As big techs são empresas de tecnologia que dominam mercados globais e influenciam diretamente a economia, a inovação e a sociedade.
Com bilhões em valor de mercado, corporações como Apple, Microsoft, Google, Amazon e Meta definem tendências e impulsionam avanços em inteligência artificial, computação em nuvem e dispositivos digitais.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o papel das big techs no mercado financeiro e os fatores que tornam essas empresas tão poderosas. Vamos lá?
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O que são as chamadas big techs?
As “big techs” são as maiores e mais influentes empresas de tecnologia do mundo.
O termo, que pode ser traduzido como “as grandes da tecnologia”, refere-se a um grupo de companhias que dominam o mercado global com seus produtos e serviços digitais, exercendo um grande poder econômico e cultural.
Frequentemente, o acrônimo GAFAM é utilizado para se referir às cinco principais: Google (Alphabet), Amazon, Meta (anteriormente Facebook), Apple e Microsoft.
Essas empresas, em sua maioria sediadas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, tornaram-se onipresentes no cotidiano de bilhões de pessoas, moldando a forma como nos comunicamos, consumimos informação, fazemos compras e nos entretemos.
Como surgiram as big techs?
As big techs surgiram aos poucos, em uma evolução que se estendeu por décadas, impulsionada por uma combinação de inovação visionária, timing estratégico e um cenário tecnológico em constante transformação.
As raízes das big techs começam antes da internet como a conhecemos. Nesta fase, visionários perceberam o potencial de levar a computação dos grandes mainframes corporativos para as mesas das pessoas comuns.
Em 1975, Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft com a visão de colocar “um computador em cada mesa e em cada casa”.
O grande salto não foi a criação de um computador, mas sim do software que o faria funcionar. Ao licenciar seu sistema operacional, o MS-DOS, para a IBM e, posteriormente, com o domínio do Windows, a Microsoft estabeleceu o padrão para a computação pessoal em todo o mundo, criando um dos primeiros ecossistemas de software da história.
Em 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak, em sua famosa garagem, tinham um foco diferente: a integração perfeita entre hardware e software.
Com o lançamento do Apple II e, mais tarde, do Macintosh, a Apple introduziu a interface gráfica do usuário (GUI) para o grande público, tornando os computadores mais intuitivos e acessíveis. Eles venderam não apenas uma ferramenta, mas uma experiência de uso.
Anos mais tarde, a popularização da internet nos anos 90 criou um terreno fértil para uma nova onda de empresas.
A promessa de um mercado global conectado gerou uma euforia de investimentos, conhecida como a “bolha ponto-com”. Foi então que surgiram empresas como a Amazon (1994) e o Google (1998).
No início dos anos 2000, mais especificamente em 2004, Mark Zuckerberg criou “Thefacebook” em seu dormitório em Harvard como uma forma de conectar estudantes. A plataforma explorou uma necessidade humana fundamental: a conexão social.
Ao se expandir para outras universidades e, eventualmente, para o mundo, o Facebook criou o “gráfico social”, um mapa digital das conexões entre as pessoas. Depois da sua rápida expansão, aquisições estratégicas como as do Instagram e WhatsApp consolidaram seu domínio absoluto sobre a comunicação e a identidade social online.
Assim, o surgimento dessas empresas como big techs foi acelerado por mudanças tecnológicas e estratégicas do século XXI, tais como:
- A revolução mobile: o lançamento do iPhone pela Apple em 2007 não apenas redefiniu o smartphone, mas criou a economia dos aplicativos. Google, com seu sistema operacional Android, garantiu que seu domínio se estendesse para o mundo móvel. Essa mudança colocou a internet e os serviços dessas empresas no bolso de bilhões de pessoas.
- A ascensão da computação em nuvem (Cloud Computing): a Amazon foi pioneira com a Amazon Web Services (AWS), alugando sua própria infraestrutura de servidores para outras empresas. Microsoft (com o Azure) e Google (com o Google Cloud) seguiram o mesmo caminho. A nuvem não só se tornou uma fonte enorme de receita, mas também a espinha dorsal da economia digital, alimentando tudo, desde startups a serviços de streaming.
- O poder dos dados: o modelo de negócio da maioria das Big Techs depende da coleta e análise de enormes volumes de dados do usuário. Isso permite a criação de produtos personalizados e publicidade bastante eficaz, criando um ciclo de feedback onde mais usuários geram mais dados, o que melhora os serviços e atrai ainda mais usuários.
