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[Conjuntura Econômica] Como investir a partir de novembro de 2022?

O Boletim da Conjuntura Econômica da Toro Investimentos traz para você, sempre no começo de cada mês, um resumo de qual é o cenário mais atualizado das condições econômicas no Brasil e no exterior, além de como isso tem afetado as decisões dos investidores no mercado e as perspectivas para o futuro. 

O que é a conjuntura econômica?

A conjuntura econômica nada mais é do que a interpretação de como está o mais recente contexto da economia de forma geral, tomando como base alguns indicadores chaves, tais como:

  • Inflação e câmbio.
  • Taxa de juros (Selic).
  • Políticas fiscais e monetárias.
  • Emprego, renda e endividamento das famílias.
  • Confiança dos consumidores e dos empresários.
  • Níveis de atividade econômica, poupança e investimentos.
  • Ciclos das commodities e balança comercial (diferença entre importações e exportações).

Dessa maneira, seu estudo também auxilia o entendimento dos ciclos econômicos de curto prazo e crescimento de longo prazo.

A análise da conjuntura permite que os economistas, investidores, governo, empresas, Assessores e Analistas de mercado se orientem no cenário atual, tomem melhores decisões e projetem os rumos que a economia nacional e global podem seguir. 

A ideia é tornar mais clara a compreensão de como a economia afeta a vida das pessoas, como o governo aplica suas políticas, como as empresas definem suas estratégias e como os investidores decidem quais produtos financeiros estão mais rentáveis para investir.

Como foram os meses anteriores?

No Brasil e no mundo, os principais fatos que mexeram com os mercados nos meses anteriores foram:

Local/Principais destaques
BRASIL
IPCA tem deflação de 0,36% em agosto. No ano, a alta é de 4,39% e 8,73% em 12 meses.
IPCA-15 de setembro foi de -0,37%, acumulando 9,60% em um ano.
Taxa de desemprego cai para 8,9%, menor valor desde dezembro de 2015.
Caged: criação de 278,6 mil postos de empregos em agosto, acima das expectativas.
Setor de serviços sobe 1,1% em julho, 3ª alta seguida e ponto mais alto desde novembro de 2014.
Vendas do varejo caem 0,1% em agosto. No ano, o acumulado é de alta de 0,5%. 
Confiança do consumidor sobe em setembro ao melhor nível desde janeiro de 2020.
Confiança empresarial sobe 0,8 ponto em setembro e atinge maior nível desde agosto de 2021.
Confiança da indústria cai em setembro em 11 dos 19 segmentos monitorados pela FGV.
PMI da indústria reduziu para 51,1 em setembro, versus 51,9 em agosto.
IBC-Br (prévia do PIB) cresce 1,17% em julho, maior nível desde dezembro de 2014.
Indicador de Incerteza da Economia da FGV chega ao menor nível desde novembro de 2019.
Balança comercial tem superávit de US$ 47,9 bilhões no acumulado do ano até setembro, queda de 15,1% comparando com o mesmo período do ano passado.
EUA
– Fed eleva taxa de juros em 0,75 p.p. para o intervalo 3% e 3,25% ao ano.
– BC americano anuncia que novos aumentos de juros estão previstos para conter a inflação.
– Jerome Powell irá tolerar uma recessão com o intuito de conter a inflação.
– Juros americanos devem subir para 4,6% em 2023.
– Inflação medida pelo CPI sobe 0,1% em agosto ante expectativa de queda de 0,1%.
– Inflação medida pelo PCE, referência do Fed, sobe 0,6% em agosto, acima do esperado.
– Em setembro, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 8,91%, 8,68% e 9,66%, respectivamente.
EUROPA
– Liz Truss assume como nova primeira-ministra do Reino Unido.
– Libra atinge menor valor ante o dólar desde 1985.
– Banco da Inglaterra sobe os juros de 1,75% para 2,25% ao ano e começa a comprar títulos.
– Reino Unido volta atrás em pacote de corte de impostos.
– Inflação alemã atinge ponto mais alto nos últimos 25 anos.
– Alemanha e Reino Unido criam pacotes para conter preços de energia em alta.
– Inflação na zona do euro atinge 2 dígitos (10% em 12 meses), um novo recorde.
BCE anuncia aumento dos juros, levando-os para 0,75% ao ano.
– Índice de ações Stoxx 600 atinge menor nível em 21 meses.
ÁSIA/OCEANIA
– Iuan chega ao menor nível frente ao dólar desde 2008.
– BC da China anuncia medidas para estimular a economia e conter desvalorização da moeda.
– China caminha para pior ano em muitas décadas com reflexos da Covid e da crise imobiliária.
– Índia, Austrália e Nova Zelândia sobem juros para esfriar a inflação.
– Japão enfrenta maior desvalorização do iene e intervém no câmbio pela 1ª vez em 24 anos.
– Inflação no Japão acelera para 2,8% na leitura anual de agosto.
– Banco do Japão vai manter postura estimulativa e não subirá juros, por enquanto.

