A mineração de criptomoedas é um processo importante que não apenas sustenta a criação de novas unidades monetárias, mas assegura a integridade e a segurança de toda a rede blockchain.
Porém, nem todos sabem que este é o mecanismo pelo qual as transações são verificadas e adicionadas ao registro público da blockchain.
Podemos falar que este é um livro contábil digital, em que cada transação é encadeada à sua predecessora, criando um histórico transparente e inalterável.
Este processo é fundamentado no sistema de Prova de Trabalho (Proof of Work – PoW), que exige dos mineradores uma enorme capacidade computacional para resolver problemas criptográficos complexos.
Além disso, outros ativos, como o Ether, usam Proof of Stake e algumas outras podem usar o Proof of Authority.
O primeiro minerador que decifra o problema obtém o direito de adicionar um novo bloco à cadeia e, como recompensa, recebe uma quantidade específica da criptomoeda, incentivando assim a continuidade da mineração e manutenção da rede.
Neste artigo, vamos te contar em detalhes o funcionamento da mineração de criptomoedas, desde o hardware necessário até os impactos ambientais e regulatórios que moldam essa atividade.
⚠️Este é apenas um conteúdo educacional, não é uma recomendação de compra ou venda de ativos e não representa a opinião da Toro e de seus Analistas de Investimentos.
Navegação Rápida
O que é mineração de criptomoedas?
Antes de tudo, é importante explicar que criptomoeda é um termo popularmente usado para se referir a ativos como Bitcoin e Ethereum, no entanto, o termo mais correto a ser usado é ativos virtuais, uma vez que é mais preciso e abrange os diferentes usos possíveis desta categoria.
A mineração de criptomoedas é um processo essencial para a manutenção e expansão das redes blockchain.
Ela funciona como o método pelo qual novos ativos virtuais são criadas e transações são verificadas e adicionadas ao blockchain.
Este processo é importante para o funcionamento descentralizado dos criptoativos, oferecendo segurança e integridade ao sistema.
Abaixo, vamos te explicar um pouco sobre o processo de mineração de criptomoedas. Confira!
Prova de Trabalho (Proof of Work – PoW)
No centro da mineração está o sistema de Prova de Trabalho (PoW), que é o algoritmo que define o processo de mineração.
O PoW exige que os participantes, ou “mineradores”, resolvam os problemas matemáticos complexos que requerem um uso intensivo de recursos computacionais.
O principal objetivo é encontrar um valor numérico (nonce) que, quando usado em conjunto com os dados do bloco, resulta em um hash criptográfico que atende a certos critérios predeterminados.
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Processo de mineração de criptomoedas
O processo começa com as transações sendo enviadas à rede e agrupadas em um bloco pelos mineradores.
Cada bloco contém uma referência criptográfica ao bloco anterior, formando uma corrente contínua e segura, daí o nome “blockchain“.
Para adicionar um bloco à cadeia, os mineradores devem encontrar o nome correto que resolve o problema matemático associado ao bloco.
O primeiro minerador que resolver o problema e validar o bloco é recompensado com uma quantidade específica do ativo virtual, incentivando assim a continuação da mineração e a manutenção da rede.
Validação e registro de transações
Uma vez que um bloco é minerado, as transações contidas nele são consideradas validadas. Este bloco é então adicionado ao blockchain público, onde todas as transações são acessíveis e verificáveis por qualquer pessoa na rede.
Esse processo não só cria novas unidades do criptoativo, mas também fortalece a segurança da rede ao distribuir o controle das transações e evitar a centralização.
A mineração é, portanto, uma peça fundamental para o ecossistema desse ativos virtuais, assegurando tanto a criação de novas unidades monetárias quanto a robustez e segurança do sistema de transações.
Esta abordagem descentralizada é um dos motivos que diferencia os criptoativos das moedas tradicionais e é uma das razões pela qual elas são vistas como inovadoras.
Quais são os hardwares utilizados na mineração?
