Você provavelmente já ouviu falar em taxa de juros, não é mesmo? Apesar de ser um termo popular, nem todo mundo sabe exatamente o que são taxas de juros. Afinal, como calculá-las? Qual é a finalidade delas?
Pensando na importância desse tema, criamos este artigo. Ao longo do texto, você vai ver quais são os principais tipos de juros, como eles funcionam e de que maneira eles afetam seu bolso e seus investimentos. Vamos lá?
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O que é taxa de juros e como funciona?
Antes de tudo, você precisa enxergar os juros como uma relação entre uma quantidade de dinheiro e um determinado período de tempo.
Então, em poucas palavras: juros são uma remuneração em forma de percentual paga a quem disponibiliza um empréstimo ou realiza um investimento, por exemplo.
Na prática, eles funcionam como uma compensação pelo tempo em que o dinheiro ficou emprestado ou investido.
Veja só um exemplo: imagine que você pegou emprestado no banco R$5.000,00. O combinado em contrato é que você devolva o valor somado dos juros daqui a 1 ano. Então, na hora de devolvê-lo à instituição, você pagará um valor acima do que pegou emprestado.
Digamos que, nesse caso, após os 12 meses combinados você pagou de volta R$5.800,00. Portanto, o percentual da taxa de juros nesse exemplo foi de 16% ao ano.
Percebeu aqui? A taxa de juros está diretamente ligada à diferença entre o valor emprestado e o valor devolvido. No exemplo que utilizamos, a diferença entre o valor inicial e a quantia paga 1 ano depois foi de R$800. Podemos dizer, então, que esses R$800 foram os juros acumulados no período.
Não é tão complicado assim, concorda? É muito importante saber como funciona uma taxa de juros porque elas estão presentes em diversos momentos do nosso dia a dia, como cheque especial, cartão de crédito, aplicações financeiras, empréstimos e por aí vai.
Quais são os principais tipos de juros?
Nós demos um exemplo agora pouco para te ajudar a entender como funciona a taxa de juros da forma mais básica possível. Mas o que nem todo mundo sabe é que existem diferentes tipos de juros. Veja só:
1. Juros simples
Os juros simples são uma forma de remuneração ou encargo financeiro que é acordada e fixada no início de uma transação. Eles são calculados apenas sobre o valor inicial do empréstimo ou investimento, sem considerar os ganhos ou perdas acumulados ao longo do tempo.
Diferente dos juros compostos, recalculados regularmente com base no montante atualizado, os juros simples mantêm uma taxa constante durante todo o período.
Essa modalidade é comumente utilizada em transações financeiras de curto prazo, como empréstimos pessoais ou financiamentos de bens de consumo, e seu cálculo é relativamente simples.
2. Juros compostos
Esse tipo também é conhecido como “juros sobre juros”, isto é, eles continuam agindo durante todo a duração do empréstimo, débito ou investimento. Dessa forma, a soma é feita sobre o valor inicial e também sobre os juros dos meses anteriores.
É esse tipo de juros que causa pavor em muitas pessoas endividadas, especialmente no cheque especial, porque provoca um efeito de bola neve em que quanto mais tempo o débito se mantém maior fica o valor a ser pago.
Para descobrir qual será o seu patrimônio no futuro, apresentamos a você a calculadora de juros compostos da Toro, uma ferramenta poderosa que permite visualizar o crescimento do seu investimento ao longo do tempo.
No simulador, insira o valor inicial do investimento, a taxa de juros e o período desejado, e deixe que a calculadora faça o restante. Descubra como pequenas quantias podem se transformar em grandes fortunas ao longo dos anos:
3. Juros de mora
Os juros de mora, também conhecidos como juros de moratória, são encargos financeiros que incidem sobre o valor de uma dívida ou obrigação quando esta não é paga dentro do prazo estabelecido.
Esses juros são calculados com base no tempo de atraso, proporcionando uma indenização adicional ao credor pelo atraso no recebimento do valor devido.
