Os principais mercados emergentes da atualidade são: China, Brasil, Índia, África do Sul, Rússia, México, Indonésia, Cingapura, Malásia, Turquia, Egito, Chile, Colômbia, Arábia Saudita e Catar.
Nos últimos anos, os mercados emergentes têm atraído a atenção de investidores em todo o mundo. Com a população em crescimento, recursos naturais abundantes, enorme mercado consumidor e economias em franca expansão, esses países apresentam um alto potencial de evolução, cada um à sua característica.
Para quem deseja diversificar ainda mais sua carteira internacionalmente, os países emergentes oferecem excelentes oportunidades de alto retorno.
Neste conteúdo, vamos explorar em detalhes os principais mercados emergentes da atualidade e as razões por trás de seu potencial econômico.
Você conhecerá onde estão as oportunidades e riscos de investir nesses mercados, bem como as estratégias que pode adotar para expor sua carteira a eles. Vamos lá?
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O que são mercados emergentes?
Inicialmente, vamos entender o que são mercados emergentes e que tipos de nações podemos enquadrar nesse conceito para melhor entendimento do assunto.
Os mercados emergentes são economias em desenvolvimento que estão se expandindo rapidamente e se tornando cada vez mais integradas à economia global.
Suas características geralmente englobam:
- População em crescimento, expansão rápida do PIB e do PIB per capita.
- Desenvolvimento humano mediano.
- Recursos naturais abundantes e/ou variados.
- Crescimento econômico acelerado em vários setores, como tecnologia, energia, saúde, infraestrutura, commodities.
- Grande mercado consumidor em expansão e demanda crescente por bens de consumo duráveis e serviços financeiros.
- Acesso à mão de obra relativamente barata.
- Empresas de capital aberto em boa posição de competição internacional.
- Produtos e serviços demandados internacionalmente.
- Abertura aos investimentos e às empresas estrangeiras.
Essas são algumas das características comuns aos países considerados emergentes, embora muitas outras podem ser elencadas.
Algumas nações, embora em expansão, já figuram entre as maiores economias do mundo, como veremos a seguir. Isso é importante, pois os países emergentes são vitais para o desenvolvimento do motor econômico internacional.
Qual é a importância dos mercados emergentes?
Os mercados emergentes desempenham um papel cada vez mais importante na economia mundial, somando ao menos metade do PIB mundial. Estima-se que, até 2030, as maiores economias do mundo estarão nos países emergentes.
Eles são uma fonte crucial na demanda e oferta internacional de bens e serviços, bem como uma fonte de investimentos e oportunidades de comércio para empresas e investidores globais.
Além disso, o crescimento desses mercados tem o potencial de impulsionar a criação de empregos e reduzir a pobreza em muitas regiões do mundo.
O que são os BRICS?
Quando falamos em mercados emergentes, não podemos deixar de citar os BRICS, o grupo de 5 países em expansão: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Essas nações respondem por cerca de 42% da população e 26% do PIB global.
Juntos, também desempenham importante papel na economia mundial, funcionando como um contrapeso aos países desenvolvidos e como um motor para o crescimento global, pois são grandes produtores e consumidores de praticamente tudo o que é vendido no planeta.
Além disso, o grupo BRICS colabora e atua em diversas iniciativas, como a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, com o intuito de financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento.
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Vantagens e desvantagens: por que investir em países emergentes?
Antes de procurar os países emergentes para investir, é essencial conhecer algumas das vantagens e desvantagens dessa estratégia, assim como os riscos a eles associados. Entre as quais, podemos citar:
Vantagens e oportunidades
Os mercados emergentes oferecem diversificação de portfólio para os investidores, permitindo que eles reduzam a exposição a riscos associados aos mercados desenvolvidos e capitalizem em setores e indústrias com maior potencial de crescimento.
Entre as principais vantagens, destacam-se:
- Diversificação geográfica: distribuição do patrimônio além de EUA e Europa.
- Diversificação setorial: aplicação de recursos em setores não existentes ou fracos em países desenvolvidos.
- Crescimento rápido: esses países possuem um alto potencial de expansão econômica acelerada.
- Mercado consumidor: empresas que atuam nos emergente se beneficiam da demografia favorável ao consumo.
Lembre-se de que os maiores retornos também estão associados a maiores riscos, então é fundamental falarmos também das desvantagens.
Desvantagens e riscos
Ainda assim, investir em mercados emergentes também apresenta seus próprios desafios e riscos, tais como:
- Instabilidade política e econômica.
- Volatilidade cambial e inflação.
- Riscos de governança corporativa e regulamentação.
- Questões de infraestrutura e logística.
- Riscos com burocracia e corrupção.
- Incerteza jurídica e tributária.
Assim sendo, mais do que nunca, é fundamental ter uma boa diversificação na sua carteira para reduzir os riscos e minimizar a correlação entre os ativos.
Exemplos: quais são os principais mercados emergentes?
