Follow-on refere-se a uma oferta adicional de ações de uma empresa que já está listada em Bolsa. Isso ocorre quando a empresa decide emitir mais ações para o público, com o propósito de financiar novos projetos, quitar dívidas ou efetuar outras atividades.
Se você investe na Bolsa de Valores, é importante conhecer um conceito fundamental que envolve a venda de ações adicionais por uma empresa: o Follow-on.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes como funciona, quais são as vantagens dessa negociação, os principais tipos, entre outras informações relevantes. Acompanhe a leitura!
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O que é Follow-on?
O Follow-on, também chamado de oferta subsequente de ações, refere-se a uma emissão adicional de ações por uma empresa que já tem ações negociadas publicamente, ou seja, que já fez o IPO.
Esse processo permite que a empresa levante capital adicional vendendo mais ações aos investidores.
Geralmente, o objetivo é financiar novos projetos, pagar dívidas ou realizar outras atividades empresariais.
Em outras palavras, é quando uma companhia com capital aberto na Bolsa de Valores resolve emitir mais ações para serem negociadas no mercado.
Como funciona essa oferta subsequente de ações?
O processo de Follow-on funciona seguindo alguns passos, como:
- Decisão da empresa: a organização decide emitir novas ações para levantar capital. Isso pode ser motivado por necessidades de financiamento para expansão, redução de dívidas ou outros fins corporativos.
- Aprovação acionária: a decisão de emitir novas ações geralmente precisa ser aprovada pelos acionistas da empresa em uma assembleia geral.
- Determinação do preço: a empresa determina o preço das novas ações a serem emitidas. Isso pode ser feito com base em avaliações de mercado, considerações financeiras e estratégicas.
- Registro na Comissão de Valores Mobiliários: a empresa registra a oferta na autoridade reguladora de valores mobiliários do país, isto é, na CVM.
- Divulgação ao mercado: a empresa divulga informações relevantes sobre a oferta, incluindo o motivo, a quantidade de ações a serem emitidas e o preço.
- Período de subscrição: os acionistas existentes geralmente têm o direito de subscrever as novas ações em uma proporção específica em relação às suas participações atuais.
- Oferta ao público: após o período de subscrição, as novas ações podem ser oferecidas ao público em geral. Investidores interessados compram as ações conforme disponibilidade.
- Alocação e liquidação: as novas ações são alocadas aos investidores, e o pagamento é liquidado. Os recursos levantados são então utilizados pela empresa conforme os objetivos previamente estabelecidos.
A empresa, portanto, tem a oportunidade de captar recursos adicionais, mas pode diluir a participação dos acionistas existentes, uma vez que o número total de ações em circulação aumenta.
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Quais são os tipos de Follow-on?
Os tipos principais de Follow-on são o primário e o secundário. Veja como funciona cada um deles a seguir:
Oferta primária
No Follow-on primário, novas ações são emitidas, e os recursos obtidos vão diretamente para a empresa.
O objetivo aqui é levantar capital para financiar expansões, investimentos ou pagar dívidas.
Oferta secundária
Já no Follow-on secundário, as ações são vendidas por acionistas existentes, não pela empresa. Isso permite que os acionistas existentes, como investidores institucionais ou membros da administração, vendam parte de suas participações.
Esses são os tipos mais comuns, embora a estrutura exata pode variar com base nas circunstâncias específicas de cada empresa e oferta de ações.
Exemplo prático de Follow-on
Para citar um exemplo prático de como funciona essa negociação, podemos citar a Tesla, empresa do bilionário Elon Musk, que anunciou uma oferta de ações subsequente em 2020.
Em fevereiro de 2020, a Tesla buscava levantar capital para financiar suas operações em expansão, incluindo a construção da fábrica Gigafactory em Xangai, na China, bem como investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Assim, a empresa anunciou uma oferta de aproximadamente 2 bilhões de dólares em ações ordinárias. Elon Musk, CEO da Tesla, expressou a intenção de comprar até U$10 milhões em ações na oferta.
Na época, a notícia da oferta de Follow-on foi seguida por um aumento nas ações da Tesla, indicando a confiança dos investidores nas perspectivas da empresa.