Essa modalidade de juros serve como uma forma de penalidade e incentivo ao cumprimento dos prazos estabelecidos, uma vez que o devedor é responsável por arcar com essa compensação financeira pelo atraso no pagamento.
É importante destacar que os juros de mora são estabelecidos previamente em contrato ou determinados por lei, e sua aplicação é uma forma de garantir a justiça e a proteção dos direitos de ambas as partes envolvidas na transação.
4. Juros nominais
Os juros nominais são taxas definidas em contrato, ou seja, o que está escrito quando você compra um produto financeiro com juros predefinidos, assina um contrato com juros, etc. Ou seja, não leva em conta os efeitos da inflação.
5. Juros reais
Juros reais são a taxa de juros ajustada pela inflação, representando o ganho ou perda de poder de compra ao longo do tempo. Eles indicam o retorno real de um investimento ou o custo real de um empréstimo, levando em conta o impacto da inflação sobre o valor envolvido na transação.
Confira a evolução dos juros reais no Brasil nos últimos anos, lembrando que o passado não necessariamente se repetirá:
6. Juros rotativos
Nada mais é do que uma cobrança por atraso no pagamento da fatura do cartão de crédito ou de um financiamento. Se possível, é melhor evitá-lo para ficar longe de complicações financeiras. Por isso, não abra mão de um bom planejamento financeiro pessoal.
7. Juros sobre capital próprio
Esse tipo de juros é calculado com base no lucro obtido por uma empresa. Geralmente, empresas distribuem pelo menos parte desse valor a seus acionistas.
8. Juros futuros
Os juros futuros são taxas de juros negociadas no mercado financeiro para contratos que serão liquidados em uma data futura.
Assim sendo, eles representam a expectativa do mercado em relação às taxas de juros em um determinado período no futuro.
Os investidores utilizam os juros futuros para se proteger contra flutuações nas taxas de juros, especular sobre movimentos futuros dessas taxas ou precificar instrumentos financeiros que têm seus retornos vinculados às taxas de juros, como contratos de Renda Fixa.
Juros na Renda Fixa: qual é a diferença entre prefixado, pós-fixado e híbrido?
Na Renda Fixa, os juros podem ser classificados em três tipos principais: prefixados, pós-fixados e híbridos.
Esses valores são comumente observados em aplicações como Tesouro Direto, os CDBs e Letras de Crédito.
Em resumo:
- Prefixados: são determinados no momento da aplicação e permanecem fixos ao longo de todo o período do investimento. Isso significa que você sabe exatamente quanto irá receber no vencimento do título, independentemente de variações na economia ou nas taxas de juros.
- Pós-fixados: estão atrelados a algum indicador financeiro, como a taxa Selic, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O rendimento do investimento é calculado com base nesse indicador mais uma taxa fixa acordada no momento da aplicação. Portanto, o valor final recebido pode variar de acordo com a flutuação do indicador ao longo do período do investimento.
- Híbridos: combinam características dos juros prefixados e pós-fixados. Geralmente, uma parte do rendimento é determinada de forma prefixada, enquanto outra parte está vinculada a um indicador de mercado. Por exemplo, um título híbrido pode oferecer um rendimento fixo mais a variação do IPCA.
Assim sendo, essas diferentes formas de juros na Renda Fixa oferecem opções para os investidores de acordo com seus objetivos, tolerância ao risco e expectativas em relação ao mercado financeiro.
Qual a diferença entre taxa fixa e taxa variável?
Taxa fixa e variável são termos muito usados em financiamentos habitacionais, mas também têm muito a ver com outras áreas. Se você pretende investir em títulos do Tesouro Direto, por exemplo, vale a pena conhecê-las mais a fundo.
Taxa variável
Em negociações feitas com taxas variáveis, os juros cobrados podem variar ao longo do tempo. Com esse tipo de taxa, é praticamente impossível saber exatamente os rumos que os juros vão tomar. É uma incerteza, que pode trazer resultados bons ou ruins, dependendo das variações ocorridas.