Agora que você já entende um pouco mais sobre os emergentes, vamos conhecer quais são os principais países que estão assim categorizados e algumas de suas características.
1. China
A 2ª maior economia do mundo e também concentra boa parte da população global (mais de 17% das pessoas do planeta estão na China). O crescimento chinês foi muito acelerado desde os anos 1970 em vários setores, quando implementou reformas e abriu o país ao comércio internacional.
Entre 2013 e 2021, contribuiu com mais de 30% do crescimento mundial, tendo seu PIB crescido a uma taxa média de 6,6% ao ano.
Segundo o JPMorgan, a China deve superar os EUA como maior economia do mundo em 2027.
Isso atraiu empresas do mundo inteiro, transformou a China em um grande canteiro de obras e a colocou como o principal centro de manufatura internacional. O país compra e vende praticamente tudo, desde matérias-primas a produtos acabados.
2. Brasil
O Brasil não fica de fora da lista dos principais emergentes. Ainda somos a maior economia da América Latina e com uma economia diversificada, além de recursos naturais e commodities abundantes e desejadas pelos principais compradores internacionais.
O país é um dos emergentes que mais atrai investidores estrangeiros pelas oportunidades de expansão que podem ser destravadas em vários segmentos econômicos.
Porque o Brasil é emergente e não desenvolvido?
O Brasil é considerado um país emergente e não desenvolvido devido a uma combinação de fatores econômicos, sociais e estruturais que indicam um estágio intermediário de desenvolvimento.
Esses fatores incluem:
- Renda per capita: apesar de ser a maior economia da América Latina, o Brasil apresenta renda per capita significativamente mais baixa do que a de países desenvolvidos, refletindo desigualdades sociais e econômicas.
- Desigualdade social: o Brasil possui elevados níveis de desigualdade de renda, com uma parcela considerável da população vivendo em condições precárias.
- Infraestrutura e educação: há deficiências na infraestrutura física (transportes, saneamento) e em setores essenciais como saúde e educação, que limitam o progresso social e econômico sustentável.
- Dependência econômica: a economia brasileira ainda depende bastante da exportação de commodities, como soja, petróleo e minério de ferro, o que a torna vulnerável às flutuações do mercado global.
- Instituições e governança: embora seja uma democracia consolidada, o Brasil enfrenta desafios institucionais, como corrupção, burocracia ineficiente e dificuldade em implementar políticas de longo prazo.
- Industrialização e tecnologia: o país tem uma base industrial diversificada, mas enfrenta desafios para competir em setores de alta tecnologia, inovação e pesquisa, diferentemente de nações desenvolvidas.
3. Índia
A Índia também vem implementando reformas econômicas e planos de expansão acelerada em todo o país. Altamente populoso, o país tem um dos principais mercados consumidores do mundo.
Estima-se que a população da Índia deve superar a da China em breve.
Os indianos tem se destacado pela rápida expansão em setores como serviços de tecnologia e serviços de TI. A economia da Índia tem quase o dobro do tamanho da brasileira e com enorme espaço de crescimento.
4. África do Sul
A África do Sul faz parte dos BRICS e tem maior economia da África. Além disso, é um mercado emergente com recursos minerais abundantes e um setor de serviços em crescimento. O país está bem posicionado como um centro de negócios e de atração de turistas na região.
No entanto, a África do Sul enfrenta desafios significativos, incluindo altos níveis de desigualdade social e econômica, bem como questões políticas e de segurança em algumas áreas.
Ainda assim, a África do Sul é vista como uma importante potência regional e global, com um potencial para liderar em áreas como comércio, inovação e desenvolvimento sustentável.
5. Rússia
A Rússia é um país emergente com uma economia diversificada e uma história rica em ciência, tecnologia e artes.
O país é um importante produtor de recursos naturais, como petróleo e gás, bem como um centro de inovação em áreas como aeroespacial e energia nuclear.
No entanto, a Rússia enfrenta desafios como a corrupção, a dependência econômica dos recursos naturais e as tensões políticas com outras nações.
Além disso, pesam as questões envolvendo as sanções que o país sofreu devido à invasão à Ucrânia em 2022 e todos os impactos que o conflito causou na economia mundial.
6. México
O México possui a 2ª maior economia da América Latina (PIB de US$ 1,32 trilhão em 2022), atrás somente do Brasil. Sua contribuição para o PIB mundial é de 1,273%, bem próximo de nós, que contribuímos com 1,765%.
O país é um importante produtor de petróleo, alimentos, minerais, serviços financeiro e produtos manufaturados, e também possui uma indústria turística significativa. Os mexicanos praticamente triplicaram o tamanho da economia desde os anos 1980.
7. Indonésia
A Indonésia é, hoje, um dos principais mercados consumidores e de atração de investimentos no sudeste asiático. A economia do país fechou 2022 com um crescimento expressivo de 7% no acumulado do ano, o ritmo mais rápido desde 2013.
O país é um importante produtor de commodities, como petróleo, gás natural e produtos agrícolas, e também tem um setor manufatureiro em desenvolvimento.
