Investir não é só aplicar na primeira alternativa que aparece! Investir com bons resultados significa fazer o dinheiro render alcançando ganhos reais, ou seja, superando a perda do poder de compra natural na economia, a tão famosa inflação.
Um levantamento feito pelo Economista Visual com dados do IBGE e do Banco Central constatou que o real perdeu cerca de 85% do poder de compra desde 1994.No artigo de hoje, você vai aprender o que significa e como fazer o dinheiro render acima da inflação, como os índices de inflação influenciam sua estratégia de investimentos e como escolher as melhores aplicações buscando o ganho real.
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O que pensar antes de fazer o dinheiro render mais?
Antes de entrarmos no assunto principal desse texto, é importante traçar alguns pilares que todo e qualquer investidor deve seguir como as primeiras etapas da sua jornada. Sem esses fundamentos, você não apenas elava o risco dos seus investimentos como provavelmente não escolherá os mais adequados à sua realidade. São eles:- Reserva de emergência: construir uma reserva de emergência de 6 a 18 meses de gastos pessoais é o ponto de partida para investir com mais tranquilidade. Saiba mais sobre isso no vídeo abaixo:
- Perfil de investidor: definir o seu perfil de investidor lhe ajudará a compreender qual é o seu nível de tolerância ao risco (conservador, moderado ou arrojado) e alinhar isso aos seus objetivos.
- Objetivos e tempo: aqui, o intuito é definir quais são as suas metas e o prazo em que deixará os investimentos rendendo, bem como o seu planejamento para aportar regularmente.
- Planejamento e carteira de investimentos: com os itens anteriores prontos, é hora de desenhar a sua carteira de investimentos, isto é, como será a divisão desta (Renda Fixa e Variável), os ativos (ações, ETFs, Fundos, FIIs, etc) que você comprará e em quais proporções. Desse modo, você tem uma preparação estruturada a seguir e evita agir por impulso.
O que é “ganho real” e como se proteger da inflação?
Um conceito que o investidor deve ter pleno conhecimento se quiser superar a inflação todos os anos é o de “ganho real” nos investimentos.O ganho real nada mais é do que a rentabilidade obtida no investimento após subtrair o valor da inflação no mesmo período.Já sabemos que a inflação representa a perda do poder de compra do dinheiro e o conceito de deflação é o inverso disso. Isso significa que as coisas podem não ter ficado mais caras e sim que o dinheiro que perdeu parte poder de compra. Então, ao analisar o quanto um investimento foi realmente bom ou ruim, precisamos considerar na conta qual foi o impacto da inflação no período analisado. Muito além do jargão econômico, isso é importante para avaliar se os investimentos realmente estão trazendo rentabilidade ou simplesmente repondo o poder de compra perdido.
Nos piores casos, há investimentos que perdem feio para a inflação, como a Poupança, por exemplo. Ou seja, na prática, você está jogando dinheiro fora.Para facilitar o raciocínio, você pode fazer comparações da rentabilidade com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira e aquele que regularmente está nos noticiários. Para obter um ganho de fato “real”, seus investimentos devem render acima da inflação oficial. Por exemplo, se uma aplicação lhe retornou 10% de rentabilidade em um ano e o IPCA do mesmo período foi 5%, então, seu ganho real foi de 5%. Confira abaixo um histórico do IPCA e do IGP-M anual desde o ano de 1995: Mas quanto acima da inflação (IPCA) é um bom rendimento? Isso depende das características do investimento, do prazo e do nível de risco que você aceitou correr.
O dólar influencia a inflação brasileira?
Outra dúvida muito recorrente entre os investidores é se e como a taxa de câmbio afeta a inflação. Para início de conversa, o dólar alto não é apenas ruim do ponto de vista e encarecer as viagens para o exterior. Muitos produtos têm seus preços cotados na moeda americana e são negociados no mercado internacional, são as chamadas commodities. Em outras palavras, o preço de uma commodity aqui é, em média, o mesmo do outro lado do mundo. Portanto, se o preço de commodities como o trigo, o café, o petróleo, o minério de ferro e qualquer outra sobe, a matéria-prima fica mais cara para os produtores, que repassam esse aumento para o preço final do produto. Pense em um fabricante de massas e biscoitos que depende do trigo, como a M. Dias Branco (MDIA3) − empresa listada em Bolsa − ou a Petrobras (PETR4), companhia que abastece o mercado interno de combustíveis. Se a matéria-prima de seus produtos está mais cara no mercado internacional, seus custos produtivos aumentam e isso encarece os preços para o consumidor interno, elevando o índice geral de preços. Resultado: inflação!Logo, o valor da taxa de câmbio também afeta diretamente o ganho e perda do poder de compra da nossa moeda local.Confira abaixo um gráfico que ilustra o comportamento do câmbio nos últimos anos comparado ao Ibovespa:
Como fazer o dinheiro render acima da inflação?