Variação do Ibovespa

O índice terminou o mês de setembro com uma alta acumulada de 0,47%, subindo pelo 3º mês seguido e mantendo o acumulado do ano no positivo (+4,97%). 

Novamente, notamos mais volatilidade nos mercados de risco e cautela por parte dos investidores, uma vez que o clima de incertezas permanece em evidência nos cenários interno e global. 

Confira a variação do Ibov mês a mês nos últimos 3 anos:

Mês Variação em 2020 Variação em 2021 Variação em 2022
Janeiro −1,63% −3,32% +6,98%
Fevereiro −8,43% −4,21% +0,89%
Março −29,90% +5,90% +6,06%
Abril +10,25% +1,94% −10,10%
Maio +8,57% +6,16% +3,22%
Junho +8,76% +0,46% −11,50%
Julho +8,27% −3,94% +4,69%
Agosto −3,44% −2,48% +6,16%
Setembro −4,80% −6,57% +0,47%
Outubro −0,69% −6,74% +5,45%
Novembro +15,90% −1,53%
Dezembro +9,30% +2,85%
Acumulado +2,92% −11,93% +10,70%

O mês passado foi marcado por alguns fatos nos mercados de Renda Variável, tais como:

  • Inflação generalizada no mundo inteiro e Bancos Centrais das principais economias elevando juros.
  • Guerra persistente na Ucrânia acentuando a crise energética e custo dos alimentos na Europa.
  • Volatilidade no cenário pré-eleitoral brasileiro.
  • Inflação perdendo força no Brasil e Banco Central fazendo primeiras sinalizações de redução da Selic a partir do ano que vem.
  • Risco de recessão global e menor crescimento da China colocam as empresas exportadoras brasileiras em alerta.
  • Temporada de balanços do segundo trimestre dão certo alívio ao mercado.

Confira quais foram as maiores altas e baixas do Ibovespa em setembro:

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Dólar

Em outubro, o dólar se fortaleceu face ao real (+4,39%) e frente aos pares de moedas fortes (+3,15% no DXY), tendo encerrado o mês cotado a R$5,41.

A moeda americana frente ao real segue ancorada nas expectativas e temores de recessão internacional, além dos apertos monetários nas principais economias do mundo, sobretudo EUA e União Europeia.

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A elevação dos juros pelo Fed, como veremos no decorrer do conteúdo, favoreceu a moeda americana frente aos seus principais pares de moedas fortes e face ao real, que teve suas cotações também afetadas pela volatilidade eleitoral brasileira.

Ademais, o cenário global mais ruidoso exerceu maior pressão sobre o mercado, com os investidores renovando temores de que Bancos Centrais de economias desenvolvidas continuem elevando juros para conter a inflação, culminando numa recessão mundial, o que somou-se às movimentações pré-eleitorais mais cautelosas às vésperas do 1º turno.

A intenção do BC americano em continuar subindo os juros pode afetar diretamente o mercado de câmbio, fazendo com que seja mais difícil que o real siga se valorizando.

 
Flag: Brazil on Google Noto Color Emoji  Conjuntura econômica brasileira

A conjuntura econômica nacional ainda é bastante marcada pelos rumos da inflação, da política monetária e pelas eleições de outubro. 

O IPCA de agosto registrou deflação de 0,36%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA recuou da casa dos 2 dígitos (10,07% em julho) para 8,73%. Em 2022, acumula alta de 4,39%.

