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ETFs de Small Caps: o que preciso saber antes de investir no SMAL11?

Os 5 ETFs de Small Caps disponíveis na Bolsa de Valores do Brasil são o SMAL11, TRIG11, XMAL11 e SMAB11. Todos têm como objetivo refletir o desempenho do Índice de Small Caps (SMLL) elaborado pela B3. Esses ETFs de Small Caps buscam acompanhar o desempenho de empresas com menor capitalização de mercado, oferecendo aos investidores exposição diversificada a setores emergentes e potencial de crescimento.

A indústria de ETFs no Brasil nunca esteve tão forte e sólida. De 2018 a 2021, o patrimônio total dos Exchange Traded Funds (Fundos de Índice negociados em Bolsa) chegou a R$ 41,5 bilhões, apontam dados de levantamento recente. 

Em novembro de 2022, o número total de investidores de ETF era de 850 mil, 30% a mais do que um ano antes.

O aumento das possibilidades de investimento em ETFs com novos Fundos sendo lançados constantemente só favorece o investidor que vê as gestoras reduzindo as taxas de administração e as corretoras zerando as taxas de corretagem.

Por serem considerados uma boa forma de entrada para quem está começando na Bolsa de Valores, sua popularidade acompanha o recente ingresso recorde de pessoas físicas na B3.

Entre os mais procurados estão os ETFs de Small Caps, aqueles que seguem o Índice das empresas com menor capitalização listadas no Brasil. 

É sobre eles que vamos falar hoje! Você vai conhecer quais são os principais ETFs de Small Caps, como eles funcionam, suas taxas, custos e o desempenho histórico. Vamos lá?

 

O que são as Small Caps?

As Small Caps são as empresas listadas na Bolsa de Valores que possuem menor capitalização de mercado em relação às blue chips. Há várias faixas de classificação para esse tipo de empresa, mas normalmente toma-se o valor de mercado como a referência. Esse indicador, por sua vez, é calculado pela cotação da ação multiplicada pelo total de ações da empresa.

É importante destacar ainda que, apesar do adjetivo Small, as empresas muito menores, isto é, com valor extremamente baixo, não são consideradas pequenas e entram em categorias diferentes, como as microcaps e/ou penny stocks.

Os BDRs e as empresas em recuperação judicial também não entram no Índice de Small Caps que conheceremos a seguir.

Ainda não há um consenso sobre qual o número exato do valor de mercado para que uma empresa seja chamada de Small Cap. Por isso, é comum se deparar com diversas classificações a esse respeito, especialmente em países emergentes e outras Bolsas de Valores.

A B3 considera, nessa categoria, as ações que estejam fora dos 85% do valor de mercado de todas as empresas listadas para compor o Índice de Small Caps.

Confira um vídeo especial do Analista da Toro Investimentos, Lucas Carvalho, explicando em detalhes o que são as Small Caps, como encontrar boas empresas e por que investir nelas:

 

 

O que é o Índice de Small Caps (SMLL)?

Inicialmente, antes de falarmos dos ETFs, é preciso conhecer o Índice de Small Caps. Esse índice, assim como o Ibovespa, representa o resultado de uma carteira teórica de ações cujo objetivo é acompanhar o desempenho médio das cotações de determinado grupo de empresas. Nesse caso, as Small Caps da Bolsa de Valores do Brasil (B3).

A B3 elabora, seguindo metodologia própria, uma carteira hipotética com as empresas de menor valor de mercado mais negociadas como uma espécie de “termômetro” que indica como está a valorização geral delas.

Esse índice é que será a base do trabalho e da existência dos ETFs de Small Caps. Confira um conteúdo especial e completo sobre esse índice e o seu desempenho ao longo dos anos:

ARTIGO ESPECIAL • O que é o índice SMLL das Small Caps? Simplificamos para você

Lista de ações que compõem o Índice de Small Caps (SMLL) da B3

As ações que fazem parte da carteira do Índice de Small Caps atualmente são:

Código Empresa Código Empresa
RRRP3 3R PETROLEUM MYPK3 IOCHP-MAXION
TTEN3 3TENTOS RANI3 IRANI
ABCB4 ABC BRASIL IRBR3 IRBBRASIL RE
AERI3 AERIS JALL3 JALLESMACHAD
AESB3 AES BRASIL JHSF3 JHSF
ALSO3 ALIANSCSONAE KEPL3 KEPLER WEBER
AALR3 ALLIAR LAVV3 LAVVI
ALPA4 ALPARGATAS LWSA3 LOCAWEB
ALUP11 ALUPAR LOGG3 LOG COM PROP
AMBP3 AMBIPAR LOGN3 LOG-IN
ANIM3 ANIMA MDIA3 M.DIASBRANCO
ARZZ3 AREZZO CO POMO4 MARCOPOLO
ARML3 ARMAC MRFG3 MARFRIG
AZUL4 AZUL MATD3 MATER DEI
BPAN4 BANCO PAN CASH3 MELIUZ
BRSR6 BANRISUL LEVE3 METAL LEVE
BMOB3 BEMOBI TECH MILS3 MILLS
BLAU3 BLAU BEEF3 MINERVA
BOAS3 BOA VISTA MODL3 MODALMAIS
BRPR3 BR PROPERT MOVI3 MOVIDA
BRAP4 BRADESPAR MRVE3 MRV
AGRO3 BRASILAGRO MLAS3 MULTILASER
BRFS3 BRF ODPV3 ODONTOPREV
CAML3 CAMIL MEGA3 OMEGAENERGIA
CBAV3 CBA ONCO3 ONCOCLINICAS
CEAB3 CEA MODAS ORVR3 ORIZON
CLSA3 CLEARSALE PCAR3 GPA
COGN3 COGNA PGMN3 PAGUE MENOS
CSMG3 COPASA RECV3 PETRORECSA
CURY3 CURY  PETZ3 PETZ
CVCB3 CVC BRASIL PTBL3 PORTOBELLO
CYRE3 CYRELA POSI3 POSITIVO
DASA3 DASA QUAL3 QUALICORP
DXCO3 DEXCO LJQQ3 QUERO-QUERO
PNVL3 DIMED RAPT4 RANDON
DIRR3 DIRECIONAL ROMI3 ROMI
ECOR3 ECORODOVIAS SAPR11 SANEPAR
EMBR3 EMBRAER STBP3 SANTOS BRP
ENAT3 ENAUTA SMTO3 SAO MARTINHO
ENBR3 ENERGIAS BR SEQL3 SEQUOIA
ESPA3 ESPACOLASER SEER3 SER EDUCA
EVEN3 EVEN SIMH3 SIMPAR
EZTC3 EZTEC SQIA3 SINQIA
FHER3 FERT. HERINGER SLCE3 SLC AGRICOLA
FESA4 FERBASA SMFT3 SMART FIT
FLRY3 FLEURY TAEE11 TAESA
GFSA3 GAFISA TASA4 TAURUS ARMAS
GOAU4 GERDAU METAL. TRAD3 TC
GOLL4 GOL TEND3 TENDA
GGPS3 GPS TRIS3 TRISUL
GRND3 GRENDENE TUPY3 TUPY
GMAT3 GRUPO MATEUS UNIP6 UNIPAR
SBFG3 GRUPO SBF USIM5 USIMINAS
SOMA3 GRUPO SOMA BHIA3 GRUPO CASAS BAHIA
GUAR3 GUARARAPES VIVA3 VIVARA
HBSA3 HIDROVIAS VULC3 VULCABRAS
IGTI11 IGUATEMI S.A WIZC3 WIZ
MEAL3 IMC YDUQ3 YDUQS
IFCM3 INFRACOMM ZAMP3 ZAMP
INTB3 INTELBRAS

Fonte: B3 – Atualizado em maio de 2023

Para terminar esse tópico, é relevante destacar que, além dos ETFs, é essencial investir também diretamente nas ações livres, em Fundos Imobiliários e outros ativos para ter um portfólio completo e diversificado.

Quais são os ETFs de Small Caps no Brasil?

Agora que conhecemos quais são as ações que fazem parte do Índice de Small Caps, vamos falar dos principais ETFs para acessar o investimento nessa categoria de empresa de uma única vez.

Como você pôde perceber no tópico anterior, o índice engloba muitas ações, o que demandaria muito trabalho e esforço de análise do investidor para adquirir cada uma delas em separado.

Por isso, o intuito do ETF é viabilizar o acesso a essa carteira de ações por meio de um único veículo de investimento: a cota do Fundo negociado em Bolsa.

Esse tipo de investimento é também chamado de gestão passiva, uma vez que a meta é simplesmente acompanhar e ganhar a valorização geral do mercado. No caso das Small Caps, hoje, existem quatro ETFs para isso. São eles:

1. ETF SMAL11

O ETF SMAL11 (iShares BM&FBOVESPA Small Cap) é um Fundo de Índice administrado pela gestora BlackRock que visa aplicar os recursos dos seus cotistas em uma carteira cujo objetivo é acompanhar a performance do Índice de Small Caps brasileiras (SMLL). 

Em outras palavras, quando o investidor compra uma cota deste ETF, está adquirindo uma parcela do patrimônio de cerca de R$ 3,4 bilhões do Fundo que investe nas ações que fazem parte da carteira de Small Caps em proporções similares ao índice.

Logo, é como se você investisse em várias empresas comprando uma única cota do Fundo.

Porém, as ações compradas pelo ETF não ficam no seu nome e CPF, mas são registradas tendo o Fundo como dono delas e isso vai fazer diferença quando as empresas distribuírem os proventos, como aprenderemos a seguir. Na Bolsa, haverá o seu registro como cotista do ETF e, portanto, proprietário de uma fração do patrimônio total do Fundo.

Ações que fazem a composição da carteira do SMAL11

As ações que fazem parte da carteira do ETF SMAL11 são as mesmas que compõem o Índice Small Caps, como mencionado anteriormente.

