Arbitragem no mercado financeiro é uma estratégia em que traders buscam lucrar com as diferenças de preços entre dois ou mais mercados. Por exemplo, você pode comprar um ativo em um mercado onde está sendo negociado a um preço mais baixo e vendê-lo imediatamente em outro mercado onde está sendo negociado a um preço mais alto, obtendo lucro com essa diferença de preço.
A palavra “arbitragem” tem diversos significados em diferentes áreas: jurídica, esportiva e no mercado financeiro. Nessa última, ela carrega um significado importante, principalmente para quem realiza operações de trading.
Arbitragem no mercado financeiro é uma estratégia que busca lucrar com variações de preço de um mesmo ativo negociado em mercados diferentes ou em formatos distintos, sem exposição relevante ao risco.
Afinal, você sabe como a arbitragem funciona na Bolsa de Valores e como utilizá-la a seu favor?
Neste artigo, vamos mostrar:
- O que é arbitragem.
- Como ela funciona.
- Quais são os tipos de arbitragem financeira.
- Quais são os riscos dessa operação.
- Se a arbitragem vale a pena.
Vamos lá?
Navegação Rápida
O que é arbitragem?
Arbitragem, no mercado financeiro, é quando o trader busca lucrar com a diferença da compra e venda de um certo ativo, porém em mercados diferentes, como o brasileiro e o norte-americano, por exemplo.
Você adquire um ativo por um preço e depois o vende por um valor maior, lucrando com essa variação.
A grande oportunidade está em ganhar dinheiro com o resultado das distorções de preços. Além disso, os riscos são menores e não é necessário usar os próprios recursos, como você verá mais adiante.
A arbitragem envolve operações com:
- Mercado de Opções.
- Derivativos.
- Aluguel de ativos.
- Moedas estrangeiras.
Vale ressaltar que a arbitragem é muito utilizada em operações de Long&Short. Além disso, é comum utilizar robôs traders para reduzir ainda mais os riscos e realizar operações com agilidade e eficiência.
Quais são os principais tipos de arbitragem?
A arbitragem, como vimos, é uma oportunidade de obter lucro com a variação de preços. Agora, vamos entender quais são os principais tipos e as diferenças entre essas operações.
1. Cambial
Na arbitragem cambial, acontece a operação de compra e venda entre moedas de mercados diferentes, cujo objetivo é obter lucro com a diferença de preços.
Considere uma pessoa que comprou euros na França e, em seguida, vendeu a moeda no Brasil, onde a cotação é bem mais alta.
Nessa simples operação, é possível lucrar com a diferença entre o valor pago na compra e o recebido pela venda.
⚠️Entretanto, é bom lembrar que existem os impostos de cada país para compra e venda de moedas. Esses valores também devem ser levado em consideração.
2. À vista contra a prazo
Outra modalidade de arbitragem é à vista contra a prazo. Mas o que isso significa exatamente?
Ela segue a mesma lógica da arbitragem cambial. A diferença é que a negociação é realizada entre o mercado à vista e o Mercado Futuro.
Assim, o lucro será decorrente da diferença entre o preço à vista de um determinado ativo e o preço desse mesmo ativo, porém a prazo.
Uma operação que pode ser citada como exemplo é o cash & carry, bastante utilizada por traders. Nela, os players compram todos os ativos na mesma proporção do Ibovespa e depois os vendem no Índice Futuro, com o objetivo de lucrar com os juros incluídos na precificação do contrato futuro.
No vídeo a seguir, entenda melhor como funcionam as negociações do Mercado Futuro:
3. De Bolsa a Bolsa
Por fim, na arbitragem de Bolsa a Bolsa, o próprio nome já indica: a operação consiste na compra e venda dos mesmos ativos, mas negociados em bolsas diferentes.
Exemplo: ações de uma empresa negociadas na Bolsa de Valores brasileira em reais e em dólares na norte-americana, como comprar ação da Petrobras na B3 e vender seu ADR na bolsa de Nova York, se houver diferença de preço.
4. Arbitragem de futuros
A arbitragem de futuros ocorre quando um trader identifica uma diferença entre o preço de um ativo no mercado à vista e seu contrato futuro.
