentabilidade. Inclusive, esse valor representa uma parcela mínima da dívida do Estado.
Por isso, podemos afirmar que o Tesouro Direto é tão seguro quanto a Poupança.
Dentre os títulos emitidos, as opções disponíveis são as seguintes:
- Tesouro Prefixado com e sem juros semestrais: a rentabilidade desse investimento é previamente conhecida e você já sabe quanto receberá na data do seu vencimento. São indicados para períodos em que pode haver queda da Selic.
- Tesouro IPCA+: com e sem juros semestrais: a remuneração varia de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), isto é, a inflação, além de pagar um bônus prefixado. Esses títulos são recomendados para situações em que pode haver aumento dos preços gerais da nossa economia, visando a preservação do seu poder de compra.
- Tesouro RendA+: a rentabilidade também acompanha o IPCA mais uma taxa prefixada. A diferença é que, ao final do prazo de vencimento, você não recebe o valor todo (principal + juros) de uma vez, mas em parcelas mensais durante 20 anos que também serão corrigidas pela inflação.
- Tesouro Educa+: funciona de maneira similar ao Tesouro RendA+, porém com foco na educação dos filhos. A rentabilidade acompanha o IPCA + uma taxa prefixada. Então, ao final do prazo de vencimento, você recebe o valor em parcelas mensais durante 5 anos (prazo médio dos cursos de graduação) que serão corrigidas pela inflação.
- Tesouro Selic: o retorno varia de acordo com a taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic. É visto como a opção mais conservadora entre os títulos ofertados.
Confira, nos últimos anos, qual foi o comportamento do IPCA e da Selic para ter uma melhor noção da rentabilidade, quando conduzida por um indexador:
Como você pode ver, a rentabilidade de um título do Tesouro Direto pode ser bem maior que a rentabilidade da Poupança.
É claro que cada um deles é mais adequado a determinado perfil de investidor e cenário econômico. Por isso, contar com a ajuda de profissionais do mercado para escolher o título correto faz toda diferença.
Na Toro, você pode usar uma calculadora de rentabilidade, dizendo quanto pretende investir, por quanto tempo, e observando as opções mais rentáveis para esse planejamento:
Poupança ou Tesouro Direto: quais as principais diferenças?
Há várias diferenças entre essas aplicações financeiras. Uma das principais é o rendimento de cada uma, além da sua forma de cálculo. No entanto, existem outros detalhes a analisar. Veja:
Aplicação mínima
As duas modalidades são bastante acessíveis: qualquer quantia pode ser aplicada na Poupança. Já o Tesouro Direto exige a aquisição de, pelo menos, o equivalente a 1% de um título. Ou seja, se um título vale R$200,00, o valor mínimo para investir nele é de R$20,00.
Liquidez
A liquidez se refere à possibilidade de resgatar o valor a qualquer momento. Na Poupança, não há restrições.
Porém, a rentabilidade é considerada somente na data de aniversário do investimento. Por exemplo: se você aplicou o montante dia 1º de agosto e quiser sacá-lo no dia 30 do mesmo mês, não terá rendimento algum, como citamos anteriormente.
No caso do Tesouro Direto, cada título tem um vencimento especificado, mas os juros são incorporados diariamente.
Quando você solicita o resgate do título durante o horário de funcionamento do Tesouro Direto, o dinheiro será disponibilizado para você no dia seguinte.
Em caso de venda antecipada, apenas o Tesouro Selic evita perdas. As outras modalidades podem registrar prejuízos ou ganhos, dependendo do valor de mercado do título no dia da venda.
Isso é um ponto de atenção, mas também pode oferecer oportunidades de ganhar mais com os títulos do Tesouro.
Quais os custos de aplicar na Poupança ou no Tesouro Direto?
A vantagem da Poupança é que há isenção de Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e outras taxas para pessoa física.
Já no Tesouro Direto, existem algumas taxas, mas ainda assim a rentabilidade tende a ser maior que a Poupança.