Dos 9 grupos pesquisados, 7 apresentaram variação positiva, com destaque para vestuário (+1,69%) e saúde e cuidados pessoais (+1,31%). Alimentos e bebidas, que em julho haviam subido 1,3%, desaceleraram e ficaram 0,24% mais caros.

Apesar da alta na maior parte dos itens, o IPCA foi puxado para baixo com a queda expressiva no grupo transportes, (-3,37%), além do recuo no grupo comunicação (-1,10%).

O impacto no índice pode ser atribuído principalmente à limitação das alíquotas do ICMS, aprovada em junho de 2022, principalmente sobre combustíveis, energia elétrica e comunicação.

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No aspecto microeconômico, tanto o endividamento e a inadimplência das famílias cresceram em agosto, mostram dados da CNC.

Confira abaixo alguns dos principais indicadores da conjuntura econômica até o começo de outubro:

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A taxa de desemprego caiu para 8,9% em agosto, embora a criação de vagas ainda esteja concentrada em vagas de baixa escolaridade.

Outro dado importante que mostra a precarização do mercado de trabalho brasileiro é o rendimento. Dados do IBGE mostram que o rendimento médio habitual, que chegou próximo de R$3 mil em 2015, hoje é de R$2.713. Além disso, o número de trabalhadores sem carteira assinada bateu recorde na última leitura: 13,6 milhões de pessoas.

Por fim, a economia brasileira segue revisando para cima as previsões do PIB, conforme novos indicadores são anunciados e surpreendendo.

Por exemplo: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – também chamado de “prévia do PIB” – teve alta de 1,17% em julho, enquanto o mercado aguardava apenas 0,30% de crescimento. 

Boletim Focus

Na última publicação, o Relatório Focus trouxe as projeções abaixo para o fechamento da inflação, PIB, dólar e Selic em 2022-24.

O mercado espera que a inflação medida pelo IPCA termine o ano novamente acima da meta de 3,5%, embora as autoridades já começam a especular a possibilidade de cumprir ao menos o teto estabelecido no regime de metas para esse ano.

No dia 21 de setembro, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. Isso marcou o encerramento do maior ciclo de altas dos últimos 23 anos em que a Selic subiu 12 vezes seguidas desde março de 2021.

No comentário publicado, os dirigentes do Bacen destacaram que o cenário continua desafiador para a inflação global, com um ambiente adverso e volátil, que tem fornecido contínuas revisões negativas para o crescimento das grandes economias, especialmente a China, enquanto países desenvolvidos estão em pleno ciclo de aperto monetário, com taxas de juros cada vez mais elevadas.

Ao mesmo tempo, no âmbito interno, o quadro fiscal brasileiro segue sendo monitorado de perto, com risco de agravamentos.

Dessa forma, tendo em vista o ciclo de alta de juros bem avançado no Brasil, os membros do Comitê decidiram manter a Selic, embora tenham deixado a porta aberta para novos aumentos no futuro, caso entendam ser necessário, diante de uma possível maior deterioração dos fundamentos macroeconômicos domésticos e externos.

Durante o mês passado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou que a taxa Selic poderá começar a ser reduzida em junho de 2023. 

Campos Neto afirmou que o BC usa a curva de juros do Boletim Focus e este mostra um corte em junho do ano que vem. As últimas previsões do informativo foram:

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Conjuntura econômica mundial

Nos principais mercados, podemos destacar o seguinte contexto na análise da conjuntura econômica internacional:

Estados Unidos

Nos EUA, o clima ainda é sombrio em meio à alta inflação e postura mais agressiva (hawkish) do Federal Reserve na condução da política monetária do país. 

O Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 8,3% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, ante 8,5% em julho e 9,1% em junho, que foi a maior taxa de inflação em 4 décadas.

a medida de inflação de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), número que o Fed usa oficialmente ao tentar atingir meta de 2%, subiu 0,6% em agosto ante julho, acima do esperado.

Na comparação anual (acumulado de 12 meses), o núcleo do PCE cresceu 4,9%, acima da estimativa de 4,7%, colocando pressão no BC americano para apertar ainda mais a política monetária.

Com isso, o Fed anunciou seu 3º aumento consecutivo da taxa de juros em 0,75 p.p., sendo a 5ª alta do ano, e sinalizou que aumentos adicionais ainda são prováveis para conter a inflação.

