O factor investing é uma metodologia de investimentos que se baseia em fatores macroeconômicos e de estilo para selecionar, para uma carteira completa e diversificada, os ativos financeiros que podem ter rentabilidade acima da média do mercado.
No mercado financeiro, há diversas metodologias para descobrir e se posicionar nos melhores investimentos. Esses mesmos métodos também podem ser utilizados a fim de saber quando sair de uma aplicação e quando sua tese mudou.
Investir seguindo um método com critérios bem definidos é um dos passos mais importantes para o sucesso no longo prazo.
Neste artigo, vamos falar sobre a metodologia do factor investing, como ela funciona, quais são os fatores envolvidos e como isso ajuda a saber onde investir corretamente para alcançar a maior rentabilidade e descobrir os melhores ativos do mercado. Vamos lá?
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O que é factor investing?
Para começo de conversa, o que é o factor investing? Traduzindo o jargão para o português, a expressão quer dizer “investimento em fatores”.
No factor investing, o intuito é construir um portfólio tendo como ponto de partida diversos fatores que vão afetar a performance dos ativos selecionados, especialmente no longo prazo.
Note, portanto, que a principal preocupação dos investidores não é analisar somente os ativos, mas também as características da economia e do mercado que vão diretamente influenciar a rentabilidade.
Ou seja, é uma maneira de procurar pelos melhores investimentos fugindo da mera especulação financeira, visando, por meio de critérios bem definidos, os ativos que podem entregar retorno acima da média do mercado ou da indústria da qual fazem parte.
SAIBA MAIS:
➡️ Value investing: o que é e como usar essa filosofia ao investir?
➡️ Buy and hold: o que é, como fazer, como funciona e mais!
➡️ O que são investimentos high yield, high grade e high quality?
O factor investing pode ser aplicado a diversos tipos de ativos do mercado financeiro, tais como:
- Ações.
- BDRs.
- Fundos Imobiliários (FIIs).
- ETFs.
- Títulos de Renda Fixa.
- Entre outros.
Factor investing x value investing: quais são as diferenças?
Agora, antes de entendermos o que são esses fatores e como eles funcionam na prática, precisamos ter em mente a diferença clara entre as metodologias do factor investing e do value investing.
O primeiro, como dissemos, se baseia em uma série de fatores para avaliar os melhores ativos do mercado, independentemente do seu preço atual. Para isso, utiliza métodos quantitativos e fatores bem claros e definidos, não focando tanto em critérios fundamentalistas como a exposição setorial, a mentalidade de sócio ou os produtos que a marca vende.
Em outros termos, visando ter um retorno acima da média do mercado, busca por aqueles ativos com maior potencial de ganho na relação risco x retorno.
Já o value investing, é uma filosofia ou estratégia de investimento de longo prazo que visa encontrar bons ativos que sejam intrinsecamente valiosos, mas estão sendo negociados abaixo do seu valor intrínseco.
Essa teoria se baseia na análise fundamentalista e em critérios qualitativos para tomar decisões, se tornar sócio das empresas e estudar o potencial da marca, seus produtos, do setor que está inserida, sua governança corporativa, múltiplos, etc.
Logo, os investidores desse tipo estão em busca dos ativos descontados do preço que acreditam ser o ideal e que, no longo prazo, possam se valorizar e se manter apreciados.
Como ponto em comum, ambos observam a conjuntura atual da economia e como isso pode afetar os investimentos, tais como: juros, inflação, consumo, crescimento do PIB e outros.
O value investing é a estratégia preferida de grandes investidores mundiais como Warren Buffet. Conheça, neste relatório especial, os fatores que o levaram a ser esse grande investidor e como você pode adotar na sua carteira:
Como funciona e quais são os fatores?
Mas o que são esses fatores que tanto citamos no artigo até agora? Segundo a filosofia do factor investing, há basicamente 2 tipos de fatores que vão impactar diretamente a rentabilidade dos ativos e fazer com que eles tenham desempenho abaixo ou acima da média do mercado: os macroeconômicos e os de estilo.
Fatores são como filtros para decidir onde investir e quais são os ativos com maior potencial de ganho à luz da relação retorno x risco.