Uma delas é o IR, conforme a tabela regressiva, que vai de 22,5%, para até 180 dias, a 15%, para mais que 720 dias. Quanto mais tempo o seu dinheiro ficar aplicado, menor será o imposto cobrado.
Se um resgate for realizado em até 30 dias, também pode incidir o IOF, também em uma tabela regressiva. Depois de 30 dias, o investimento é isento desse imposto.
O Tesouro Direto ainda tem a cobrança de uma taxa de custódia, de 0,2% ao ano, e a corretora pode cobrar outras, como a taxa de administração, mas existem várias instituições que fazem a transação gratuitamente.
LEIA TAMBÉM: IOF no Tesouro Direto: como funciona e qual é a alíquota?
Quais são os prós e contras da Poupança?
Nesse contexto apresentado, fica claro que essa alternativa oferece alguns prós para o investidor, mas também alguns contras. Confira:
Pontos positivos da Poupança
A Poupança é segura e ainda conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que preserva até R$250 mil por CPF por instituição financeira, sem ultrapassar o limite de até R$1 milhão em quatro anos.
Esse mesmo seguro também é válido para diversos outros investimentos de Renda Fixa, como CDB, LCI, LCA e Letras de Câmbio.
O procedimento de aplicação também é fácil e rápido, basta ter uma conta específica no seu banco. Mas vale lembrar que hoje em dia, investir em títulos de Renda Fixa também é muito simples.
A isenção de tributos é outro ponto positivo, pois não reduz o seu ganho real. Essa vantagem também é comum nos títulos de LCI e LCA.
Pontos negativos da Poupança
Entretanto, a rentabilidade da Poupança é bastante baixa se comparada a outros investimentos. Por isso, para reunir o mesmo montante, você teria que esperar um período muito maior na caderneta.
Vale a pena reforçar também que boa parte da remuneração é corroída pela inflação e pode até fazer o ganho real ser negativo.
Quais são os prós e os contras do Tesouro Direto?
Os títulos do governo também apresentam alguns pontos positivos e negativos. A seguir, listamos os principais:
Pontos positivos do Tesouro Direto
A garantia dos papéis é do governo federal. Isso significa que a possibilidade de calote é praticamente zero, já que isso significaria o fim de todo o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Outro ponto positivo é a rentabilidade da aplicação. Mesmo não sendo a maior entre os investimentos de Renda Fixa oferecidos do mercado, o Tesouro já ganha da Poupança e pode render o dobro.
Investindo no Título IPCA+, também é possível se proteger da inflação, já que o título rende sempre acima dessa taxa.
Pontos negativos do Tesouro Direto
Um dos pontos negativos é que o Tesouro Direto sofre incidência de IR. Apesar de a remuneração ainda ser maior que a da Poupança, há uma perda pequena do lucro devido aos descontos. Mas vale lembrar que o Imposto de Renda incide apenas sob os lucros.
E mesmo com a tributação, o rendimento do Tesouro ainda costuma ser melhor que o da Poupança.
O importante é que, colocando tudo na ponta do lápis, você perceba qual alternativa é a mais interessante para o seu caso. Considerar seu perfil de investidor é um passo fundamental para selecionar a modalidade mais rentável.
Com isso, você consegue perceber que, entre Poupança e Tesouro Direto, a primeira é prática, e uma boa forma de guardar dinheiro, mas não oferece os melhores retornos. Já o segundo é mais atrativo e traz uma remuneração mais significativa.
⚠️ Lembre-se: o Tesouro Direto é apenas um dos investimentos que existem no mercado. Você pode encontrar alternativas ainda mais rentáveis e tão seguras quanto a Poupança e o Tesouro.
Por fim, é sempre bom lembrar que aqui na Toro você pode contar com ajuda de profissionais especializados para recomendar os melhores investimentos de acordo com o seu perfil.
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