A decisão, apoiada por unanimidade pelo comitê de 12 membros, elevou a taxa para uma faixa entre 3% e 3,25% ao ano, um nível visto pela última vez no início de 2008.

Com isso, mais uma vez as Bolsas americanas tiveram um mês negativo observaram uma forte aversão ao risco. O S&P 500, o Dow Jones e a Nasdaq caíram 8,91%, 8,68% e 9,66%, respectivamente.

Europa

Na Europa, os principais destaques foram:

Reino Unido

Muito do noticiário econômico europeu de setembro veio do Reino Unido. Para começar, após longa disputa, o Partido Conservador escolheu Liz Truss para ser sua nova líder e primeira-ministra do Reino Unido, em sucessão a Boris Johnson. 

Uma das primeiras medidas de Truss foi confirmar os planos de até £150 bilhões para subsidiar contas de energia para residências e empresas. 

Já ao final da 1ª semana de setembro, a libra atingiu o menor valor ante o dólar desde 1985, em virtude da recessão iminente, alta no endividamento, crise energética, gastos e inflação (ver gráfico abaixo). 

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Para conter a inflação crescente (9,9% em 12 meses na leitura de agosto), o Banco da Inglaterra aumentou sua taxa básica de 1,75% para 2,25% ao ano, a 7ª elevação seguida.

Outra medida que causou burburinho nos mercados foi quando o novo governo do Reino Unido anunciou um amplo programa de cortes de impostos e incentivos ao investimento. Isso desagradou o mercado e colocou mais pressão sobre a libra.

A moeda caiu para uma nova baixa de 37 anos em relação ao dólar (abaixo de US$ 1,103) nas primeiras horas após o anúncio, quando os investidores abandonaram os títulos do governo do Reino Unido e o FTSE 100 caiu para seu nível mais baixo desde março.

Em seguida, o governo do Reino Unido reverteu os planos, após forte reação pública e uma grande turbulência no mercado. 

O Banco da Inglaterra, então, suspendeu o início planejado de sua venda programada de títulos e começou a comprar temporariamente títulos de longo prazo para acalmar o caos financeiro. Os rendimentos de ouro do Reino Unido estavam a caminho de seu maior aumento mensal desde pelo menos 1957.

Alemanha

Na maior economia da Europa, o governo também anunciou um pacote de proteção contra os preços da energia, o principal vilão no índice de inflação.

Em agosto, a inflação alemã chegou ao nível mais alto em 25 anos (10,9% na base anual) harmonizada com dados da UE. Já a inflação não-harmonizada foi de 10%, a mais alta desde os anos 1950.

Em agosto, os preços ao produtor subiram no ritmo mais acelerado desde que os recordes começaram a ser registrados, sendo que o custo com eletricidade subiram cerca de 175% na leitura anual

O país direcionou 200 bilhões de euros para proteger empresas e consumidores das dificuldades e altos preços de gás e eletricidade, ainda decorrentes do conflito na Ucrânia.

Como reflexo a isso, o PMI (índice de gerentes de compras) industrial do país caiu ao menor nível em 26 meses (49,1 pontos) e abaixo dos 50 pontos, o que indica uma contração da atividade.

Zona do euro

Na zona do euro e no restante da Europa as preocupações são semelhantes: a alta da inflação causada pela energia e alimentos e os aumentos das taxas de juros para segurar os preços. 

A inflação na zona do euro atingiu um novo recorde de 10% em setembro ante 9,1% em agosto (ver gráfico a seguir) e acima das projeções de consenso de 9,7%, disse a Eurostat.

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Com isso, o Banco Central Europeu anunciou um aumento de 75 pontos-base na taxa de juros do bloco, levando sua taxa de depósito de referência para 0,75%.

O BCE, que define a política monetária para os 19 países que usam o euro, havia mantido as taxas em território negativo desde 2014, em uma tentativa de estimular os gastos e combater a inflação baixa à época.

Em outras economias, também houve subida nos juros:

  • O BC suíço elevou as taxas em 75 pontos-base para 0,5%, uma mudança que encerrou uma era de taxas negativas na Europa.
  • O BC da Suécia subiu os juros para combater a inflação anual mais alta em 30 anos (9% em agosto). O Riksbanken elevou os juros para 1,75% ao ano.
  • Na Dinamarca, o Denmark National Bank elevou os juros para 0,65% logo após alta do BCE. O país foi o que teve taxas negativas por mais tempo do que qualquer outro no continente.

