O Boletim da Temporada de Balanços do 1T22 da Toro Investimentos traz para você, semanalmente, quem se destacou no último trimestre contábil e quais são as perspectivas para o longo prazo destas companhias, segundo nosso time de experts.
| ▶️ Opinião dos especialistas |
Quer entender com mais detalhes os resultados dessas empresas no 1º trimestre de 2022, como elas abriram o ano e as perspectivas delas para o futuro?
Os experts da Toro, Paloma Brum e João Freitas, comentaram os destaques da 3ª semana da temporada de balanços.
Confira, no vídeo a seguir, o replay da live em que os especialistas destacam os principais pontos dos números apresentados por cada empresa:
| ⭐Destaques da temporada de balanços |
Todas as semanas, os Analistas da Toro Investimentos comentam os resultados trimestrais das principais empresas da Bolsa de Valores.
É a chance de se atualizar sobre as empresas das quais você é acionista/ ou encontrar boas oportunidades para investir.
Desta vez, as empresas com balanços do 1T22 analisados são: Blau Farmacêutica, Banco do Brasil, BTG Pactual, Cyrela, Itaú, JBS, Via e Yduqs.
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1. Blau Farmacêutica (BLAU3)
A Blau Farmacêutica reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido R$ 61 milhões | Lucro líquido R$ 86 milhões | -29% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- A empresa teve dificuldade com a falta de suprimentos que ocasionou em vendas de imunoglobulina 80% menor que o mesmo período do ano passado.
- A receita líquida bateu os R$313 milhões, queda de 3,9% ante o 1T21 e apenas 5% dessa cifra veio de novos produtos.
- No operacional, o Ebitda retraiu 10%, totalizando R$115 milhões e as margens fecharam em 37% (Ebitda) e 20% (líquida).
Esse foi o primeiro ano da Blau após o seu IPO e companhia aponta cenário de incertezas geopolíticas internacionais, eleições presidenciais, aumento do custo de importação de insumos farmacêuticos, dificuldades logísticas e forte pressão inflacionária como os principais desafios a vencer em 2022.
2. Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões | Lucro líquido de R$ 4,226 bilhões | +34,6% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- Ao comparar com o 4T21, o BB destacou o aumento de 3,6% da margem financeira bruta,
redução de 27,2% das despesas com PCLD e retração de 3,7% das despesas administrativas. - Já em relação ao 1T21, os motivos foram: crescimento de 5,6% da margem financeira bruta, aumento de 9,4% das receitas de prestação de serviços, aumento de 20,1% no resultado de Participações em Controladas, Coligadas e JV e aumento de 6% nas despesas administrativas.
- A carteira de crédito ampliada do banco chegou a R$883,5 bilhões, um crescimento de 16,4% contra o mesmo período de 2021.
Segundo o presidente do BB, Fausto Ribeiro, em entrevista à Agência Brasil, “o lucro recorde pelo 5º trimestre consecutivo demonstra nosso compromisso com a originação de negócios robustos, controle de custos, proximidade com nossos clientes, aceleração da nossa transformação digital e geração de impactos sociais e ambientais positivos para toda sociedade”.
3. BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido ajustado R$ 2,062 bilhões | Lucro líquido ajustado de R$ 1,197 bilhão | +72% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- A receita total do banco foi de R$ 4,351 bilhões contra os R$ 2,796 bilhões do 1º trimestre ano passado (+55,6%).
- O segmento Corporate e SME Lending teve o seu melhor trimestre desde o IPO com receita de R$ 816,6 milhões e o Sales & Trading teve o melhor resultado desde 2016, com receita de R$1,481 bilhão.
- No Asset Management, o crescimento da receita foi de 18,3%, totalizando R$ 313,1 milhões. Já no
Além desses, o banco considerou como “robustos” os resultados em todos as unidades de negócios, além de celebrar o ROAE (Retorno sobre Patrimônio Médio) ajustado anualizado de 21,5%, o nível mais alto dos últimos 6 anos, com impacto direto no lucro recorde da companhia para o período. Por fim, o Índice de Basileia terminou em 15%, 2,7 p.p. abaixo do mesmo tri do ano passado.
4. Cyrela (CYRE3)
A Cyrela reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido de R$ 162 milhões | Lucro líquido de R$ 192 milhões | -16% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- Em lançamentos, a Cyrela registrou R$1,038 bilhão, 146% acima do 1T21. Em vendas, totalizou R$ 1,312 bilhão, 27% acima do mesmo tri do ano passado.
- A geração de caixa da companhia foi de R$70 milhões, abaixo dos R$100 milhões do último trimestre de 2021.
- A margem bruta da Cyrela foi impactada pelas pressões de custos na construção civil, reduzindo o lucro de janeiro a março.
Para 2022, a Cyrela considera que os “riscos geopolíticos, variáveis macroeconômicas menos favoráveis, pressões inflacionárias e eventos locais que podem afetar o nível de vendas estão no nosso radar”, mas espera apresentar bom desempenho no acumulado do ano.
5. Itaú-Unibanco (ITUB4)
O Itaú reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido recorrente de R$ 7,36 bilhões | Lucro líquido recorrente de R$ 6,4 bilhões | +15% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- O banco aponta o mix de produtos mais rentáveis e com melhores spreads como influenciadores do resultado.
- O Itaú também obteve melhores receitas com cartões e aumento da margem com clientes pelo efeito da alta dos juros sobre seus passivos.
