O risco-Brasil indica a confiança do mercado na economia do país, medido principalmente pelo EMBI+ e pelo CDS de 5 anos. Afeta juros, dólar e Bolsa, influenciando diretamente investidores. Fatores internos incluem política fiscal, inflação, crescimento econômico e cenário político. Entre os externos, destacam-se taxas de juros nos EUA, apetite global por risco, preços de commodities e crescimento mundial.
Você já ouviu falar em risco-país, mas não sabe exatamente o que significa? Esse indicador é um dos termômetros mais importantes para medir como o mercado enxerga a economia de uma nação e, claro, influencia diretamente os investimentos.
No caso do risco-Brasil, ele ajuda a mostrar se investidores estrangeiros se sentem confiantes ou cautelosos ao colocar dinheiro aqui.
Entender esse conceito é fundamental para qualquer investidor, seja iniciante ou experiente, porque ele impacta juros, câmbio e até a Bolsa. Quer saber como isso funciona e por que você deveria acompanhar de perto? Então vamos lá!
Navegação Rápida
O que é o risco-país?
Risco-país é uma medida que mostra o quanto investir em um determinado país é considerado seguro ou arriscado pelos investidores internacionais. Em outras palavras, é como se fosse a “nota de confiança” da economia de um país.
- Risco-país baixo: significa que o mercado vê aquele país como estável, com boas chances de honrar suas dívidas e oferecer um ambiente seguro para investimentos.
- Risco-país alto: indica incertezas, pode ser por problemas políticos, crise econômica, dívida elevada ou instabilidade nas regras do jogo.
Esse indicador é usado para definir quanto os investidores exigem de retorno para aplicar seu dinheiro ali.
Quanto maior o risco, maior o juro que o país precisa pagar para atrair capital. Para você, investidor, acompanhar o risco-país ajuda a entender o humor do mercado e prever impactos em ativos como dólar, Bolsa e títulos públicos.
Como é medido o risco-país?
O risco-país é medido por índices que comparam os juros que o país paga para se financiar com os juros pagos pelos Estados Unidos, que são considerados o investimento mais seguro do mundo.
O principal indicador usado para o Brasil era o EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus), calculado pelo banco J.P. Morgan.
Ele media o “spread”, ou seja, a diferença entre o rendimento dos títulos da dívida brasileira emitidos em dólar e os títulos do Tesouro dos EUA.
Por exemplo: se o título brasileiro paga 6% ao ano e o americano paga 4%, o risco-país é de 2 pontos percentuais — ou 200 pontos-base, como o mercado costuma chamar.
Quanto maior essa diferença, maior é a percepção de risco.
Na prática, o EMBI+ funcionava como um termômetro:
- Queda do EMBI+ → mais confiança na economia, custos de financiamento menores.
- Alta do EMBI+ → mais desconfiança, juros maiores e pressão sobre o dólar e os investimentos.
⚠️ Atenção: o EMBI+ (índice histórico de risco-país do JPMorgan) foi descontinuado pelo Ipeadata em julho de 2024, o que dificulta comparar diretamente com séries passadas.
Além do EMBI+, existem outras formas de medir o risco-país:
- Credit Default Swap (CDS): é o “seguro contra calote” da dívida de um país. O preço do CDS de 5 anos é hoje uma das métricas mais usadas para medir risco-país em tempo real.
- Moody’s: o prêmio de risco-país é um indicador, tal como definido pela Moody’s e disponibilizado pela Universidade de Nova York. Para mais informações, consulte o link aqui.
- Agências de rating: notas de crédito de S&P, Moody’s e Fitch também ajudam a indicar o nível de risco de um país.
➡️ Conteúdo especial – Qual é o rating do Brasil nas agências de classificação de risco?
O que é o risco-Brasil?
O risco-Brasil é a forma como o mercado mede a confiança na economia brasileira. Ele mostra o quanto os investidores acreditam que o país vai honrar suas dívidas e manter estabilidade política e econômica.
É, basicamente, o “placar de confiança” do Brasil no cenário global.
Então:
- Risco-Brasil baixo: significa que o mercado vê o país como confiável e cobra juros menores para emprestar dinheiro.
- Risco-Brasil alto: quando está alto, é sinal de desconfiança, o que encarece o crédito, pressiona o dólar e pode afastar investimentos.
Quais fatores influenciam o risco-Brasil?
Vários fatores podem fazer o risco-Brasil subir ou cair e todos eles estão ligados à confiança dos investidores no país.
Aqui estão os principais, explicados de forma simples:
| Fatores Internos | Fatores Externos |
|---|---|
| Política fiscal: quando o governo gasta mais do que arrecada e aumenta a dívida, o risco sobe. Ajuste fiscal e controle de gastos tendem a reduzir o risco. | Taxa de juros nos EUA: quando os juros americanos sobem, investidores preferem ficar lá, exigindo mais retorno para investir no Brasil. |
| Inflação e juros: inflação alta preocupa, pois reduz o poder de pagamento do país. Políticas que trazem inflação para a meta ajudam a reduzir o risco. | Apetite global por risco: crises internacionais ou fuga de capital de mercados emergentes aumentam o risco-Brasil. |
| Cenário político: crises políticas, falta de previsibilidade ou mudanças bruscas nas regras (tributação, reformas) aumentam a percepção de risco. | Preços de commodities: como o Brasil é grande exportador (soja, minério, petróleo), queda nos preços pode afetar receitas e aumentar risco. |
| Crescimento econômico: quanto mais a economia cresce de forma sustentável, maior a confiança e menor o risco. | Crescimento da economia global: crises globais reduzem a demanda por exportações brasileiras, diminuindo receitas e aumentando o risco-Brasil. Um cenário global positivo melhora o comércio e pode reduzir esse risco. |
SAIBA MAIS:
➡️ Carry trade: qual a conexão desse conceito com as taxas de juros?
➡️ Como dolarizar meu dinheiro? Veja dicas práticas!
Como está o risco-Brasil hoje?
Aqui vai um panorama de como está o risco-Brasil em 2025, com base nas últimas medições e o que isso significa para investidores:
- No início de 2025, o risco-Brasil estava em cerca de 214 pontos.
- Até junho, ele havia recuado para 152 pontos.
- Em julho, atingiu 145 pontos, marcando o menor valor do ano até aquele momento.
A queda desse indicador revela melhora da percepção dos investidores em relação ao Brasil, especialmente quanto à estabilidade econômica e à capacidade do país de honrar suas dívidas.
Apesar da melhora, 145-152 pontos ainda não são níveis extremamente baixos — há espaço para mais confiança, principalmente se variáveis como inflação, política fiscal e cenário externo continuarem favoráveis.
Como o risco-país afeta a vida dos investidores?
O risco-país afeta diretamente o bolso e as decisões dos investidores.
Quando o indicador sobe, significa que o mercado vê mais incerteza no país e isso pode mudar o rendimento de vários ativos.
Um risco-país alto geralmente provoca:
- Juros mais caros: o governo precisa pagar mais para se financiar, e os bancos repassam esse custo para empresas e pessoas.
- Dólar em alta: investidores estrangeiros retiram recursos do país, pressionando o câmbio.
- Bolsa mais volátil: ações podem cair com a fuga de capital e menor apetite ao risco.
Por outro lado, quando o risco-país cai, o cenário fica mais favorável: juros podem recuar, o dólar tende a se estabilizar e o mercado de ações costuma se valorizar.
Para você, investidor, acompanhar o risco-país ajuda a escolher melhor entre Renda Fixa, Bolsa ou até investimentos no exterior, ajustando sua estratégia conforme o humor do mercado.