Entretanto, o termo “bigh tech” só ganhou popularidade por volta de 2013, quando ficou claro que essas empresas não eram apenas grandes, ou seja, elas haviam se tornado infraestruturas essenciais da vida moderna, com um poder de mercado e uma influência cultural que transcendiam em muito suas origens como startups de tecnologia.
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Quais são as big techs?
Segundo dados do TradingView, as big techs com maior valor de mercado em 2025 são:
Empresa | Valor de mercado (2025)* | Principais produtos/serviços |
---|---|---|
Nvidia | US$ 2,4 trilhões | GPUs para IA e jogos, chips para data centers |
Apple | US$ 3 trilhões | iPhone, Mac, iPad, Apple Watch, serviços como iCloud e Apple Music |
Microsoft | US$ 2,5 trilhões (estimado) | Windows, Azure (computação em nuvem), Office 365, Xbox |
Alphabet (Google) | US$ 1,8 trilhões (estimado) | Busca do Google, YouTube, Android, Google Cloud |
Amazon | US$ 1,7 trilhões (estimado) | E-commerce, AWS (computação em nuvem), Alexa, Prime Video |
Meta (Facebook) | US$ 1,2 trilhões (estimado) | Facebook, Instagram, WhatsApp, Quest (VR) |
Tesla | US$ 0,9 trilhões | Carros elétricos, baterias, tecnologia de energia renovável |
Samsung | US$ 0,6 trilhões (estimado) | Smartphones, chips, TVs, eletrodomésticos |
Intel | US$ 0,5 trilhões (estimado) | Processadores para PCs e servidores, chips para IA |
TSMC | US$ 0,4 trilhões (estimado) | Fabricação de semicondutores para diversas empresas |
Lembrando que os valores de mercado podem variar ao longo do tempo devido a fatores econômicos.
É importante esclarecer também que essas big techs não são apenas gigantes do setor de tecnologia, mas também moldam a economia global, a inovação e até mesmo a forma como interagimos com o mundo digital.
Impacto econômico e tecnológico
Essas empresas representam uma fatia grande do mercado financeiro global, influenciando Bolsas de Valores e investimentos.
Inclusive, o setor de tecnologia, impulsionado por big techs como Apple, Microsoft e Nvidia, tem sido um dos principais motores de crescimento econômico nos últimos anos.
Inteligência Artificial e computação em nuvem
A corrida pela supremacia na inteligência artificial e na computação em nuvem tem sido um dos principais focos dessas empresas.
Microsoft e Google investem pesado em IA generativa, enquanto Amazon domina o setor de nuvem com a AWS. A Nvidia, por sua vez, fornece os chips essenciais para o treinamento de modelos de IA.
Influência na sociedade e no trabalho
As big techs também moldam o mercado de trabalho.
Empresas como Google, Amazon e Microsoft estão entre as mais desejadas pelos profissionais, com milhões de buscas por vagas de emprego.
Concorrência global
Outro fator interessante de mencionar é a ascensão de empresas chinesas como Huawei e DeepSeek, que desafiam o domínio das big techs ocidentais.
A DeepSeek, por exemplo, desenvolveu um modelo de IA que surpreendeu o mercado ao superar concorrentes ocidentais com um investimento relativamente baixo.
Essas empresas continuarão a definir o futuro da tecnologia, seja por meio de inovação, desafios regulatórios ou novas tendências.
Quem são os “Magnificent Seven”?
Já que estamos falando das big techs, é importante que você conheça o que são os “Magnificent Seven”, termo bastante utilizado no mercado.
Os “Magnificent Seven” (em português, “As Sete Magníficas”) é um termo do mercado financeiro que se refere a um grupo de 7 gigantes de tecnologia cujas ações têm demonstrado um desempenho e uma influência enorme nas Bolsas de Valores dos Estados Unidos, especialmente no índice S&P 500.
As empresas que compõem este grupo são:
- Apple
- Microsoft
- Alphabet
- Amazon
- Nvidia
- Meta Platforms
- Tesla
O termo foi cunhado em 2023 por Michael Hartnett, estrategista do Bank of America. O nome é uma referência cultural ao clássico filme de faroeste de 1960, “The Magnificent Seven” (lançado no Brasil como “Sete Homens e um Destino”), que conta a história de um grupo de sete pistoleiros de elite contratados para proteger uma vila.
Assim como os pistoleiros do filme, essas sete empresas são vistas como uma força de elite que “defende” e impulsiona os retornos do mercado de ações, destacando-se de forma proeminente de todas as outras.
