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E 2020, já começou?

Em uma semana “picada” que contou com apenas três pregões, vimos um mercado mais parado e um volume de negociação reduzido. O destaque econômico ficou para os dados da balança comercial brasileira, que não vieram muito animadores. De certa forma, o mercado externo acabou impactando negativamente as exportações brasileiras. 

 

Enquanto isso, a B3 (B3SA3) segue em evidência no cenário corporativo nacional. A companhia propôs diversas mudanças nas tarifações, como taxas diferenciadas para grandes day-traders e para aqueles que operam grandes volumes. Além disso, também houve a proposta de criação de uma tarifa sobre o processamento e proventos financeiros, como os dividendos.

 

Já na sexta-feira, o mercado repercutiu o ataque norte-americano a um comboio, que culminou na morte de Qassem Soleimani, general da Força Al Quds do Irã e um dos responsáveis pelas estratégias militares e geopolíticas do país. A aversão ao risco aumentou quando o Irã “prometeu vingança” ao ataque.

 

Por sua vez, a semana que vem deve ser marcada pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos e pelo aumento gradativo dos negócios na bolsa.

  • Economia: Resultado da balança comercial. 
  • Corporativo: Rebalanceamento nos índices
  • Em destaque: Bolsa reduz tarifas
  • No exterior: Corte de compulsório na China, ataque dos EUA ao Irã
  • Fique de olho: Emprego nos Estados Unidos e retorno do feriado


Veja a seguir nosso relatório semanal completo.

Ainda em ritmo de festas

No primeiro relatório semanal de 2020, ainda não temos muitas notícias no cenário econômico brasileiro, exceto pelos dados da balança comercial. Este indicador é a diferença entre o que que foi exportado e o que foi importado. Assim, no ano de 2019, o resultado foi de U$46,7 bilhões, o menor desde 2015. 

A piora nos resultados foi uma consequência das menores exportações. A atividade econômica mais fraca do mercado externo acabou prejudicando o Brasil e, desta forma, tanto os produtos manufaturados quanto os semimanufaturados tiveram um impacto negativo. 

Contudo, esse resultado ficou em linha com aquele que o Ministério da economia tinha projetado, próximo de R$41,8 bilhões. 

Ano novo, carteira nova

No primeiro dia útil de 2020 a B3(B3SA3) divulgou a terceira prévia com a nova composição da carteira teórica do Índice Bovespa (Ibovespa) e de seus outros índices. 

Para quem não sabe, os índices nada mais são do que uma carteira teórica contendo ativos que atendam determinados critérios. O Ibovespa, por exemplo, leva em conta presença em pregões, volume financeiro, e valor de mercado do “free float”(ações em circulação).

Segundo a prévia divulgada pela bolsa no dia 02/01, nenhum ativo saiu da carteira, ao passo que as seguintes empresas passam a integrar o Índice Bovespa:

Além disso, os outros índices calculados pela B3 também passaram por algumas mudanças. Tivemos, por exemplo:

A saída de Arezzo (ARZZ3) e a entrada de Tegma (TGMA3) no IDIV, índice de dividendos.
A saída de Via Varejo (VVAR3), em vista da recente valorização e aumento no valor de mercado, e a entrada de Banco Inter (BIDI4 e BIDI11) no SMLL, índice de small caps.
A entrada de Neoenergia (NEOE3) e de Omega Geração (OMGE3) no UTIL, índice de empresas do setor de utilidade pública (energia elétrica, saneamento e gás).

As composições e as alterações de cada um dos índices podem ser conferidas diretamente no site da B3.

O futuro já começou

Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou, mas os assuntos do ano passado ainda estão sendo lembrados. Tudo por conta de um anúncio da B3 (B3SA3) sobre a redução de tarifas que a empresa fez, duas semanas após fechar um acordo com a Americas Trading System (ATS). A grande questão foi o momento que a notícia veio para o mercado, que acreditou que essa seria uma estratégia da B3 em relação a entrada desse possível concorrente, mas tudo foi negado pela empresa. De acordo com Gilson Finkelsztain, presidente da B3, a mudança nas tarifações já estava sendo planejada há muito tempo. 

Estratégico ou não, deu certo. Na semana que o mercado ainda digeria o acordo com a ATS, as ações da B3SA3 chegaram a cair quase 10%, enquanto no dia do anúncio da mudanças das tarifas vimos uma retomada das altas de 5,78%, recuperando parte das perdas. Pra quem ainda não está por dentro as mudanças serão as seguintes:

  • Incentivo para quem opera grandes volumes, com redução nas tarifas.
  • Programa de incentivo para grandes day traders. 
  • Clientes com até R$ 20 mil de saldo em uma mesma corretora serão isentos da tarifa mensal de manutenção de conta de custódia. 

