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Como investir na taxa Selic? Veja se esses investimentos são possíveis!

“Onde investir com a Selic em alta” e “onde investir com a Selic em baixa” são algumas das perguntas mais feitas no Google quando em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A cada 45 dias, as pessoas procuram as melhores alternativas com a nova taxa de juros da economia.

Entre 2018 e 2024, o Copom alterou a taxa Selic 28 vezes em 46 reuniões.

Neste conteúdo, abordaremos como a taxa Selic afeta o mundo dos investimentos e o que os investidores normalmente procuram quando a tendência dessa taxa é para cima ou para baixo, bem como quais ativos do mercado se tornam mais desejados. Vamos lá?

O que é e como a taxa Selic afeta os investimentos?

Inicialmente, é preciso compreender que a definição da taxa Selic pelo Banco Central não tem como função principal a definição da rentabilidade dos investimentos.

A taxa Selic é o principal mecanismo da autoridade monetária para conter o avanço da inflação ou facilitar o acesso ao crédito na economia.

Se a Selic está alta, a ideia do Banco Central é restringir a circulação de moeda e tornar os empréstimos mais caros, importantes armas para frear a subida dos preços. Já quando a Selic está em níveis baixos, o intuito é o oposto: facilitar o acesso ao crédito e fazer o dinheiro circular na economia.

Além disso, a Selic é considerada a “taxa básica” de juros da economia e vai guiar a taxa DI – ou “taxa do CDI” –, que são os juros que os bancos cobram por empréstimos entre si.

A taxa do CDI, por sua vez, é a principal referência dos investimentos de Renda Fixa e tendem a seguir de perto a taxa Selic.

Por ter essa característica, o valor da Selic vai determinar se os investimentos de Renda Fixa vão ficar mais ou menos atrativos aos olhos dos investidores, sobretudo quando comparados a outras aplicações disponíveis no mercado.

Explicamos tudo isso em um artigo especial sobre o que é a taxa do CDI e o que significa um investimento que rende 100% do CDI, confira:

No mais, a Selic também pode afetar outros tipos de investimentos, tais como os Fundos Imobiliários de papel que incluem produtos atrelados ao CDI nas suas carteiras, por exemplo.

Portanto, a Selic não vai ficar subindo ou caindo para sempre. Seus movimentos vão depender dos diagnósticos do Banco Central sobre o cenário atual e se é necessário restringir ou favorecer a circulação de dinheiro na economia.

Veja, no gráfico a seguir, a variação da meta da taxa Selic estabelecida pelo Banco Central desde 2011:

É possível investir na taxa Selic?

Muitos investidores iniciantes se perguntam “Como investir na Selic?”. Logo, como você deve ter percebido, não é possível investir na Selic diretamente, uma vez que ela é somente um indicador de mercado para referência de empréstimos interbancários, financiamentos imobiliários e outras aplicações. Portanto, a Selic não é um tipo de investimento nem um ativo financeiro.

O que é possível fazer é aplicar em investimentos atrelados à Selic. Isso significa investir em produtos financeiros que entregam rentabilidade próxima ao valor da Selic do período.

Assim sendo, é de se esperar que os principais investimentos em que seguem a Selic, ou seja, em que a taxa de rentabilidade seja conhecida no momento da aplicação, sejam os de Renda Fixa.

Se você quer um rendimento igual à Selic, ou até mesmo ligeiramente superior, deve procurar aplicações como o Tesouro Selic ou com rentabilidade de 100% do CDI, isso sem considerar a mordida dos impostos e taxas sobre o retorno.

Taxa Selic alta: isso é bom ou ruim?

Do ponto de vista econômico, uma taxa Selic alta é geralmente vista como uma medida de controle da inflação.

Isso ocorre porque taxas de juros elevadas podem desencorajar o consumo e o investimento, reduzindo a demanda agregada e, consequentemente, ajudando a conter a alta dos preços. Contudo, isso esfria a atividade econômica e pode provocar a perda de empregos e diminuição da renda.

Do ponto de vista dos investimentos, uma taxa Selic alta pode ter impactos diferentes. Por um lado, investimentos em Renda Fixa, como títulos públicos, podem se tornar mais atrativos, oferecendo retornos mais elevados.

Por outro lado, a taxa Selic alta pode impactar negativamente investimentos em Renda Variável, como ações, pois o custo de oportunidade de investir em ativos de Renda Fixa aumenta.

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Como investir de acordo com a taxa Selic?

Então, se a Selic vai guiar a rentabilidade dos investimentos de Renda Fixa, o investidor que deseja estabelecer uma estratégia de retornos conforme a taxa básica de juros da economia deve optar por aplicações atreladas à Selic ou que remuneram igual ao acima dos 100% do CDI.

Portanto, quanto maior for o rendimento em relação à taxa DI, maior será a rentabilidade final do investimento.

Perceba a comprovação deste conceito no gráfico a seguir:

Contudo, tenha ciência de que encontrar investimentos que pagam acima dos 100% do CDI será mais complicado em momentos que a Selic estiver subindo.

