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Quanto rende o FGTS? Veja se vale a pena investir

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma importante garantia trabalhista no Brasil, criado para proteger os direitos do trabalhador.

Além de servir como uma reserva financeira em situações específicas, como demissão sem justa causa, aquisição da casa própria, aposentadoria, entre outras, o FGTS também desperta o interesse em relação ao rendimento que seus valores acumulados podem proporcionar ao longo do tempo.

Neste contexto, surge a curiosidade em entender quanto rende o FGTS e como seu rendimento se compara a outras opções de investimento.

Examinar essas questões é fundamental para que você possa tomar decisões informadas sobre o destino de seus recursos e potencializar seus benefícios financeiros.

Neste artigo, descubra quanto rende o FGTS, quais são as modalidades de saque, quais investimentos valem mais a pena, entre outras informações. Vamos lá?

O que é e como funciona o FGTS?

O FGTS, ou Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, é um direito dos trabalhadores brasileiros regido pela Lei nº 8.036/90 e disponível para quem trabalha sob o regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Assim, trabalhadores individuais ou autônomos (PJ) — que não possuem vínculo empregatício — não têm direito ao Fundo.

Funciona como uma espécie de Poupança, na qual o empregador é obrigado a depositar mensalmente um valor correspondente a 8% do salário do empregado em uma conta vinculada.

Esse fundo visa proteger o trabalhador em situações como demissão sem justa causa, doenças graves, aposentadoria, compra da casa própria, entre outros.

O valor depositado não é descontado do salário do trabalhador, sendo uma obrigação do empregador.

O saque do FGTS pode ocorrer em diversas situações, como demissão sem justa causa, aposentadoria, compra da casa própria, doenças graves, entre outras. Além disso, o governo pode autorizar saques extraordinários em situações especiais, como ocorreu durante a pandemia da Covid-19.

A gestão do FGTS é feita pela Caixa Econômica Federal, e o trabalhador pode acompanhar seu saldo e movimentar a conta por meio de canais como o aplicativo FGTS, site da Caixa, ou em agências bancárias.

Nós temos um conteúdo especial e completo com todos os detalhes sobre o Fundo de Garantia, veja:

Quanto rende o FGTS?

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o FGTS não é um investimento tradicional, como uma aplicação financeira. A remuneração do FGTS é determinada pelo governo e segue uma taxa de juros fixa.

O rendimento atual do FGTS é de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR).

A TR, no entanto, juntamente com o baixo retorno nominal de 3%, pode resultar em um rendimento baixo, e a rentabilidade real do FGTS tem sido inferior a outros investimentos, uma vez que ela é bem próximo de zero.

Em junho de 2024 o Supremo Tribunal Federal decidiu que o rendimento do FGTRS não poderá ficar abaixo do IPCA. Ou seja, o cálculo da rentabilidade do FGTS continua sendo o mesmo, porém quando esse valor ficar abaixo do IPCA, o valor será corrigido pelo índice da inflação.

Ou seja, com essa decisão o trabalhador sempre terá seu valor corrigido, pelo menos, pela inflação.

Confira no gráfico abaixo a variação da taxa referencial (TR) por mês desde 2000.

Segundo o InvestNews, o percentual de FGTS a ser repassado aos trabalhadores em 2023 equivale a 99% do lucro de R$ 12,848 bilhões obtido pelo Fundo de Garantia no ano passado. Dessa forma, a distribuição do lucro deve elevar o rendimento do FGTS para 7,09% neste ano, superior à inflação oficial de 5,79% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022.

Contudo, vale ressaltar que em 2022 o FGTS rendeu 5,83%, contra a inflação oficial de 10,06% em 2021.

FGTS x Poupança

A rentabilidade do FGTS, como vimos, é de 3% ao ano + a Taxa Referencial (TR). A TR, no entanto, tem sido próxima de zero em muitos períodos recentes, o que limita ainda mais o baixo rendimento do FGTS.