Três vezes por ano, a B3 realiza o rebalanceamento do índice. Nessas ocasiões, a Bolsa revê as posições, o peso de cada ativo, inclui e/ou retira ações do SMLL.

Dessa maneira, a gestora fica de olho nesses rebalanceamentos para realizar as compras de ações, os ajustes nas posições do Fundo e manter o objetivo principal: refletir de perto o desempenho geral do índice.

Cotação do SMAL11

Como vimos, o objetivo do ETF SMAL11 é entregar aos cotistas uma valorização semelhante à performance média das cotações das empresas do Índice Small Caps e ele vem fazendo isso de modo bastante eficiente.

Pelo gráfico abaixo, é possível notar que o Fundo historicamente conferiu desempenho bem próximo à valorização do índice de referência: 

rentabilidade-smal11
Fonte: BlackRock

É sempre importante lembrar que os retornos passados não são garantias de que o mesmo ocorrerá no futuro.

No exemplo hipotético realizado pela gestora no gráfico acima, um investimento de R$10 mil neste ETF em 2008 teria se valorizado até próximo dos R$ 40 mil em 2023, ou seja, quase 300% de retorno.

A pequena diferença em relação ao índice se deve à taxa de administração cobrada pelo ETF e às mudanças de posição na carteira quando o Índice SMLL é rebalanceado de tempos em tempos.

Além disso, consideram-se também as posições em caixas e derivativos (como futuros e moeda) que o Fundo possa vir a ter.

Qual é o valor da taxa de administração do SMAL11?

A taxa de administração cobrada pela gestora do ETF SMAL11 é de 0,50% ao ano. Além disso, em relação aos custos de ter um ETF na carteira, você deve declará-los anualmente no Imposto de Renda.

Ademais, também deve pagar 15% sobre o valor do ganho de capital, caso você venda suas cotas com algum lucro, independentemente de quantas forem.

O SMAL11 paga dividendos?

Como todo ETF em negociação no Brasil, o SMAL11 não transfere os dividendos recebidos pelas empresas aos cotistas. Quando uma empresa paga os proventos, a gestora do ETF os reinveste nas ações que o Fundo tem no portfólio, realizando o rebalanceamento e reforço das posições. 

Então, mesmo que os dividendos não cheguem diretamente ao seu bolso, você não está perdendo, pois, quando o ETF reaplica esses proventos, o preço de suas cotas negociadas em Bolsa se valoriza. Sobre essa questão, preparamos um artigo completo também publicado aqui no blog da Toro, confira:

ARTIGO ESPECIAL • Os ETFs pagam dividendos? Entenda tudo sobre o assunto!

2. ETF XMAL11

Além do SMAL11, a partir de 2021, o investidor ganhou mais uma opção de ETF de Small Caps na Bolsa de Valores: o XMAL11. Assim como o anterior, esse Fundo também tem como objetivo acompanhar o desempenho do Índice de Small Caps e adota a mesma estratégia.

A diferença é que este ETF é administrado por outra gestora e a sua taxa de administração é um pouco menor: 0,30% ao ano. 

3. ETF SMAB11

A terceira e mais recente alternativa entre os ETFs de Small Caps disponíveis na B3 é o SMAB11. Este ETF começou a ser negociado em setembro de 2021 e é administrado pelo banco BTG Pactual. 

Sua taxa de administração é de 0,40% ao ano e também visa seguir de perto a variação do desempenho geral do Índice de Small Caps. 

4. ETF SMAC11

Além dos anteriores, há ainda o SMAC11, gerido pelo Itaú Asset. Ele também permite investir em uma carteira diversificada de Small Caps por meio de uma única compra. Assim como os demais, busca replicar o desempenho de empresas relacionadas a tecnologia, mídia, telecomunicações e comércio eletrônico.

Portanto, também expõe sua carteira aos principais setores em desenvolvimento. A taxa de administração desse ETF é de 0,50% ao ano  

5. ETF TRIG11

O TRIG11 é gerenciado pela Trígono Capital e é constituído de micro e small caps. Na sua estreia em novembro de 2021, a composição alcançava mais de 90 empresas de 16 setores diferentes. Esse ETF leva como referência o índice Teva Ações Micro Caps. A taxa de administração é de 0,60% ao ano. 

Lembrando que os ETFs citados neste conteúdo não são recomendações de compra nem necessariamente expressam a opinião dos experts da Toro.

Como investir em ETFs de Small Caps?

Antes de terminarmos esse artigo, vamos falar rapidamente sobre como você pode comprar suas cotas dos ETFs de Small Caps. Inicialmente, você precisa de uma conta aberta em uma corretora de Valores.

A Toro Investimentos não cobra taxas de corretagem para a maioria dos investimentos em Renda Variável, incluindo os ETFs.

Em seguida, basta transferir o dinheiro da sua conta no banco para a corretora. Daí, busque o ETF na plataforma da Toro pelo código de negociação (SMAL11 ou XMAL11, por exemplo). Por fim, é só configurar a quantidade, conferir o valor e confirmar o investimento.

Se tiver alguma dúvida, confira o passo a passo demonstrado no vídeo abaixo:

 

 

 


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