O termo sucedeu o popular acrônimo da década anterior, “FAANG” (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google), para refletir a nova configuração de poder no setor de tecnologia, mas agora com a inclusão de Microsoft, Nvidia e Tesla, e a saída da Netflix do grupo de maior dominância.
No gráfico a seguir, elaborado pelo site Visual Capitalist, é possível conferir o crescimento da receita dos Sete Magníficos em 2024:

O gráfico mostra que as ações da Magnificent Seven arrecadaram mais de US$ 2 trilhões em receitas no ano passado, com a Amazon respondendo por quase um terço desse total.
Em 2024, a receita da gigante do e-commerce atingiu US$ 638 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Já a receita da Nvidia, de US$ 131 bilhões, está entre as mais baixas entre as ações do Magnificent Seven, mas seu crescimento de vendas de três dígitos supera as demais.
Os dados são do relatório financeiro anual de cada empresa, o 10-K .
Qual é a diferença entre startups e big techs?
Parecem similares, já que ambas estão no universo da tecnologia e inovação, porém as startups e big techs representam dois opostos no ciclo de vida de uma empresa.
A principal diferença reside em seus objetivos, estrutura e posição de mercado: enquanto uma startup está em uma busca incerta por um modelo de negócio viável, uma big tech já o encontrou e agora foca em dominar e expandir seu território consolidado.
Uma forma simples de entender é que muitas gigantes da tecnologia, como Google e Meta, foram um dia startups. Elas representam o estágio final e bem-sucedido da jornada que uma startup almeja completar.
A startup é definida pela incerteza e pela experimentação. É uma organização temporária, recém-criada, projetada para encontrar um modelo de negócio que seja repetível e escalável.
Seu principal objetivo não é o lucro imediato, mas sim validar uma ideia inovadora e crescer de forma acelerada.
Já a big tech é caracterizada pela escala e pela dominância. São corporações globais, com valor de mercado na casa dos bilhões ou trilhões de dólares, que possuem produtos e serviços utilizados por uma vasta parcela da população.
Seu foco está em otimizar operações, manter a liderança de mercado, gerar muito lucro e expandir seu ecossistema por meio de aquisições e desenvolvimento de novas frentes de negócio.
Na tabela a seguir, trouxemos uma separação mais clara das características de cada uma delas:
Característica | Startup | Big tech |
---|---|---|
Objetivo principal | Encontrar e validar um modelo de negócio escalável. Crescimento rápido. | Manter a dominância de mercado, otimizar lucros e expandir o ecossistema. |
Estágio | Inicial. Fase de incerteza, busca por “Product-Market Fit”. | Maduro. Posição de mercado consolidada e marca estabelecida. |
Estrutura | Pequena, ágil e flexível. Pouca ou nenhuma burocracia. | Gigante, complexa e hierárquica. Processos bem definidos e burocracia. |
Cultura | “Dono do negócio”. Inovação, agilidade, “fazer mais com menos”. | Foco em processos, especialização e otimização. Estabilidade. |
Mercado | Explora um nicho ou tenta criar um novo mercado. Alta concorrência. | Domina um ou mais mercados. Dita tendências e regras. |
Modelo de negócio | Em fase de teste e validação. Pode pivotar (mudar) drasticamente. | Comprovado, validado e altamente lucrativo. |
Risco | Altíssimo. A grande maioria das startups acaba falhando. | Baixo. Estabilidade financeira e grande poder de resiliência. |
Financiamento | Capital de risco (Venture Capital), investidores-anjo, bootstrapping. | Geração própria de caixa, mercado de ações (IPO), emissão de dívidas. |
Inovação | Busca criar algo que mude radicalmente um mercado existente. | Foco em melhorar e expandir produtos e serviços já existentes. |
Vale a pena investir nas big techs?
Investir nas gigantes da tecnologia tem sido uma das estratégias mais populares e lucrativas das últimas décadas.
Porém, a decisão de alocar capital nessas empresas exige uma análise cuidadosa das suas vantagens competitivas e dos riscos que elas apresentam.
Lembrando que os ativos citados neste artigo não são recomendações de compra e nem necessariamente expressam a opinião dos especialistas da Toro.
Vantagens
As Big Techs não apenas lideram seus mercados, mas em muitos casos, são o próprio mercado.
Seus ecossistemas integrados (como o da Apple, que une iPhone, Mac e serviços) e o efeito de rede (como na Meta, com Facebook, Instagram e WhatsApp) criam barreiras de entrada quase intransponíveis para concorrentes.
