As principais formas de investir na China se dão por meio de Fundos de Investimentos, ETFs que acompanham índices ou ações chinesas, BDRs ou ADRs de empresas do país asiático. Lembrando que os riscos e objetivos devem estar alinhados com seu perfil de investidor.
Com uma população de mais de 1,4 bilhão de pessoas, a China é o maior mercado do mundo em termos de número de consumidores.
A China apresentou crescimento impressionante desde os anos 1970, tendo ultrapassado os EUA como a maior economia do mundo em termos de PIB medido em paridade de poder de compra (PPP).
Essas características têm feito da China um destino cada vez mais atraente para investidores de todo o mundo. No entanto, investir no gigante asiático também pode apresentar riscos e desafios únicos.
Neste conteúdo, exploraremos as oportunidades e alternativas de investimento na China, os riscos envolvidos e as estratégias para maximizar seus retornos. Vamos lá?
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Mercado da China: o que preciso saber?
Motor do crescimento mundial, a China responde por cerca de um terço do PIB mundial. O país é a 2ª maior economia do mundo e tem apresentado um crescimento econômico robusto desde o “Grande Salto Adiante”, impulsionado pelo seu mercado interno e imobiliário em expansão, bem como pelo aumento das exportações.
O mercado chinês tem se tornado cada vez mais atrativo para os estrangeiros, devido ao seu potencial de expansão e às políticas econômicas e fiscais do governo chinês que incentivam o investimento.
O mercado de ações chinês também tem crescido nos últimos anos, e as principais Bolsas de Valores, como a de Xangai e a de Shenzhen – que conheceremos ao longo do artigo – têm apresentado desempenho positivo no longo prazo.
Além disso, muitas companhias chinesas têm se tornado líderes globais em setores como tecnologia, telecomunicações, varejo e energia.
Em resumo, investir na China pode ser uma oportunidade interessante para diversificar a carteira de investimentos, mas é importante realizar uma análise cuidadosa dos riscos e oportunidades envolvidos, além de buscar orientação profissional especializada.
Qual é a moeda chinesa?
A moeda chinesa é o yuan, também conhecido como renminbi (RMB). O governo chinês adota uma estratégia de controle cambial para manter a estabilidade da taxa de câmbio do yuan em relação a outras moedas estrangeiras, como o dólar americano.
Para isso, o Banco Popular da China (PBOC), o Banco Central de lá, frequentemente intervém no mercado cambial comprando ou vendendo dólares e outras moedas para controlar a oferta e demanda do yuan a fim de favorecer a balança comercial (diferença entre exportações e importações).
A ideia é controlar a valorização excessiva de sua moeda, o yuan, e manter sua competitividade no comércio internacional.
Além disso,o governo mantém um alto volume de reservas internacionais (moeda estrangeira), devido às suas políticas cambial e comercial.
As reservas chinesas passam dos US$ 3 trilhões, o que é muito maior que toda a economia brasileira (US$ 1,8 trilhão).
Tais reservas funcionam como um colchão de segurança para garantir a estabilidade financeira e a capacidade de pagamento do país em caso de crises econômicas ou choques externos, se resguardando também contra a volatilidade do mercado.
Quais são as principais Bolsas de Valores da China?
A China possui 2 entre as 10 maiores Bolsas de Valores do mundo, a de Xangai e a de Shenzen. Se incluirmos Hong Kong, atualmente um território autônomo, o mercado na região se torna ainda mais expressivo.
Vamos conhecer mais sobre essas Bolsas:
- Bolsa de Valores de Xangai (SSE): a maior da China e uma das maiores do mundo em termos de capitalização de mercado. Fundada em 1990, a SSE abriga empresas de grande porte dos setores industrial, financeiro, de serviços públicos e de consumo. A SSE opera principalmente com ações, fundos mútuos e títulos de dívida, e é conhecida também por sua ênfase em companhias estatais e grandes empresas estabelecidas.