A evolução do hardware de mineração tem sido uma parte fundamental do desenvolvimento da tecnologia blockchain, adaptando-se às crescentes demandas por poder computacional para resolver os problemas matemáticos que fundamentam a mineração de criptomoedas.
Inicialmente, a mineração de criptomoedas era realizada utilizando CPUs (Unidades de Processamento Central) de computadores pessoais comuns.
Com o aumento da complexidade dos cálculos e da competição entre os mineradores, houve a transição para o uso de GPUs (Unidades de Processamento Gráfico), que oferecem uma capacidade de processamento paralelo superior.
As GPUs tornaram-se populares pela sua eficiência e velocidade superiores na execução dos algoritmos de hash necessários para a mineração de criptomoedas.
No entanto, com a necessidade de ainda mais eficiência e poder de processamento, surgiram os ASICs (Circuitos Integrados de Aplicação Específica).
Esses dispositivos são projetados especificamente para a mineração de criptoativos e oferecem desempenho muito superior em relação às GPUs.
Os ASICs dominam a mineração de criptomoedas de alto valor, como o Bitcoin, porque são capazes de gerar um enorme número de tentativas de hash por segundo, o que aumenta significativamente as chances de sucesso na mineração.
Quais as características e eficiência de cada equipamento?
Outra informação que você precisa saber sobre os equipamentos de mineração de criptomoedas são as características e eficiência deles.
Dessa forma, é possível saber as diferenças entre eles. Veja abaixo!
- GPUs: versáteis e capazes de minerar vários ativos virtuais, as GPUs são menos eficientes em termos energéticos em comparação com os ASICs. No entanto, oferecem a vantagem de poder ser usadas também para outras aplicações, como jogos e renderização gráfica.
- ASICs: embora sejam extremamente eficientes na mineração, os ASICs têm um alto custo inicial e são menos flexíveis, pois cada dispositivo é projetado para minerar um tipo específico de criptoativo baseado em um algoritmo particular .
Vale destacar ainda que o investimento em hardware de mineração deve ser cuidadosamente planejado com base no tipo de ativo virtual que se deseja minerar e na avaliação da lucratividade.
Os ASICs, apesar de caros, podem oferecer retornos rápidos em cenários de mineração altamente competitivos devido à sua superioridade em eficiência energética e taxa de hash.
Por outro lado, GPUs são mais acessíveis e podem ser uma escolha melhor para iniciantes ou para aqueles que desejam flexibilidade para minerar diferentes ativos.
A escolha do hardware é, portanto, crucial e deve alinhar-se com os objetivos estratégicos do minerador, levando em consideração tanto o desempenho quanto a eficiência energética para maximizar a lucratividade da mineração de criptomoedas.
Ou seja, apesar dos gastos elevados de energia, a eficiência na resolução dos problemas mais do que compensa.
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Como funciona o lucro da mineração de criptoativos?
A mineração de criptomoedas pode ser uma atividade altamente lucrativa, mas também é repleta de desafios e riscos.
Os fatores que influenciam a lucratividade da mineração incluem o custo da eletricidade, a eficiência do hardware, o valor de mercado do ativo virtual e a dificuldade geral do processo de mineração. Entenda a seguir:
- Custo da eletricidade: este é um dos custos mais significativos na mineração de criptomoedas. Dado o alto consumo de energia necessário para operar o hardware de mineração, especialmente ASICs, a localização geográfica (com base nos custos de energia elétrica locais) pode ter um impacto substancial sobre a viabilidade econômica da mineração.
- Eficiência do hardware: o tipo de hardware utilizado é crucial, como ASICs ou GPUs. Um hardware mais eficiente pode processar mais cálculos de hash por segundo, aumentando as chances de resolver o bloco e obter a recompensa, mas também pode significar maior investimento inicial.