Sem contar que essas empresas são máquinas de gerar lucro.
Com balanços trilionários e uma capacidade impressionante de gerar caixa, elas conseguem não apenas remunerar acionistas com recompras de ações e dividendos, mas também financiar suas próprias inovações e aquisições estratégicas sem depender de capital externo.
Embora conhecidas por um produto principal, todas buscaram diversificar suas fontes de renda.
A Amazon tem na AWS sua maior fonte de lucro. A Apple cresce exponencialmente com sua divisão de serviços (App Store, Apple Music, iCloud).
O Google expande sua atuação em nuvem, e a Microsoft se tornou uma potência tanto em software e nuvem (Azure) quanto em games (Xbox).
Desvantagens
Como em todo tipo de investimento, existem os riscos e as desvantagens. Com as big techs não seria diferente.
Há bastante pressão regulatória para as big techs. Governos nos Estados Unidos, Europa e outros países estão cada vez mais focados em limitar seu poder.
Inclusive, ações antimonopólio questionando as práticas da App Store da Apple e os acordos de busca do Google são uma constante.
Leis como a DMA (Digital Markets Act) e a DSA (Digital Services Act) na Europa impõem novas obrigações e restrições, podendo impactar modelos de negócio e margens de lucro. No Brasil, o debate sobre a regulação das plataformas também segue em pauta.
Vale ressaltar que a alta volatilidade do setor de tecnologia, influenciada por taxas de juros e tensões geopolíticas, é um fator de risco, principalmente para investidores conservadores.
Maiores controvérsias das big techs
Como comentamos anteriormente, os riscos das big techs devem ser levados em consideração antes de investir. E o imenso poder concentrado nas mãos de poucas empresas gera uma série de críticas e preocupações em todo o mundo.
Atualmente, as principais controvérsias relacionadas às big techs são:
- Monopólio e práticas anticompetitivas: são acusadas com frequência de usar seu poder de mercado para sufocar a concorrência, seja adquirindo startups promissoras ou dificultando a competição em suas plataformas.
- Privacidade de dados: a forma como coletam, utilizam e protegem os dados dos usuários é um ponto central de debate, com escândalos de vazamentos e uso indevido de informações pessoais.
- Influência política: a capacidade de controlar o fluxo de informações em suas plataformas lhes confere um poder na formação da opinião pública e no debate político, levantando preocupações sobre a disseminação de notícias falsas.
- Questões fiscais: são criticadas por utilizarem estratégias fiscais complexas para minimizar o pagamento de impostos em diversos países.
- Impacto no mercado de trabalho: embora gerem muitos empregos, também são associadas à automação e à precarização de certas formas de trabalho.
Por causa dessas preocupações, governos e órgãos reguladores em todo o mundo estão cada vez mais atentos às atividades das gigantes da tecnologia, propondo e implementando legislações para limitar seu poder e garantir uma maior transparência e responsabilidade.
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Como investir nas big techs?
Se você quiser investir nas big techs, depois de avaliar os prós e contras dessas empresas, você pode seguir um passo a passo simples, que vamos mostrar a seguir.
1. Comprar BDRs na B3
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados que representam ações de empresas estrangeiras e podem ser negociados na B3. Algumas big techs disponíveis via BDRs incluem:
- Apple (AAPL34)
- Microsoft (MSFT34)
- Alphabet (GOGL34)
- Amazon (AMZO34)
- Meta (M1TA34)
- Tesla (TSLA34)
- Nvidia (NVDC34)
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2. Investir em ETFs de Tecnologia
Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que replicam índices de ações. Algumas opções disponíveis na B3 incluem:
- IVVB11 – Replica o S&P 500, que inclui várias big techs.
- TECK11 – Focado em empresas de tecnologia globais.
3. Comprar ações diretamente nos EUA
Caso tenha interesse em investir diretamente, é possível abrir uma conta em corretoras americanas e comprar ações das big techs na NASDAQ.
No entanto, o processo é mais burocrático e é necessário estudar bastante para conhecer quais são as taxas e tributos cobrados.
Por fim, investir nas empresas gigantes da tecnologia tem seus prós e contras. As vantagens, como a solidez financeira e o poder de mercado, são inegáveis.
Contudo, você deve entender que o caminho não é livre de obstáculos. Os riscos regulatórios são reais e crescentes, por isso, a decisão final dependerá do seu apetite ao risco, do seu horizonte de investimento e da crença na capacidade das big techs continuarem a moldar o futuro.
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