- Bolsa de Valores de Shenzhen (SZSE): fundada em 1991, é a 2ª maior da China, sendo conhecida por abrigar empresas de tecnologia, de rápido crescimento e de capitalização menor. A SZSE é considerada uma Bolsa mais inovadora e dinâmica do que a SSE, com uma ênfase em startups e firmas tecnologicamente intensivas.
Além dessas, precisamos também considerar a Bolsa voltada para firmas de tecnologia de ponta: a Bolsa de Valores de Hong Kong (HKEX), uma das principais Ásia e do mundo.
A HKEX é conhecida por sua forte presença de empresas de tecnologia, mas também abriga marcas de setores como financeiro, industrial e imobiliário.
Quais são os principais índices de ações da China?
Além das Bolsas, também é relevante conhecermos alguns índices de ações, isto é, aquelas carteiras hipotéticas que acompanham o desempenho geral do mercado, como o Ibovespa, o S&P 500 ou o Dow Jones.
Os principais índices acionários chineses são:
Índice | Característica |
---|---|
Shanghai Composite Index (SCI) | Índice de referência da Bolsa de Valores de Xangai (SSE) e representa o desempenho geral das ações negociadas nesta Bolsa. |
Shenzhen Component Index (SZCI) | Índice de referência da Bolsa de Valores de Shenzhen (SZSE) e representa o desempenho geral das ações negociadas nesta Bolsa. |
CSI 300 Index | Índice de ações da China que abrange as 300 principais empresas listadas nas Bolsas de Xangai e Shenzhen. |
FTSE China A50 Index | Índice de ações que rastreia o desempenho das 50 maiores empresas chinesas negociadas na Bolsa de Xangai e na Bolsa de Shenzhen. |
MSCI China Index | Rastreia o desempenho das ações de empresas chinesas negociadas em todo o mundo, incluindo a SSE e a SZSE. |
Hang Seng Index (HSI) | Principal índice de ações da Bolsa de Hong Kong (HKEX), mas também inclui empresas chinesas listadas em Xangai e Shenzhen. |
Quais são as maiores empresas chinesas?
Nessas Bolsas de Valores, algumas grandes empresas se destacam, tanto no mercado chinês quanto no internacional. Entre elas, podemos ressaltar:
Empresa | Setor |
---|---|
Alibaba | E-commerce |
PetroChina | Petroquímico |
China Petroleum | Petroquímico |
JD.com | E-commerce |
Ping An Insurance | Seguros |
China Life Insurance | Seguros |
China Construction Bank | Bancário |
Industrial and Commercial Bank of China | Bancário |
Tencent Holdings | Tecnologia |
China Mobile | Telecomunicação |
China Merchants Bank | Bancário |
BYD | Eletrônicos |
Zijin Mining | Mineração |
Haier Smart Home | Eletrodomésticos |
Meituan Dianping | Varejo tecnológico |
Algumas dessas companhias são líderes em seus setores e têm uma grande influência na economia chinesa e global, além de ditar tendências no mercado internacional.
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Vale a pena investir na China?
Como todo e qualquer investimento, os ativos chineses também carregam as suas vantagens e desvantagens.
Por isso, sempre crie estratégias que sejam coerentes com o seu nível de tolerância ao risco e objetivos, tanto a curto quanto a longo prazo.
Vamos falar de alguns benefícios e riscos que a aplicação em ativos da 2ª maior economia do mundo estão sujeitos.
Vantagens e oportunidades
Como vimos durante todo o conteúdo, a China é atualmente uma das maiores economias e apresenta diversas oportunidades de investimento.
Algumas vantagens de alocar parte da carteira em investimentos por lá incluem:
- Crescimento econômico: a China tem um dos maiores índices de crescimento econômico do mundo há décadas, o que pode levar a um aumento do valor dos investimentos.
- Grande mercado consumidor: o país é altamente populoso, o que representa um enorme mercado consumidor para empresas que lá operam.
- Diversificação internacional: alocar parte da carteira em investimentos na China pode ajudar a diversificar o portfólio e reduzir o risco, além das alocações nos EUA, Europa e outros emrgentes.