- Valor de mercado: a volatilidade dos preços dos criptoativos afeta diretamente a lucratividade. Quando o preço aumenta, a mineração torna-se potencialmente mais lucrativa, mas isso também pode estimular mais concorrência;
- Dificuldade de mineração: a dificuldade de mineração ajusta-se dinamicamente com base no número total de mineradores na rede e na capacidade de processamento total. Quanto mais mineradores competirem pelo mesmo prêmio, mais difícil será resolver o problema matemático e reivindicar a recompensa.
Exemplo de cálculo de retorno sobre investimento
Calcular o retorno sobre o investimento (ROI) em mineração de criptomoedas envolve considerar o custo do hardware, os custos operacionais (como eletricidade) e a receita gerada pela mineração durante um determinado período.
Essa análise deve considerar a depreciação do hardware e possíveis mudanças no preço do ativo virtual e na dificuldade de mineração.
Além disso, a lucratividade da mineração de criptomoedas não é estática e pode mudar drasticamente com as variações no mercado e na tecnologia.
Eventos como o “halving“, que reduz pela metade a recompensa por bloco minerado, podem diminuir a lucratividade se o preço do criptoativo não aumentar para compensar a redução da recompensa.
De maneira geral, a mineração de criptomoedas requer uma avaliação cuidadosa e contínua dos custos e benefícios.
Embora possa oferecer retornos significativos, os mineradores devem estar preparados para as flutuações do mercado e para a evolução constante da tecnologia de mineração.
O que são os pools de mineração?
Os pools de mineração são uma resposta estratégica à crescente dificuldade e competitividade na mineração de criptomoedas.
Eles permitem que mineradores individuais unam seus recursos computacionais para aumentar significativamente suas chances de validar blocos e receber recompensas.
Um pool de mineração é essencialmente uma aliança de mineradores que combinam seu poder de hash para competir mais efetivamente contra grandes operações de mineração.
Quando um pool consegue validar um bloco, a recompensa é dividida entre os membros do pool, proporcionalmente ao poder de mineração que cada um contribuiu.
Quais as vantagens de se juntar a um pool?
Agora que você entendeu o que é um pool de mineração, deve estar se perguntando se vale a pena ou não participar dele, certo?
Para isso, é preciso avaliar os benefícios que são oferecidos, como por exemplo:
- Maiores chances de sucesso: individualmente, a probabilidade de um pequeno minerador resolver um bloco é extremamente baixa. Participar de um pool aumenta as chances, já que o poder combinado de vários mineradores pode competir mais efetivamente com grandes mineradoras.
- Pagamentos regulares: enquanto a mineração solo pode resultar em pagamentos maiores, esses são infrequentes e imprevisíveis. Pools de mineração oferecem uma recompensa mais consistente e previsível, embora menor, dividida regularmente entre seus membros.
- Menor investimento inicial: para mineradores que não podem investir em hardware de ponta, juntar-se a um pool permite que contribuam com o que têm e ainda assim participem do processo de mineração de forma viável.
Quais os riscos de participar de um pool de mineração?
Mas é claro que também existem riscos de participar de um pool e eles devem ser avaliados antes de você entrar em um.
Avaliar estes riscos é importante para que você não se arrependa depois.
- Taxas do Pool: a maioria dos pools cobra uma taxa de seus membros, que pode variar de 1% a 3% da recompensa do bloco. É importante considerar essas taxas ao calcular a lucratividade potencial.
- Centralização de poder: embora os pools de mineração ajudem pequenos mineradores, eles também contribuem para uma certa centralização do poder de mineração. Grandes pools podem ter uma influência desproporcional sobre a rede, potencialmente comprometendo a descentralização que é fundamental para a blockchain.
- Segurança e transparência do pool: é vital escolher pools de mineração que sejam bem administrados, transparentes nas suas operações, e seguros. A reputação e a confiabilidade do pool são essenciais para garantir que os pagamentos sejam feitos de forma justa e pontual.
Os pools de mineração são, portanto, uma característica integral da economia de ativos virtuais, oferecendo uma maneira para que indivíduos e pequenos grupos participem efetivamente na mineração.