Quanto à Poupança, ela também possui uma remuneração composta por uma taxa fixa (Selic) e a Taxa Referencial (TR).

Historicamente, a Poupança tem rendido menos do que muitas outras alternativas de investimento, principalmente em cenários de queda da taxa básica de juros. Caso a Selic esteja acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 0,5% + TR por mês.

Veja no gráfico abaixo o rendimento real da Poupança nos últimos anos, comparado com a inflação:

Em resumo, o FGTS e a Poupança são considerados investimentos de baixo rendimento quando comparados a outras opções disponíveis no mercado financeiro.

Se você estiver buscando melhores retornos, pode ser interessante explorar outras modalidades de investimento, como títulos públicos, CDBs, Fundos de Investimento, entre outros, dependendo do seu perfil de investidor e objetivos financeiros.

Como sacar o FGTS?

Agora que você já sabe quanto rende o FGTS, vamos explicar como você pode fazer o saque.

O saque do FGTS pode ser realizado em diferentes modalidades, dependendo da situação específica do trabalhador. Confira um resumo das modalidades de saque do FGTS:

  • Saque Rescisão (demissão sem justa causa): em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador pode sacar o saldo total de sua conta do FGTS.
  • Saque aniversário: essa modalidade permite a retirada de uma parte do saldo anualmente no mês de seu aniversário. Aderir a essa opção impede o saque do valor integral em caso de demissão sem justa causa.
  • Compra da casa própria: o FGTS pode ser utilizado para abater parte do valor ou quitar financiamento habitacional.
  • Aposentadoria: ao se aposentar, o trabalhador pode sacar o saldo total do FGTS.
  • Doenças graves: em situações específicas de doenças graves, é possível solicitar o saque do FGTS.
  • Contas inativas: em algumas situações, como nas rescisões de contratos de trabalho, você pode sacar o saldo de contas inativas.

O procedimento para o saque varia de acordo com a modalidade e pode incluir o acesso ao site da Caixa Econômica Federal, aplicativos específicos, agências bancárias ou caixas eletrônicos.

É importante verificar as condições de cada modalidade e, em caso de dúvidas, entrar em contato com a Caixa ou consultar informações atualizadas nos canais oficiais do governo.

Vale a pena investir o FGTS?

Sim, vale a pena investir o FGTS, especialmente porque o rendimento é muito baixo em comparação a outros investimentos.

Entretanto, para tomar essa decisão, você precisa avaliar se:

  • Você está habilitado a fazer o saque.
  • Você consegue reservar esse dinheiro para investir, isto é, não precisa dele para quitar dívidas.
  • Conhece seu perfil de investidor, para entender qual é a sua tolerância ao risco.
  • Precisa utilizar o dinheiro imediatamente ou se pode esperar para conseguir gerar mais retornos.

Como vimos, o Fundo de Garantia foi criado pensando nos direitos trabalhistas e para incentivar as pessoas a poupar recursos para o futuro. Entretanto, é possível investir o valor disponível e garantir mais retornos financeiros. Confira no próximo tópico as melhores formas de investir o FGTS.

Quais são as melhores formas de investir o Fundo de Garantia?

Se você optou por aplicar o dinheiro do FGTS, lembre-se de que a Poupança não é a melhor alternativa. Trouxemos algumas opções para você potencializar seus rendimentos. Alguns deles, como os CDBs, LCI e LCA, têm proteção do FGC – Fundo Garantidor de Créditos.

1. CDB

O CDB é um título de Renda Fixa emitido por bancos. Oferece uma remuneração fixa ou variável, dependendo das condições acordadas no momento da aplicação. Pode ser pré-fixado (taxa fixa) ou pós-fixado (atrelado a índices como o CDI).

Normalmente, oferece uma rentabilidade maior do que a Poupança e é bastante seguro. Ideal para quem não gosta de correr muitos riscos.

2. LCI e LCA

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de Renda Fixa isentos de Imposto de Renda, geralmente vinculados ao setor imobiliário ou agronegócio, como o próprio nome indica.