Agora nos resta acompanhar se nesses novos dias as alegrias serão de todos, pois como dissemos na semana passada, 2019 foi o ano da Bolsa, 2020 tem tudo para dar continuidade nessa festa. 

BC chinês sustenta crescimento

Depois de todo o “temporal” causado pela guerra comercial na economia chinesa, vemos o céu se abrindo no país asiático. Com a primeira fase do acordo com os EUA quase finalizada, agora é hora da tração voltar às economias globais. 

Na esteira desse movimento, o Banco Central da China anunciou na quarta-feira (01) o corte de depósito compulsório com o objetivo de aquecer novamente a economia chinesa. A medida, que poderá injetar mais de US$115 bilhões no mercado, abre espaço para os bancos darem mais crédito, reduzirem os custos de financiamento e assim propiciarem um maior crescimento do país. 

A notícia veio em linha com o plano de crescimento econômico da China neste ano. O gigante asiático deve crescer “apenas” 6,0% em 2020, demonstrando a necessidade de maior atividade do governo com relação a gastos com infraestrutura para evitar uma desaceleração mais forte. 
 

Trump trava nova guerra antes das eleições 2020

Na noite de quinta-feira (02) os EUA executaram um ataque com drones a um comboio que deixava o Aeroporto Internacional de Bagdá, Iraque. A ação foi autorizada pelo presidente Donald Trump e deixou cerca de sete vítimas fatais. Entre elas estão Abu Mahdi al-Muhandis, chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque  (milícia apoiada pelo Irã) e o general da Força Al Quds (unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã) Qassem Soleimani. 

Segundo informações da Inteligência norte-americana, Soleimani, que era considerado um dos responsáveis pelas estratégias militares e geopolíticas do Irã, estaria no encontro com a milícia para arquitetar futuros ataques aos EUA. O pentágono atribui ao general a morte de 700 militares americanos em ação fora do país. 

A morte do general, considerado um herói no país, teve a cobertura da TV iraniana e o apoio de manifestações populares pedindo retaliação contra os EUA. O Conselho de Segurança Nacional do Irã divulgou nota prometendo vingança “na hora certa e no lugar certo”. 

Donald Trump, por sua vez, pediu para que americanos saíssem do Irã. Com isso, os Estados Unidos reforçam presença militar no Oriente Médio com 3500 soldados. 

Uma guerra ainda é incerta ou pouco provável, visto que o Irã sabe do poderio militar norte americano. Qualquer ação iraniana com este intuito pode levar à destituição do atual governo, como aconteceu com Saddam Hussein no Iraque. As principais bolsas mundiais acordaram em queda forte, porém, no decorrer do dia, tenderam para uma correção em direção à estabilidade. 

Bolsa Variação*
Nasdaq 0,27%
S&P500 -0,07%
Dow Jones 0,10%
FTSE100 -0,29%
DAX -0,75%
Xangai Composto 2,62%

*Variações semanais até às 18:00 de sexta-feira.

 

Emprego nos Estados Unidos e retorno do feriado

Ao longo dos últimos dez anos, vimos que a economia norte-americana cresceu a passos largos, com o PIB avançando entre 1,5% e 3,0% a cada ano. Estes valores são relativamente elevados por se tratar da maior economia do mundo. Por sua vez, tal crescimento demandou muita mão de obra e fez com que o desemprego nos EUA caísse de 10% para os atuais 3,5%. Alguns economistas afirmam que os Estados Unidos atingiram o “pleno emprego” que, por definição, é caracterizado quando as pessoas aptas a trabalhar buscam emprego e o acham em pouco tempo e com pouco esforço.
 
Percebe-se, portanto, a ligação entre o crescimento econômico de um país e o índice de desemprego. Por este motivo ficaremos atentos às divulgações que ocorrerão na próxima semana lá na terra do Tio Sam. Na quarta-feira (8) haverá a publicação da variação de empregos privados ADP, que mensura como foi a geração de empregos no segmento privado não-agrícola. Já na sexta-feira (10) serão divulgados tanto os dados do payroll (folha de pagamento) quanto a taxa de desemprego em si. Como de praxe, dados divergentes do consenso do mercado podem trazer maior volatilidade e certo estresse de curto prazo, com destaque para o payroll.
 
Além disso, a semana que vem será a primeira do ano com cinco pregões. Portanto, espera-se que o volume financeiro e a volatilidade sejam maiores que aqueles observados ao longo desta semana. Contudo, a retomada deve ser lenta e progressiva à medida que os investidores forem retomando a rotina normal. 

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