Juros mais altos contraem a economia e sinais disso já podem ser medidos. O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro caiu ao nível mais baixo em 20 meses e abaixo da linha que separa contração da expansão econômica. 

Por fim, na Bolsa de Valores, as elevações de juros também mostraram seus efeitos. O índice europeu de ações Stoxx 600 afundou ao menor nível em 21 meses com os temores de recessão que assombram o bloco, além do agravamento da crise energética e da elevação dos juros americanos que impulsionam os rendimentos de títulos públicos.

Ásia e Oceania

Na Ásia e Oceania, os principais destaques são:

China e Índia

As notícias vindas da China voltavam suas atenções principalmente para a condução da política monetária do país e para a forte desvalorização do iuan. 

No final de setembro, o iuan “onshore” acumulou perdas que o levaram ao nível mais baixo ante o dólar desde a crise de 2008.

O movimento é resultado da força que a moeda americana ganhou após os anúncios de uma postura mais rígida do Fed na política monetária.

Como resposta, o Banco Popular da China anunciou novas medidas para desacelerar o ritmo da recente desvalorização do iuan, tornando mais caro apostar contra a moeda e inclusive fazendo ameaças a quem se posicionar contra a moeda.

Na economia, a China caminha para o seu pior ano em muitas décadas, ainda como reflexo da política de Covid-zero e da crise em seu mercado imobiliário.

O Banco Mundial cortou previsão de crescimento da China e disse que as economias emergentes na Ásia são vistas ultrapassando a China em crescimento anual pela 1ª vez desde 1990.

Nesse sentido, o BC da China reduziu o custo dos empréstimos de recompras reversas de 14 dias e intensificou as injeções de dinheiro para compensar a maior demanda no final do trimestre.

Por fim, ainda na Ásia, o Reserve Bank of India elevou sua taxa de juros em 50 pontos-base para 5,90%, o 4º aumento desde maio, juntando-se aos pares globais na tomada de medidas agressivas para combater o aumento dos preços no contexto da guerra da Rússia na Ucrânia.

Japão

No Japão, além da inflação, há a preocupação com a desvalorização do iene. O núcleo da inflação ao consumidor do Japão acelerou para 2,8% em agosto, atingindo o ritmo anual mais rápido em quase 8 anos.

No entanto, o Bank of Japan (BoJ) se comprometeu a manter as taxas de juros ultrabaixas e permanecer como uma exceção em uma onda global de aperto da política monetária.

No câmbio, o governo japonês e o BoJ intervieram para comprar o iene e vender dólares pela 1ª vez em cerca de 24 anos depois que a moeda enfraqueceu devido a indicações de que o BC  manteria sua política monetária “ultraestimulativa”.

Oceania

Na Oceania, em setembro, BC da Austrália elevou sua taxa básica de juros pelo 5º mês consecutivo para uma alta de sete anos de 2,35% ao ano. Já em outubro, a entidade surpreendeu ao elevar a taxa em 25 pontos-base para um novo pico de 9 anos (2,60%), mas abaixo do esperado, dizendo que elas já subiram substancialmente, embora tenha acrescentado que ainda seria necessário um aperto adicional.

Por fim, o BC da Nova Zelândia aumentou sua taxa de juros pela 8ª vez em 12 meses e para o valor mais alto em 7 anos. A alta foi de 50 pontos-base, o que levou os juros anuais para 3,5% com o intuito de esfriar a inflação crescente em uma economia que se mostra sobrecarregada.

Como a conjuntura afeta os investimentos?

A conjuntura econômica, no mundo dos investimentos, aponta para um cenário de aversão ao risco, ainda que em menor grau, e procura por proteção contra a inflação em um contexto que se apresenta como desafiador para as economias mundiais, sobretudo para os gigantes EUA, China e União Europeia, trazendo reflexos globais.

Diversificação, mais do que nunca, é a palavra do momento. Apesar das decisões sobre os juros no Brasil e nos EUA terem vindo em linha com a expectativa majoritária do mercado, há impactos importantes em determinadas classes de ativos.