Podemos dizer que os investimentos classificados como pós-fixados têm um funcionamento muito semelhante ao dessas taxas.
Por exemplo, um título de Tesouro pós-fixado pode estar vinculado à taxa Selic. E portanto, se a taxa Selic cai, a rentabilidade do Tesouro Selic também cai.
Taxa fixa
Como o próprio nome sugere, a taxa fixa é o oposto do que acabamos de explicar no tópico acima. No momento de investir ou fazer um empréstimo, você já sabe quais serão os juros aplicados. Ou seja, não existem surpresas negativas ou positivas — você pode prever tudo e se planejar.
No universo das aplicações financeiras, elas funcionam no estilo prefixado pois você consegue saber com precisão qual será a rentabilidade.
Portanto, por mais que o mercado e economia sofram grandes alterações, as taxas fixas são mantidas durante todo o período contratado. É uma opção mais indicada para quem prefere não correr riscos desse tipo, concorda?
No entanto, é importante ter atenção ao que acontece no Brasil e também lá fora, pois acontecimentos podem atrapalhar o rendimento conquistado com a taxa fixa. Por exemplo, se a inflação sobe muito, o dinheiro aplicado em uma taxa fixa tem grandes chances de valer menos quando for resgatado.
Taxa Selic: conheça a taxa básica de juros do Brasil
A taxa Selic também é conhecida como a taxa básica de juros do nosso país. Não à toa, você frequentemente ouve comentários sobre ela nos jornais.
Como é de se imaginar, ela tem uma enorme importância na economia brasileira, porque exerce impacto em outros juros, além de ser um dos principais indicadores utilizados em títulos de Renda Fixa.
O valor da Selic é definido pelo próprio Banco Central, a partir da reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) que acontece a cada 45 dias.
É com base nessa taxa que os bancos se baseiam para definir os juros que serão cobrados de seus clientes em empréstimos, por exemplo.
Veja seu comportamento nos últimos anos:
Como as taxas de juros influenciam o seu bolso?
As taxas de juros estão presentes no cotidiano mais do que podemos imaginar. Como explicamos ao longo do texto, elas se relacionam a empréstimos, cartão de crédito e itens básicos que consumimos em nossas rotinas.
Resumidamente, as taxas de juros têm um impacto significativo no seu bolso de várias maneiras:
- Empréstimos e financiamentos: taxas de juros mais altas significam custos mais elevados para empréstimos, como financiamento imobiliário, empréstimos pessoais ou financiamento de veículos. Isso pode resultar em prestações mensais mais altas e, consequentemente, em um maior custo total do empréstimo ao longo do tempo.
- Poupança e investimentos: taxas de juros mais altas podem aumentar os rendimentos de investimentos de renda fixa, como certificados de depósito (CDs), títulos do governo e contas de poupança. Por outro lado, taxas de juros mais baixas podem diminuir os retornos desses investimentos, afetando os ganhos potenciais da sua poupança e investimentos.
- Cartões de crédito: as taxas de juros dos cartões de crédito podem variar, mas geralmente são mais altas do que outras formas de crédito devido ao seu caráter rotativo e não garantido. Taxas de juros mais altas significam custos mais elevados para saldos não pagos, o que pode levar a dívidas mais caras se você não pagar o saldo integral mensalmente.
- Hipotecas e aluguéis: elas afetam os custos de hipotecas, o que pode influenciar os preços das casas e os custos de aluguel. Taxas de juros mais altas podem tornar as hipotecas mais caras, enquanto taxas de juros mais baixas podem tornar as hipotecas mais acessíveis, o que pode afetar a capacidade de comprar uma casa ou os custos de aluguel no mercado imobiliário.
Portanto, as taxas de juros desempenham um papel fundamental nas finanças pessoais, afetando o custo de empréstimos, o retorno de investimentos e até mesmo os preços dos imóveis e aluguéis.