8. Cingapura
Cingapura mais do que quadruplicou seu PIB desde o início dos anos 2000 e praticamente dobrou desde 2010. O rápido crescimento do país atrai a atenção de investidores internacionais em diversas áreas.
O país é um importante centro financeiro e de negócios na região, além de ter uma indústria de tecnologia em expansão.
9. Malásia
Com desempenho econômico semelhante à Cingapura, a economia da Malásia também se aproxima de chegar a ser 4 vezes maior do que era há 20 anos. O país é um importante produtor de commodities, como óleo de palma e borracha, além de ter um setor manufatureiro em desenvolvimento.
O PIB de todo o ano de 2022 foi 8,7% maior do que em 2021, o crescimento anual mais rápido em 22 anos e superando a previsão do governo de 6,5% a 7%.
10. Turquia
Com sua posição estratégia entre a Europa e a Ásia, a Turquia tem uma economia diversificada e em rápido crescimento, impulsionada por setores como a indústria automotiva, a construção e o turismo.
Em 2022, o país cresceu sólidos 5,6%, apesar da inflação fora de controle que assolou o país neste ano. Comparando com o início do século, o PIB já é nominalmente 4 vezes maior.
11. Egito
Outro destaque no continente africano é o Egito, que apoia sua economia no turismo, setor imobiliário, petróleo, energia renovável e infraestrutura.
Segundo uma projeção, a economia egípcia deve saltar da 21ª para a 7ª posição em 2030. Até lá, espera-se que a população cresça 30% e alcance os 128 milhões de habitantes.
12. Chile
De olho na América do Sul, não podemos deixar de mencionar o Chile. Com uma economia relativamente estável, impulsiona seu crescimento com base na mineração, agricultura, pesca e turismo. Hoje, é o maior produtor de cobre do mundo.
O Chile também tem o 2º maior PIB per capita da América Latina e o PIB do país teve um aumento de 18% na última década (2012-2022).
Com uma população jovem e bem-educada, o Chile tem um ambiente de negócios favorável, baixa corrupção e uma sólida infraestrutura, o que a torna um destino atraente para investimentos estrangeiros.
13. Colômbia
Outra nação que chama a atenção entre os sul-americanos é a Colômbia. O país cresceu impressionantes 7,9% em 2022, tendo alcançado 10,8% em 2021, quando se recuperava da pandemia.
Olhando a longo prazo, o PIB do país é 3 vezes maior do que era no início dos anos 2000.
A economia do país é impulsionada por setores como o petróleo, a mineração, a agricultura e o turismo. Além disso, tem investido cada vez mais no desenvolvimento de uma cultura empresarial, focada em infraestrutura e desenvolvimento.
14. Arábia Saudita
Antes de terminar, vale a pena dar uma olhada no Oriente Médio. Entre os países daquela região, destaca-se a Arábia Saudita. Apesar de um governo ditatorial, seu PIB também teve um crescimento exponencial desde o começo do século quando se multiplicou mais de 4 vezes.
A economia dos sauditas ainda é fortemente dependente do petróleo, mas existem esforços para diversificar e modernizar outros setores além da commodity.
Por falar em petróleo, é de lá a maior petrolífera do mundo, a Saudi Aramco cujo valor de mercado (mais de US$ 7 trilhões) supera o PIB de muitos países importantes.
15. Catar
Por fim, também no Oriente Médio e também dependente do petróleo e gás natural, temos o Catar. A fim de atrair investidores, turistas e imigrantes estrangeiros, o país investe cada vez mais em infraestrutura, tecnologia, turismo e grandes eventos para dinamizar a economia.
Assim como na Arábia Saudita, além dos riscos comuns aos países emergentes que citamos anteriormente, vale uma atenção especial em relação aos direitos humanos e às liberdades individuais como fatores a melhorar na região.
Como investir em mercados emergentes?
Investir em mercados emergentes pode ser uma oportunidade para diversificar sua carteira de investimentos e buscar maiores retornos. Algumas das principais formas de alocar capital de forma a se expor a mercados incluem:
- Fundos de Investimentos: são uma forma simples e acessível de investir em uma variedade de mercados e ativos, contando com gestão profissional e diversificação automática.
- ADRs (American Depositary Receipts): são títulos emitidos por bancos nos Estados Unidos que representam ações de empresas estrangeiras. Permitem aos investidores negociar ações de empresas em mercados emergentes por meio das bolsas americanas.
- BDRs (Brazilian Depositary Receipts): são recibos de empresas negociadas no exterior. Por meio das BDRs, é possível investir nas maiores empresas estrangeiras e diversificar sua carteira, tudo isso sem precisar abrir conta em uma Bolsa internacional.
- ETFs (Exchange-Traded Funds): são Fundos negociados em bolsa que rastreiam índices de mercados emergentes, como o EMEG11 (não é uma recomendação de compra), por exemplo, permitindo aos investidores investir em uma ampla variedade de ações e setores.