- A receita com serviços cresceu 9,6% no comparativo anual, totalizando R$ 11,6 bilhões, especialmente por altas de 18,6% nos cartões e 24,1% nos seguros.
Por fim, as despesas administrativas cresceram 3,8%, abaixo da inflação, compensando o custo de crédito. Já a carteira de crédito total cresceu 13,9% entre janeiro e março, totalizando R$ 1,032 trilhão. O lucro líquido atribuível aos acionista/s controladores chegou a R$6,7 bilhões, alta de 17% na mesma base de comparação.
6. JBS (JBSS3)
A JBS reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido de R$ 5,1 bilhões | Lucro líquido de R$ 2,045 bilhões | +151,4% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- Com a demanda aquecida nos EUA, a receita líquida da JBS subiu 20,8%, totalizando R$ 90,866 bilhões. No operacional, o Ebtida saltou 46,7% para chegar a R$ 10,085 bilhões.
- A empresa desbancou a Nestlé como a maior companhia de alimentos do mundo em termos de faturamento ao chegar a uma receita líquida de R$366 bilhões em 12 meses.
- O grupo também celebrou a redução da alavancagem em dólares de 1,67x para 1,53x. Em reais, o movimento foi ainda mais expressivo, de 1,76x para 1,36x.
A empresa comemora o forte resultado mesmo em um momento de pressão inflacionária alta, especialmente por estar posicionada e diversificada globalmente. No mercado externo, a receita líquida foi de R$4,9 bi, aumento de 24,9% ante 2021. No trimestre, a JBS finalizou o período com R$ 17,3 bilhões em caixa e a dívida subiu de US$10 bi para US$ 14 bi no 1T22.
7. Via (VIIA3)
A Via reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido contábil de R$ 18 milhões | Lucro líquido contábil de R$ 180 milhões | -90% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- A receita líquida da Via caiu 2% ante o 1T21, totalizando R$ 7,399 bilhões. Já o Ebitda ajustado finalizou em R$ 758 milhões, alta de 29,8%.
- O GMV (volume bruto de mercadorias) subiu 3,3%, somando R$10,673 bilhões e o lucro bruto somou R$ 2,3 bilhões, redução de 2,7%.
- No 1T22, a varejista informou R$29 milhões de incentivo de subvenção de maneira recorrente, totalizando R$ 150 milhões com os períodos anteriores.
A empresa se disse confiante, mesmo em um cenário desafiador pela inflação. De acordo com a administração, “segundo a FGV, agora em abril a confiança dos consumidores subiu 3,8% sobre março, atingindo 78.6 pontos, maior nível desde agosto de 2021, e começaram as liberações de FGTS e do 13º dos aposentados agora no 2º trimestre, quando também tivemos o dia das mães”.
8. Yduqs (YDUQ3)
A Yduqs reportou o seguinte resultado na divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022:
| Resultado do 1T22 | Resultado do 1T21 | Variação (%) |
| Lucro líquido 76 milhões | Lucro líquido de R$ 43,2 milhões | +75,9% |
Pontos-chave para entender o resultado:
- A receita líquida da companhia, entre janeiro e março, foi de R$ 1,193 bilhão (+10,2%) e o Ebitida fechou em R$ 396,2 milhões (+26,5%).
- Em 2022, a Yduqs iniciou uma captação recorde, adicionando 254 mil alunos à sua base em todas as IES e modalidades.
- Com o retorno do presencial, a captação nesse segmento cresceu 59% ante o 1T21, além de alta de 44% na base de alunos da graduação no digital + premium.
Por fim, sua base total de alunos saltou 77%, saindo de 718 mil no 1º tri do ano passado para 1,271 milhão no trimestre finalizado em março. A Yduqs também celebrou a conversão de caixa de 88%, os mais de R$1,7 bi em caixa e disponibilidades e a alavancagem de 1,7x DL/EBITDA ajustado.
| Agenda de balanços do 1T22 |
As seguintes empresas divulgam seus resultados do 1º trimestre do ano nos próximos dias:
| Empresa | Data |
| Omega | 18/05 |
| Ambipar | 18/05 |
| Camil | 19/05 |
| Por que acompanhar os resultados trimestrais? |
Independentemente se você investe para o curto ou para o longo prazo, os resultados trimestrais das empresas listadas na Bolsa fornecem valiosos indicadores sobre o momento atual das companhias e sua expectativa de crescimento no futuro.
Se você é acionista/ de uma empresa de capital aberto e investe para o longo prazo, é o momento de avaliar o desempenho apresentado, fazer a leitura da atualização dos múltiplos na Análise Fundamentalista, estudar o crescimento da companhia e observar como ela performa frente às suas concorrentes.
Já se você opera no curto prazo, estar por dentro dos balanços trimestrais é fundamental para compreender como o mercado vai interpretar os resultados reportados, seja eles acima, em linha ou abaixo das expectativas dos investidores.
Conheça os Analistas de Investimentos da Toro que comentam os balanços das empresas nesta temporada:
João Freitas– Analista de Investimentos com certificação CNPI-P e PQO operações. Tem experiência na área financeira e mercado de capitais, com foco em análise e planejamento de carteiras de FIIs e mercado internacional. Formado em Administração de Empresas pela PUC Minas e em Gestão Financeira pelo UniBH, possui mais de 5 anos de experiência com investimentos e atua na Toro Investimentos desde 2018.