Por exemplo, se a ação da Petrobras está sendo negociada a R$ 30 no mercado à vista e o contrato futuro, com vencimento próximo, está a R$ 31, o investidor pode comprar a ação no mercado à vista e, simultaneamente, vender o contrato futuro.
No vencimento, ele entrega a ação no futuro pelo preço acordado, garantindo o lucro da diferença, descontados os custos operacionais. Essa estratégia busca equilibrar preços entre os mercados e, normalmente, oferece ganhos pequenos, porém seguros, quando bem executada.
5. Arbitragem de juros
A arbitragem de juros ocorre quando o trader aproveita distorções entre diferentes taxas de juros no mercado, seja entre contratos futuros de DI, NTN-B, prefixados ou entre mercados internacionais e locais.
Um exemplo prático é perceber que os contratos futuros de DI estão precificando uma taxa de juros mais alta do que os títulos do Tesouro prefixado para o mesmo prazo.
Assim, o investidor pode montar uma operação simultânea de venda dos contratos futuros e compra do título, garantindo a diferença na taxa. Essa arbitragem busca alinhar as curvas de juros e exige conhecimento profundo de renda fixa, derivativos e do cenário macroeconômico.
Como a arbitragem funciona?
Para entender como a arbitragem funciona, considere que você conhece uma pessoa que precise comprar urgente uma geladeira, pois ela acabou de se mudar.
Ela está disposta a pagar até R$2.000 por ela, já que precisa do produto o mais rápido possível. Porém, você tem outro conhecido que está vendendo uma geladeira por R$1.200.
Essa é uma oportunidade válida de arbitragem, porque você age como intermediário na negociação.
Comprando a geladeira por R$1.200, você pode vendê-la por R$2.000 e lucrar R$800 no processo.
Mas como isso se aplica no ambiente da Bolsa de Valores? Vamos considerar uma pessoa que tenha interesse em negociar commodities, como a soja.
Ela faz uma pesquisa e observa que o preço da saca, naquele momento, é de R$70. Porém, no mercado futuro, daqui 8 meses, há possibilidade de o preço chegar em R$75.
Considerando essas informações, essa pessoa percebeu que poderia emprestar os R$70 de uma instituição financeira, pagando juros de R$2 no mesmo período de 8 meses.
Essa pode ser considerada uma operação de arbitragem no mercado financeiro. Ou seja, se essa pessoa emprestar o dinheiro, pagar os juros e depois vender a saca por R$75, ainda assim ela vai obter lucro sem utilizar seu capital próprio na negociação.
Agora que você já sabe como a arbitragem funciona, vamos entender quais são os riscos desse tipo de operação.
Quais são os riscos da arbitragem?
Como toda operação na Bolsa de Valores, a arbitragem apresenta riscos. Apesar de gerar bons resultados, principalmente porque você não precisa utilizar seu próprio capital, é necessário tomar alguns cuidados.
O risco operacional é uma das maiores preocupações na arbitragem. No exemplo da saca de soja, a pessoa que comprou a commodity poderia ter perdido a mercadoria ou passado por alguma situação que prejudicasse a venda no futuro.
Além disso, apesar de distorções de preço acontecerem durante as operações, elas tendem a ser corrigidas rapidamente, em poucos segundos.
É por isso que os robôs de investimentos são tão utilizados, para captar essas as discrepâncias pontuais e obter êxito na arbitragem.
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Arbitragem vale a pena?
A arbitragem vale a pena se você tiver um perfil arrojado e uma boa experiência de mercado.
Além disso, é um tipo de operação difícil de ser colocada em prática. Como comentamos anteriormente, os preços são corrigidos com rapidez, já que houve um crescente aumento da tecnologia no mercado financeiro.
Se você for um trader iniciante, por exemplo, é mais complicado obter lucro com esse processo, já que é necessário ter algum tipo de experiência para captar a rápida distorção de preços.
Por isso que hoje são utilizados sistemas automatizados, como os robôs que citamos anteriormente. Eles conseguem perceber o contraste entre preços com mais facilidade e eficiência.
Em resumo, a arbitragem é um método de negociação recomendado para quem realiza operações de Day Trade e para quem já está ciente dos riscos envolvidos.
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