Inclusive, a oferta foi destinada a investidores institucionais, e a Tesla também permitiu que acionistas existentes participassem proporcionalmente à sua participação atual por meio dos direitos de subscrição.
Por conta disso, a companhia levantou com sucesso os fundos pretendidos por meio da oferta de Follow-on. Os recursos foram utilizados para apoiar os projetos de expansão e inovação da empresa.
Esse exemplo destaca como as empresas, mesmo aquelas já bem estabelecidas, podem recorrer a ofertas de Follow-on para financiar iniciativas estratégicas e impulsionar seu crescimento.
Qualquer pessoa pode participar do Follow-on?
De acordo com informações da B3, pela Instrução CVM 400, “a oferta é destinada ao público em geral, inclusive aos investidores de varejo, sendo exigida ampla, transparente e adequada divulgação de informações sobre a oferta, as ações ofertadas, a empresa e os demais envolvidos.”
Há também a Instrução CVM 476, em que “a oferta é destinada exclusivamente para investidores profissionais, sendo distribuída com esforços restritos. Adicionalmente, a oferta com esforços restritos é dispensada de registro na CVM e não há obrigação de elaboração de prospecto.”
Em resumo, a participação em um Follow-on pode envolver diferentes grupos de investidores, dependendo das circunstâncias específicas da oferta.
Normalmente, participam:
- Acionistas existentes: normalmente têm o direito de comprar novas ações proporcionalmente às suas participações atuais antes que a oferta seja aberta ao público em geral.
- Investidores institucionais: Fundos de Investimento, bancos e outras instituições financeiras podem participar diretamente da oferta, comprando novas ações.
- Investidores estratégicos: empresas ou investidores estratégicos podem participar de uma oferta PIPE (Private Investment in Public Equity), adquirindo uma parcela significativa de novas ações.
É importante ressaltar que a elegibilidade para participar de um Follow-on pode depender das regulamentações do mercado de capitais e das regras específicas da oferta, como mostram as instruções da CVM citadas anteriormente.
Normalmente, acionistas existentes têm preferência durante o período de subscrição, enquanto a participação de investidores institucionais e estratégicos pode ocorrer durante e após a oferta.
Qual é a importância da oferta subsequente de ações?
Para quem investe na Bolsa, é importante entender a importância do Follow-on no cenário financeiro e corporativo.
Veja a seguir alguns motivos que reforçam a importância da oferta subsequente de ações:
- Captação de capital adicional: permite que as empresas levantem capital extra para financiar projetos de expansão, investir em pesquisa e desenvolvimento, pagar dívidas ou cumprir outras necessidades financeiras.
- Fortalecimento do balanço patrimonial: ao emitir novas ações, as empresas podem fortalecer seu balanço patrimonial, melhorando a posição financeira geral e aumentando a capacidade de tomar decisões mais estratégicas.
- Crescimento sustentável: o capital levantado por meio de Follow-on pode ser direcionado para oportunidades de crescimento, permitindo que as empresas expandam suas operações.
- Diminuição de endividamento: companhias que optam por usar os recursos do Follow-on para pagar dívidas podem melhorar sua estrutura de capital, reduzindo custos e aumentando a confiança dos investidores.
- Participação dos acionistas: a oferta subsequente de ações, quando acompanhada de direitos de subscrição para acionistas existentes, permite que eles mantenham ou aumentem sua participação na empresa, preservando seus interesses.
- Mercado de capitais eficiente: o Follow-on contribui para a eficiência do mercado de capitais, proporcionando uma maneira para as empresas acessarem recursos financeiros e para os investidores diversificarem seus portfólios.
- Sinal de confiança: esse tipo de negociação na Bolsa pode ser interpretada como um sinal de confiança no futuro da empresa, tanto pelos investidores existentes quanto pelos novos participantes.
Enfim, o Follow-on é uma ferramenta financeira que possibilita às empresas crescerem, ajustarem suas estruturas financeiras e responderem dinamicamente às mudanças nas condições de mercado, contribuindo para o funcionamento eficiente e saudável do mercado de capitais.
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