Agora que compreendemos conceitos fundamentais sobre a inflação, vamos abordar algumas estratégias que podem ser adotadas pelos investidores para fazer o dinheiro render de verdade. Vamos lá?1. Fuja da Poupança
Quando falamos de investimentos, o pensamento inicial do brasileiro normalmente é saber como fazer o dinheiro render na Poupança. Porém, há mais de 20 anos que essa deixou de ser um boa aplicação. Dê uma olhada no gráfico abaixo que ilustra o rendimento real da poupança desde o início do Plano Real, ou seja, quanto a poupança rendeu já descontando a inflação. No final da década de 1990, a Poupança até era um bom investimento, por isso ainda é tão popular atualmente, pois rendia dígitos duplos acima da inflação. Contudo, essa relação foi se alterando rapidamente e a caderneta passou a oferecer retornos bastante modestos, quando não negativos, para uma aplicação de risco baixo. Lembre-se de que a Poupança rende cerca de 70% da taxa Selic, que passou por reduções históricas recentemente. Além disso, a inflação passou a não estar tão fora de controle quanto em outros tempos.2. Os 100% do CDI podem não representar bons retornos
Outro cuidado que o investidor deve ter é observar as aplicações que são oferecidas com rentabilidade atrelada à taxa do CDI, como, por exemplo: 100% do CDI, 120% do CDI, etc. Ao examinar mais atentamente, esse valor pode não superar a inflação. A taxa DI é aquela que serve como referência entre empréstimos entre as instituições financeiras e segue de perto a taxa Selic, os juros básicos da economia. Então, quando um investimento oferece 100% do CDI, ele vai acompanhar a Selic de perto.A questão é se a Selic está superando ou não o valor da inflação e muitas vezes não estará.Lembre-se que a taxa de juros (Selic) é o instrumento que as autoridades monetárias utilizam para controlar a inflação. Assim sendo, se a inflação está alta, a tendência é que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa de juros.
3. Tesouro IPCA
Uma boa alternativa para se proteger e fazer o dinheiro render mais do que a inflação são os títulos públicos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA. Apesar de ser um investimento de Renda Fixa, eles vão render a variação da inflação no período investido mais uma taxa de juros conhecida no momento da aplicação. Desse modo, você tem plena certeza e segurança de que haverá retorno real, mesmo se o IPCA sair de controle.4. Cuidado com as aplicações prefixadas
Com esses conceitos em mente, também é necessário estar ciente que as aplicações prefixadas, como o Tesouro Prefixado, ganham um risco a mais, uma vez que não sabemos de antemão como a inflação vai se comportar. Digamos que você compre um título prefixado, hoje, que rende 10% ao ano, considerando que a inflação está em 5% em 12 meses. Porém, o cenário econômico muda rapidamente e a inflação dispara para 10%. Esse foi um evento imprevisto que anulou a rentabilidade real do seu investimento. Por isso, os investimentos pré-fixados tendem a ser de prazo mais curtos, mas não dispensam a análise de quais são as perspectivas inflacionárias para o curto prazo.5. Invista na Bolsa de Valores
Uma boa alternativa para fazer seu dinheiro render acima da pressão da inflação, sobretudo no longo prazo, é também investir na Bolsa de Valores. Por meio de produtos como ações, ETFs, BDRs, Fundos Imobiliários (FIIs) e outros, você tem a possibilidade de valorizar seu investimento com a subida das cotações dos ativos e com os proventos recebidos (dividendos, juros sobre o capital próprio e rendimentos).Escolhendo os papéis certos com grande potencial de valorização no longo prazo, você coloca as chances a favor da melhor rentabilidade.Confira no infográfico abaixo por que e como investir na Bolsa de Valores hoje mesmo!
6. Invista em Fundos de Investimentos
Outra estratégia recomendada é fazer aplicações em Fundos de Investimentos. Nessa categoria, há diversas possibilidades, especialmente entre os Fundos Multimercados e Fundos de Ações. Com esses investimentos, você conta com a expertise e a dedicação do gestor para escolher os melhores ativos e fazer a administração do patrimônio do Fundo, buscando as alocações mais adequadas para ampliar a rentabilidade.7. Siga carteiras recomendadas por experts
Além das dicas anteriores, você tem a possibilidade de seguir carteiras de investimentos recomendadas por especialistas de mercado. Elas são boas alternativas tanto para o curto quanto para o longo prazo, uma vez que os Analistas fazem todo o trabalho de estudo e escolha dos ativos, oferecendo grande possibilidade de rentabilidade superior aos índices e à inflação. Aqui na Toro, você conta com sugestões das seguintes carteiras recomendadas:- Relatório de Alocação mensal
- Carteira de dividendos
- Carteira de Fundos Imobiliários (FIIs)
- Carteira de BDRs
- Melhores investimentos para este ano