Então, nessa metodologia não são considerados ou são ponderados com menor peso os critérios que possam ser de natureza subjetiva. Vamos entrar em detalhes sobre eles a seguir:
Fatores macroeconômicos
Os fatores macroeconômicos são os que consideram os indicadores que afetam a economia como um todo ou toda uma categoria de ativos, como os Fundos de Investimentos, as ações, etc.
Os principais fatores macroeconômicos do factor investing são:
☑️ Crescimento econômico (PIB): qual é o atualciclo da economia, ou seja, expansão ourecessão e como isso tende a afetar os investimentos.
☑️ Inflação: avaliar como os ativos estão expostos à valorização/desvalorização da moeda local.
☑️ Taxa de juros: observar como qual é o risco para os ativos dadas as variações da taxa de juros, além da rentabilidade e atratividade geral da Renda Fixa.
☑️ Desemprego: como a alocação da população economicamente ativa reflete o atual momento da economia.
☑️ Câmbio: como a taxa de troca entre a moeda local com o dólar e outras moedas fortes influenciam os resultados da balança comercial (exportações/importações).
☑️ Riscos políticos e de soberania: em
mercados emergentes, o quanto a economia é ameaçada por riscos políticos e de soberania.
☑️ Risco de crédito: o potencial de inadimplência nas principais modalidades e linhas de crédito para as empresas.
☑️ Liquidez: saber qual é o risco de manter ativos sem liquidez na carteira.
Esses são os principais fatores e outros também podem ser considerados, caso o investidor julgue necessário incorporá-lo na sua análise. Lembrando que o fator deve ser mensurável de alguma forma e não se basear em um estudo meramente subjetivo.
Perceba ainda que são fatores que vão afetar todos os ativos e, por isso, não devem ser usados isoladamente para tomar decisões ou comparar ativos dentro de uma mesma categoria, como, por exemplo, ação contra ação.
Fatores de estilo
Para esmiuçar a análise, outros critérios de ordem mais específica vão contribuir para selecionar onde investir, isto é, comparar um ativo diretamente com o outro.
São eles:
☑️ Momento: estudo do movimento das tendências do ativo. Se houver risco técnico de reversão da tendência, é preciso considerar isso na montagem da posição ou rebalanceamento da carteira.
☑️ Qualidade: considera os aspectos que refletem como a empresa é administrada, no caso das ações, por exemplo. Para isso, avaliam-se os lucros, o
ROE, o controle do endividamento, a geração de caixa, além de outras métricas e múltiplos.
☑️ Valor: incorporando o value investing, o intuito é descobrir ativos baratos e descontados quando observados os seus fundamentos.
☑️ Tamanho: como o foco é o longo prazo, dá-se prioridade às empresas menores como as
Small Caps, uma vez que elas têm maior potencial de crescimento quando comparado com empresas consolidadas. Note que isso torna o investimento mais arriscado.
☑️ Dividend yield: a política de distribuição de proventos também é considerada de modo a avaliar como isso vai afetar o crescimento da empresa.
☑️ Volatilidade: a prioridade é optar por ativos com preços mais estáveis e de risco mais baixo. Os menos voláteis tendem a ter maiores retornos ajustados ao nível de risco.
☑️ Carregamento: diz respeito ao incentivo que o investidor recebe por se posicionar em ativos mais arriscados.
Além disso, sempre é importante lembrar da diversificação como uma das principais estratégias de minimização do risco geral da carteira, sem deixar de ponderar a construção de um portfólio que equilibre crescimento e dividendos.
Por falar em proventos, veja, no infográfico a seguir, algumas dicas de nossos especialistas para aumentar seus ganhos de renda passiva com dividendos:
Quais são as vantagens de investir em fatores?
Para terminar, vamos conhecer algumas das principais vantagens de utilizar o factor investing como método para escolher onde investir hoje. São elas:
- Ganhos acima da média do mercado: o principal objetivo dessa metodologia é obter ganhos superiores à movimentação média dos ativos.
- Menos emocional no processo: o uso de dados e da tecnologia permite a tomada de decisões de modo mais racional.
- Realizar gestão ativa da carteira: minimizar e corrigir erros na construção do portfólio de longo prazo ativamente.
- Estratégia reconhecida: muitos gestores profissionais do mercado adotam o factor investing como metodologia de construção e administração de carteiras.
Não se esqueça que essa é uma teoria de investimentos focada no longo prazo. Além disso, ela pode ser adaptada e desenvolvida conforme seus objetivos e perfil de investidor.
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