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Fundos Quantitativos: o que são e como funcionam? Entenda!

A tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço no mercado financeiro e, com ela, aparecem novas formas de aplicar o dinheiro de maneira estratégica. Um exemplo disso são os Fundos Quantitativos.

Esses Fundos de Investimentos utilizam modelos matemáticos, algoritmos e análises estatísticas para tomar decisões no lugar da intuição humana.

Embora ainda seja pouco conhecido por muitos investidores brasileiros, ele já é amplamente utilizado em grandes mercados internacionais e vem ganhando destaque por oferecer uma abordagem mais técnica, disciplinada e baseada em dados, isto é, em algoritmos e Inteligência Artificial.

Por isso, neste artigo, vamos explicar o que são os Fundos Quantitativos, como eles funcionam, qual a diferença em relação aos fundos tradicionais, se eles são operados apenas por robôs e, principalmente, para quem esse tipo de estratégia pode fazer sentido. Vamos lá?

O que é um Fundo de Investimento Quantitativo?

Um Fundo de Investimento Quantitativo é um tipo de Fundo que utiliza modelos matemáticos, estatísticos e algoritmos para tomar decisões de investimento.

Em vez de depender da análise subjetiva de um gestor (como ocorre nos Fundos tradicionais), eles seguem estratégias baseadas em dados e regras bem definidas.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar o que significa o termo “quantitativo” no contexto de investimentos.

“Quantitativo” está ligado ao uso de números, padrões e dados históricos para prever o comportamento dos ativos e identificar oportunidades no mercado. A ideia é tirar o “achismo” da equação.

Como os Fundos Quantitativos funcionam?

Os gestores quantitativos criam modelos computacionais que analisam grandes volumes de informações, como preços, volume de negociações, indicadores econômicos e até dados alternativos, como clima ou sentimento de notícias.

Assim, com base nesses dados, os modelos indicam quando comprar ou vender ativos, como ações, moedas, títulos etc.

Então, como são regidos normalmente por robôs, as decisões seguem regras preestabelecidas, o que reduz a influência de emoções humanas.

Além disso, os modelos podem identificar oportunidades rapidamente, sendo uma alternativa interessante para o mercado financeiro, que é muito dinâmico. É possível rodar diferentes modelos ao mesmo tempo, cada um com uma lógica específica.

Contudo, existem riscos a serem considerados. Se o modelo tiver falhas ou se o mercado mudar de comportamento, por exemplo, o Fundo pode ter prejuízos.

Além disso, muitas vezes o investidor não entende exatamente como o Fundo opera, o que exige um voto de confiança na equipe gestora.

Em poucas palavras, podemos dizer que um Fundo Quantitativo investe com base em ciência de dados e tecnologia. Ele tenta usar Inteligência Artificial e algoritmos para buscar retornos consistentes e previsíveis, mas, como todo investimento, também envolve riscos.

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Diferenças entre Fundos Quantitativos e Fundos tradicionais

Existem algumas diferenças entre os Fundos Quantitativos e os Fundos tradicionais. Para explicar melhor como funcionam, elaboramos a tabela a seguir.

CaracterísticaFundo tradicionalFundo Quantitativo
Tomada de decisãoSubjetiva, baseada no julgamento do gestorObjetiva, baseada em modelos matemáticos
Uso de dadosDados financeiros e análise qualitativaGrandes volumes de dados processados por algoritmos
Influência emocionalPode ser afetado por emoções ou viés humanoReduzida, pois segue regras predefinidas
Velocidade de respostaMais lenta, depende da análise humanaRápida, baseada em sistemas automatizados
Exemplo de atuaçãoCompra ações com base em fundamentos da empresaCompra/venda com base em padrões de preço, volume e indicadores
Tecnologia envolvidaBaixa a moderadaAlta: algoritmos, inteligência artificial, aprendizado de máquina (Machine Learning)
Risco de modeloBaixo: depende mais da habilidade do gestorAlto: se o modelo for mal construído, pode causar prejuízos

Os Fundos Quantitativos são operados somente com Inteligência Artificial?

Essa é uma dúvida bastante comum, mas a resposta é simples: não necessariamente.

Os Fundos Quantitativos são baseados em modelos matemáticos e algoritmos, mas isso não significa que todos sejam operados exclusivamente por Inteligência Artificial.

É verdade que esses Fundos usam algoritmos e tecnologia para tomar decisões, mas isso não significa que tudo funcione no automático, sem supervisão.

Em muitos casos, os modelos apenas geram sinais ou sugestões, e a equipe gestora é quem decide se e como executar as operações.

Assim, mesmo nos Fundos mais automatizados, existe sempre uma equipe de profissionais por trás, sejam programadores, estatísticos, analistas e gestores, monitorando os sistemas, ajustando as estratégias e garantindo que tudo esteja funcionando corretamente.

Ou seja, a Inteligência Artificial ajuda, mas não substitui completamente o olhar humano.

Para quem esse tipo de Fundo é indicado?

Fundos Quantitativos são mais indicados para investidores que buscam diversificação na carteira e têm interesse em estratégias mais sofisticadas, baseadas em tecnologia e dados.

Eles costumam atrair principalmente quem já tem alguma familiaridade com o mercado financeiro, está disposto a assumir riscos e quer se expor a um modelo de gestão menos subjetivo.

Também podem ser uma boa opção para quem deseja reduzir a dependência de Fundos tradicionais, que muitas vezes seguem estratégias parecidas entre si.

Porém, vale lembrar que esses Fundos não são necessariamente melhores ou piores do que os tradicionais, são apenas diferentes.

Inclusive, seu desempenho pode ser muito bom em determinadas fases do mercado, especialmente quando há padrões e tendências que os modelos conseguem capturar com precisão.

Mas, por outro lado, em cenários muito imprevisíveis ou quando há mudanças abruptas nas regras do jogo, os modelos quantitativos podem falhar ou demorar para se adaptar.

Vale a pena investir nos Fundos Quantitativos?

Por fim, será que vale a pena investir nesse tipo de Fundo?

Pode sim valer a pena, desde que você entenda minimamente como ele funciona, conheça o perfil de risco envolvido e escolha um Fundo com boa gestão, histórico consistente e transparência nas estratégias.

Como em qualquer investimento, o ideal é que ele esteja alinhado aos seus objetivos, ao seu perfil de investidor e à sua tolerância ao risco. E, claro, sempre que possível, com a orientação de um Assessor de Investimentos.