- Políticas favoráveis ao investimento: o governo chinês tem adotado políticas favoráveis ao investimento estrangeiro, o que pode facilitar a entrada de marcas internacionais.
- Potencial de inovação: os chineses investem pesado em áreas como novas tecnologias e inteligência artificial, o que pode levar a inovações e oportunidades de investimento em setores emergentes.
- Mercado de capitais em desenvolvimento: o mercado de capitais chinês está em desenvolvimento e apresenta oportunidades em ações, títulos e outros instrumentos financeiros.
No entanto, investir em mercados estrangeiros, incluindo a China, envolve riscos e é importante realizar uma pesquisa cuidadosa antes de tomar qualquer decisão.
Desvantagens e riscos
Contudo, investir na China também envolve riscos e desafios, como a falta de transparência em algumas empresas, a regulação estatal em setores estratégicos, a forte concorrência de empresas locais e a necessidade de adaptação a um ambiente de negócios e cultura diferentes.
Assim sendo, as principais desvantagens são:
- Risco cambial: flutuações na taxa de câmbio podem afetar o retorno do investimento.
- Risco político: a China é um país com um regime político diferente do brasileiro e que pode passar por mudanças políticas e regulatórias que afetam a economia e os mercados financeiros. Restrições comerciais, sanções ou conflitos geopolíticos podem jogar contra a sua rentabilidade.
- Risco de mercado: a volatilidade do mercado, eventos imprevistos e a falta de transparência em algumas empresas chinesas podem afetar negativamente o desempenho do investimento.
- Risco regulatório: o governo chinês tem um histórico de intervenção em setores estratégicos da economia, como energia, tecnologia e finanças.
- Barreiras culturais e linguísticas: investir na China pode ser desafiador devido a diferenças culturais e de idioma, o que pode dificultar a compreensão de informações financeiras e como tomar decisões corretas.
- Falta de transparência: algumas empresas chinesas não têm os mesmos padrões de transparência e governança corporativa que as empresas ocidentais. Isso pode levar a informações financeiras incompletas ou incorretas.
- Restrições de investimento: o governo chinês impõe restrições em relação ao investimento estrangeiro em alguns setores, como serviços financeiros e de tecnologia.
Portanto, é importante que o investidor brasileiro esteja ciente desses riscos e desvantagens antes de decidir investir na China e fazer uma pesquisa cuidadosa antes de tomar qualquer decisão apressada e sem a orientação adequada.
Como investir na China hoje?
Afinal, é possível investir na China morando no Brasil? A resposta é sim! E você nem precisa abrir contas no exterior na maioria dos ativos pelos quais pode expor parte da sua carteira a esse mercado.
As principais forma de investir na China são:
- Fundos de Investimentos: a primeira alternativa é procurar por Fundos de Investimento internacionais que aplicam em ações ou outros ativos chineses.
- ETF XINA11: outra opção é investir em ETFs (Exchange Traded Funds) que seguem índices de ações chinesas, como o XINA11, que replica o índice MSCI China e tem taxa de administração de 0,30% ao ano.
- BDRs (Brazilian Depositary Receipts): recibos de ações emitidos no Brasil que representam ações de empresas estrangeiras, e podem ser adquiridos na B3 (Bolsa de Valores do Brasil).
- ADRs (American Depositary Receipts): recibos de ações emitidos nos EUA e representam ações de empresas estrangeiras.
Lembrando que os ativos citados acima não são recomendações de compra nem necessariamente expressam a opinião dos Analistas da Toro.
É importante lembrar que investir em ações chinesas envolve riscos, como o risco de mercado, o risco de câmbio e o risco político, como discutimos acima.
Por isso, além de uma boa diversificação de carteira, é fundamental fazer uma análise cuidadosa das empresas e setores em que se pretende investir, além de contar com o auxílio de um profissional especializado em investimentos como os Assessores da Toro, que estão preparados e disponíveis para lhe ajudar.