Quais são os investimentos atrelados à Selic?

Investimentos atrelados à Selic são aqueles cujo rendimento está diretamente vinculado à variação da taxa básica de juros (Selic).

Eles são considerados de baixo risco, pois acompanham a principal taxa de juros da economia.

Isso significa que, quando a Selic sobe, o retorno desses investimentos aumenta; e quando a Selic cai, o retorno diminui.

Os principais são:

  • Tesouro Selic: título público que rende o valor da Selic acrescido de uma taxa pré-fixada.
  • CDBs a 100% do CDI ou mais: títulos bancários de Renda Fixa.
  • Contas digitais remuneradas: carteiras e contas digitais que fazem seu dinheiro render a 100% do CDI.

Basicamente, qualquer investimento que rende os 100% do CDI entregará um valor muito próximo da taxa Selic em vigência.

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Selic em alta: onde investir melhor?

Agora, onde investir com a alta da Selic? Nos períodos em que a Selic estiver em trajetória de alta, os investidores tendem a olhar com mais atenção para os investimentos de Renda Fixa e se tornarem mais cautelosos com aplicações mais arriscadas.

Os investimentos mais procurados com a Selic em alta são:

  1. Tesouro Selic: segue diretamente a taxa básica de juros, oferecendo retornos mais altos em períodos de Selic elevada, sendo seguro e com liquidez diária.
  2. Fundos de Renda Fixa: Fundos que investem em títulos atrelados ao CDI ou à Selic aumentam seus rendimentos conforme a taxa de juros sobe, atraindo investidores em busca de maior rentabilidade.
  3. CDBs que rendem 100% do CDI ou mais: como o CDI acompanha a Selic, CDBs que pagam 100% ou mais do CDI passam a oferecer retornos superiores quando os juros estão altos.
  4. Renda Fixa Corporativa (CRIs, CRAs, debêntures, etc): esses títulos privados podem ser indexados à inflação ou ao CDI, e em cenários de alta de juros, suas remunerações crescem, tornando-se mais rentáveis.
  5. FIIs de papel com carteiras expostas à taxa DI: FIIs de papel, que investem em títulos indexados ao CDI ou Selic, têm seus rendimentos ajustados automaticamente conforme a taxa de juros sobe.
  6. Contas remuneradas a 100% do CDI ou mais: com a Selic alta, o CDI também aumenta, e contas remuneradas a 100% ou mais do CDI proporcionam ganhos mais expressivos, oferecendo liquidez e rentabilidade imediata.

Nos últimos anos, a prática tem nos mostrado que é fundamental evitar a Poupança, pois a caderneta perde para o CDI e para a inflação há muito tempo.

Como o CDI acompanha de perto o valor da taxa Selic, naturalmente ele também vence a Poupança. Podemos constatar isso no gráfico a seguir:

Selic caindo: onde investir melhor?

Já nos momentos em que a autoridade monetária direciona a Selic para baixo, o prêmio de risco nos investimentos em Renda Variável fica mais interessante e os investidores tendem a aumentar o nível de risco de suas carteiras com aportes nos seguintes tipos de ativos:

  1. Ações: juros baixos estimulam o consumo e investimentos das empresas, favorecendo o crescimento e os lucros, o que torna as ações mais atrativas.
  2. Fundos Imobiliários (FIIs): com a Selic baixa, o custo de financiamento para o setor imobiliário diminui, incentivando a valorização dos ativos e dividendos pagos pelos FIIs.
  3. ETFs: se beneficiam do crescimento econômico impulsionado por juros baixos, favorecendo a valorização das empresas e dos setores.
  4. BDRs: a Selic baixa incentiva a busca por ativos internacionais, onde os retornos de empresas globais podem ser mais atrativos.
  5. Fundos de Ações e Fundos Multimercados: tendem a investir em ativos de maior risco e potencial de retorno, que se beneficiam de cenários de juros baixos e estímulo ao crescimento econômico.

Lembrando que os ativos citados neste artigo não são recomendações de compra nem representam necessariamente a opinião da equipe de Análise da Toro.

Selic x ganho real: o que preciso saber?

Além do rendimento atrelado à taxa Selic, o investidor também deve se preocupar com o retorno real das suas aplicações, independentemente do curto ou do longo prazo.

O ganho real é o resultado da rentabilidade total do investimento menos a inflação do período.

Isso quer dizer o quanto você realmente ganhou quando subtrai a perda do poder de compra do dinheiro no período do investimento.

Como dissemos, a Selic é o principal mecanismo do Banco Central para conter a inflação ou aumentar a disponibilidade de dinheiro na economia. Então, se os seus investimentos estão atrelados à Selic, é recomendável fazer o comparativo entre o rendimento nominal (o que foi contratado) menos a inflação do período.

Confira, no gráfico abaixo, o comportamento dos juros reais no Brasil:

Em quais ativos devo investir este ano?

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