Eles democratizam o acesso às recompensas da mineração, mas requerem uma escolha cuidadosa e consideração das implicações de juntar-se a um coletivo maior.
Mineração de criptomoedas é crime?
A mineração de criptomoedas não é crime no Brasil, desde que seja feita de acordo com as leis vigentes. Hoje, como não existe uma autoridade central reguladora no Brasil, os próprios mineradores desempenham essa função de forma descentralizada.
Então, a mineração de criptomoedas é o processo pelo qual novas unidades dos ativos virtuais são criadas e inseridas em circulação.
Portanto, a mineração em si não é um crime. Ela envolve a validação de transações na rede blockchain, garantindo sua segurança e integridade, e recompensando os mineradores com novas criptomoedas.
Para entender a legitimidade, precisamos considerar também os seguintes aspectos:
- Legalidade: a mineração de criptomoedas é permitida no Brasil. Não há leis que proíbam explicitamente essa atividade. No entanto, as conversas sobre os criptoativos ganham cada vez mais força no Poder Legislativo.
- Regras Fiscais: é necessário declarar os ganhos obtidos com a mineração à Receita Federal e pagar os impostos devidos. Isso inclui o Imposto de Renda sobre os lucros.
- Energia: como a mineração consome muita energia, é importante usar fontes de eletricidade legalmente contratadas. Desse modo, o uso ilegal de energia pode resultar em penalidades.
- Ambiente de mineração: certifique-se de que o local onde você realiza a mineração está de acordo com as regulamentações de segurança e saúde.
Portanto, podemos dizer que a mineração de criptomoedas é legal no Brasil, desde que você cumpra com as obrigações fiscais e use energia de forma legal.
Qual é o impacto ambiental da mineração de criptomoedas?
A mineração de criptomoedas é uma atividade que consome uma quantidade significativa de energia elétrica, o que gera preocupações sobre seu impacto ambiental.
A mineração de criptomoedas, especialmente para redes como Bitcoin, é notoriamente intensiva em energia.
E os equipamentos de mineração, como ASICs e GPUs, precisam estar operando continuamente para resolver problemas matemáticos complexos, o que resulta em um alto consumo de energia elétrica.
Este consumo é tão significativo que algumas operações de mineração podem ter um impacto perceptível na demanda de energia de uma região.
Além disso, o elevado consumo de energia não apenas aumenta os custos de operação para os mineradores, mas também contribui para a emissão de gases de efeito estufa, se a energia consumida for proveniente de fontes não renováveis.
A dependência de combustíveis fósseis para mineração de criptomoedas lança dúvidas sobre a sustentabilidade dessa atividade, considerando as metas globais de redução de emissões de carbono.
No mais, há a questão do descarte e reposição dos hardwares à medida que a tecnologia evolui, essencial para o minerador se manter competitivo.
Mas existem algumas iniciativas para realizar uma mineração de criptomoedas mais verde, como por exemplo:
- Uso de energias renováveis: algumas grandes operações de mineração estão se localizando em áreas onde podem utilizar energia geotérmica, hidrelétrica ou solar, o que pode reduzir significativamente a pegada de carbono associada à mineração.
- Otimização do hardware de mineração: desenvolvimentos tecnológicos que aumentam a eficiência energética dos equipamentos de mineração também são importantes. Equipamentos mais eficientes podem realizar mais cálculos com menos energia, reduzindo o impacto ambiental por unidade de criptomoeda minerada.
- Protocolos de consenso alternativos: além do modelo PoW (Prova de Trabalho), que é intensivo em energia, alguns projetos de blockchain estão adotando o modelo PoS (Prova de Participação), que exige significativamente menos recursos computacionais e, por consequência, consome menos energia.
Porém, a sustentabilidade da mineração de criptomoedas é um tema complexo que requer a atenção de desenvolvedores, mineradores e reguladores.
Embora ofereça benefícios econômicos, é importante que a indústria de ativos virtuais se mova em direção a práticas mais sustentáveis para mitigar seu impacto ambiental.
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