Elas são emitidas por bancos e instituições financeiras e vendidas para investidores. Após um período acordado na venda, o comprador devolve seu título em troca do valor investido somado a uma determinada taxa de juros.

3. Tesouro Direto

O Tesouro Direto são títulos públicos oferecidos pelo governo. São considerados investimentos de baixo risco, e existem diferentes tipos de títulos, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado.

No Tesouro, o governo “pega seu dinheiro emprestado”, utiliza para realizar suas atividades e oferece juros mais interessantes ao final do prazo. Logo, o Tesouro Direto oferece 3 vantagens principais:

  • Liquidez: o próprio Tesouro Nacional recompra os títulos diariamente.
  • Segurança: o governo garante o pagamento devido no dia combinado.
  • Rentabilidade: maior do que a Poupança.

Além disso, tenha em mente que o título pode superar a Poupança somente se a aplicação for levada até a data de vencimento.

4. Fundos de Investimentos

Os Fundos de Investimentos são uma possibilidade de investir em uma carteira diversificada de ativos gerenciada por um gestor profissional. Existem Fundos de Renda Fixa, Multimercado, e de ações, por exemplo.

Essa modalidade oferece diversas vantagens, sendo uma das principais a diversificação automática, pois os Fundos aplicam em uma variedade de ativos, reduzindo os impactos negativos de investir apenas em um tipo de investimento. Além disso, a gestão profissional proporciona decisões embasadas em análises especializadas.

A facilidade de investimento, a liquidez diária e a possibilidade de acesso a diferentes classes de ativos também são outros benefícios atrativos.

5. Ações

Dependendo do seu perfil, investir na Bolsa de Valores, especificamente no mercado de ações, também é uma possibilidade interessante.

Esse tipo de investimento é mais volátil e tem maior potencial de retorno, mas também envolve mais riscos. Além disso, podem proporcionar ganhos por meio de dividendos.

Se você não sabe como investir em ações, confira nosso passo a passo abaixo e veja como é simples:

6. Fundos Imobiliários (FIIs)

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são uma forma de investimento nos quais investidores aplicam recursos para adquirir cotas.

Esses Fundos têm como objetivo principal investir em ativos do mercado imobiliário, como edifícios comerciais, shoppings, hospitais ou outros empreendimentos.

Os rendimentos gerados, como aluguéis, são distribuídos periodicamente aos cotistas. Os FIIs proporcionam aos investidores a oportunidade de participar indiretamente do mercado imobiliário, diversificando seus investimentos e potencialmente recebendo retornos atrativos.

7. Previdência Privada

Por fim, a Previdência Privada é uma alternativa de planejamento financeiro para o futuro, oferecendo aos indivíduos a oportunidade de construir uma reserva para a aposentadoria.

Existem dois tipos principais de planos: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).

No PGBL, as contribuições podem ser deduzidas do Imposto de Renda até determinado limite, mas o imposto incide sobre o valor total resgatado. Já no VGBL, não há dedução fiscal no momento da contribuição, mas o imposto é aplicado apenas sobre os rendimentos.

A Previdência Privada oferece flexibilidade e é uma alternativa para complementar a previdência pública. No entanto, é essencial entender as condições do plano, analisar taxas e considerar o horizonte de investimento antes de aderir.

Como você pode perceber, cada tipo de investimento apresenta características distintas, e a escolha depende dos objetivos, prazos e da sua tolerância ao risco.

Enfim, agora que você sabe quanto rende o FGTS e as possibilidades de investimentos disponíveis, lembre-se de que antes de tomar uma decisão final, é recomendável fazer uma análise cuidadosa e, se necessário, buscar a orientação de especialistas do mercado.

Aqui na Toro, nós podemos ajudar você. Faça seu cadastro gratuito e conte com ajuda do nosso time de experts para te auxiliar a montar uma carteira de investimentos estratégica e vencedora.