Após a decisão americana, o dólar ganhou mais força em relação a uma cesta de moedas das principais nações mundiais, com o indicador DXY nos maiores níveis das últimas duas décadas.

Neste cenário de moeda americana mais apreciada estruturalmente que outras moedas, Fundos Cambiais que investem em dólar se mostram como ótima alternativa para o portfólio. 

Ao mesmo tempo, com a manutenção dos atuais níveis de 13,75% a.a. para a taxa de juros no Brasil, e a expectativa de se manter a Selic por período “suficientemente prolongado”, os produtos financeiros relacionados à Renda Fixa ainda devem ter grande relevância na carteira dos investidores.

Renda Fixa

Atualmente, nota-se uma preferência do investidor por alocação na Renda Fixa com os juros em patamar elevado por mais tempo.

 

De acordo com dados da Anbima, o investimento em Renda Fixa voltou a crescer no 2º tri e representava 61,3% dos investimentos dos brasileiros no período, o maior patamar trimestral em 4 anos.

Por outro lado, os títulos públicos de curto prazo, isto é, aquele com vencimento até 5 anos foram os preferidos em agosto, disse o Tesouro Nacional

Já a caderneta de Poupança, aplicação financeira mais tradicional no país, continua a enfrentar a fuga de recursos. Em agosto, os brasileiros sacaram R$ 22,02 bilhões a mais do que depositaram na caderneta, informou o Banco Central. Essa é a maior retirada líquida registrada para um mês desde o início da série histórica, em 1995.

A interrupção de altas da Selic pode frear esse movimento, mas os papéis podem seguir interessantes, uma vez que a taxa de juros deve parar de subir, mas não há perspectivas de redução no curtíssimo prazo.

Outra modalidade que apresentou bastante procura na Renda Fixa foram os títulos de crédito privado (debêntures, CRIs e CRAs, por exemplo).

Números da B3 mostram que a Renda Fixa Corporativa alcançou estoque no valor de R$996,5 bilhões no 1º semestre, alta de 31% ante 2021. Somente nas debêntures, as emissões cresceram 50%.

Lembrando que o time de Análise da Toro preparou gratuitamente uma carteira de Renda Fixa Corporativa com os melhores ativos para ganhar com a Selic em Alta e ainda vencer a inflação. 

Fundos de Investimentos

Em agosto, de acordo com a Anbima, os Fundos de Investimentos tiveram captação líquida de R$3,7 bilhões. Contudo, a indústria como um todo registra saída líquida de R$6,5 bilhões no acumulado dos 8 primeiros meses.

Com os juros mais elevados, a instituição destaca que as classes de Fundos mais expostas ao risco vem perdendo recursos no ano. Já as carteiras mais conservadoras observam entrada líquida de investimentos.

Bolsa de Valores

Na Bolsa de Valores, o destaque principal foi o retorno da entrada de capital estrangeiro. Até 16 de setembro, o superávit anual dessa categoria chegou a R$ 69,69 bilhões. Por outro lado, o investidor institucional retirou R$96,85 bilhões da Bolsa no mesmo período, de acordo com dados da B3

O movimento marca a reversão da fuga de capital estrangeiro registrada em abril e maio e estabilidade em junho e julho. A desaceleração da economia internacional, o movimento das commodities e a deterioração da política em outros emergentes têm favorecido o ingresso dos recursos internacionais no Brasil. 

Ainda na Bolsa de Valores, os investidores voltam a dar mais atenção aos Fundos Imobiliários (FIIs), especialmente os Fundos de tijolo, devido às deflações recentemente registradas nos últimos mês. 

Até o dia 30 de setembro, o IFIX (índice dos FIIs na B3) havia emplacado 11 semanas seguidas de alta.

A redução da inflação pode servir como um gatilho para a tomada de mais risco nesse mercado e o fim do ciclo de altas da Selic pode momentaneamente pausar o crescente interesse nos FIIs de papel

Para terminar, lembramos que a Toro também disponibilizou gratuitamente para você uma carteira recomendada de Fundos Imobiliários com as melhores alternativas do momento para compor o seu portfólio.

Além disso, conte com as demais carteiras indicadas pelos nossos experts e invista melhor no atual contexto econômico:

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