As exportações do Brasil para a China são dominadas por commodities agrícolas e minerais, como soja, minério de ferro e petróleo bruto, impulsionando a balança comercial bilateral. A China, por sua vez, exporta produtos manufaturados, tecnologia e bens de capital para o Brasil. Essa parceria estratégica tem se aprofundado, com investimentos chineses em infraestrutura e energia no Brasil.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e entender o que exportamos para lá é essencial para quem acompanha o mercado e busca oportunidades.
Em 2024, China, Estados Unidos e Argentina foram responsáveis por 44% da corrente de comércio do Brasil.
Neste conteúdo, você vai descobrir quais são os principais produtos que o Brasil exporta atualmente para a China, como esses itens impactam nossa economia e por que isso importa para investidores.
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A China é o principal parceiro comercial do Brasil?
Sim, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Isso significa que é o país que mais compra produtos brasileiros e também um dos que mais vendem para o Brasil.
Grande parte das exportações brasileiras, como soja, minério de ferro e petróleo, vai para a China.
Em números: entre julho de 2023 e julho de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro para a China alcançaram US$ 57,94 bilhões, representando um crescimento de 8,9% em comparação ao período anterior. E
Em 2023, essas exportações haviam estabelecido um novo recorde, superando a marca de US$ 60 bilhões, o que significou um incremento de US$ 9 bilhões em relação a 2022. Já no primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou US$ 28,44 bilhões em produtos agrícolas para o mercado chinês.
Acordos comerciais
Brasil e China não firmaram um tratado de livre-comércio (TLC) que elimine tarifas de forma ampla. O relacionamento comercial baseia-se em diversos acordos bilaterais e memorandos, mas não em um TLC com zero tarifas.
A COSBAN (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação) é quem estrutura a relação bilateral entre Brasil e China. Criada em 2004 e elevada a parceria estratégica global em 2012, a COSBAN comemorou duas décadas de existência.
Quais são as principais exportações do Brasil para a China?
A China importa do Brasil principalmente produtos in natura como soja, milho, açúcar, celulose, algodão, e carnes bovina, de frango e suína.
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), em 2024, 2/3 das exportações brasileiras foram de bens intermediários. Destes, 42% eram produtos da indústria de transformação, 26% da agropecuária e 32% da extrativa mineral.
Veja os principais:
🥇 1. Soja
A soja é o principal produto que o Brasil exporta para a China, representando cerca de 30% do total. É usada principalmente na produção de ração animal e óleo vegetal.
Em 2024, a China importou 105 milhões de toneladas de soja, sendo 71% produzidas no Brasil, segundo dados do TradeMap da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O alto volume reflete a forte demanda chinesa e a competitividade do agronegócio brasileiro, que é líder global nesse mercado.
⛏️ 2. Minério de ferro
O minério de ferro é outro destaque nas exportações para a China. Essencial na produção de aço, esse produto é fundamental para a indústria e o setor de construção chinês.
A China é o maior comprador do minério brasileiro, especialmente da Vale, uma das maiores mineradoras do mundo.
Em 2024, a China importou um recorde de 1,24 bilhão de toneladas de minério de ferro, um aumento de 4,9% em relação a 2023 (1,18 bilhão de toneladas, alta de 6,6%). Os preços baixos impulsionaram as compras, e a demanda foi sustentada por fortes exportações de aço, gerando tensões comerciais.
🛢️ 3. Petróleo bruto
O petróleo bruto brasileiro também tem grande participação nas exportações para a China. A produção do pré-sal garante qualidade e volume, o que atrai o mercado chinês.
A demanda por energia mantém o petróleo entre os itens de maior valor exportado. Ainda segundo números do IBRE, o petróleo respondeu por 13,3% do total de exportações em 2024.
🥩 4. Carnes (bovina, suína e de frango)
As carnes bovina, suína e de frango ocupam lugar de destaque nas exportações. A China compra grandes quantidades para abastecer sua população.
O Brasil é um fornecedor confiável, principalmente em momentos de crise sanitária na produção local chinesa.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mostram que, em 2024, a China foi o principal importador de carne bovina brasileira, totalizando 565.654 toneladas e US$ 2,5 bilhões, o que representa um aumento de 10,2% no volume.
☕ 5. Café, celulose, algodão e milho
Produtos como celulose, café, milho e algodão aparecem em menor escala, mas com potencial de crescimento. Novos acordos comerciais e maior abertura do mercado chinês favorecem a expansão dessas exportações nos próximos anos.
Portanto, a China compra do Brasil principalmente commodities, produtos com grande peso internacional e alta demanda.
Por isso, acompanhar a relação comercial com a China ajuda a entender oportunidades em empresas exportadoras, no agronegócio, logística e energia.
O que a China exporta para o Brasil?
Em 2024, a China foi a origem de 24% das importações brasileiras, com destaque para produtos químicos e orgânicos, materiais eletrônicos básicos e o segmento de automóveis, caminhonetes e utilitários.
A China exporta principalmente produtos industrializados para o Brasil. Veja os principais:
- Eletrônicos e equipamentos de telecomunicação: incluem celulares, computadores, peças e acessórios. A China domina a produção global desses itens e abastece o varejo e a indústria brasileira.
- Máquinas e equipamentos industriais: máquinas para construção, produção e uso agrícola. Muitas empresas brasileiras dependem dessas tecnologias para funcionar ou expandir.
- Peças e veículos automotivos: motores, componentes eletrônicos, pneus e até veículos completos. O setor automotivo brasileiro importa muito da China por custo e volume.
- Produtos químicos: principalmente fertilizantes, plásticos, borrachas e componentes usados na indústria e no agronegócio.
- Painéis solares e equipamentos de energia: com o crescimento da energia solar no Brasil, a China se tornou a maior fornecedora de placas e sistemas de geração.
Assim sendo, o Brasil importa da China produtos com alto valor agregado e foco em tecnologia, indústria e infraestrutura.
Isso afeta setores como varejo, construção, agronegócio e energia. Investidores atentos à cadeia de suprimentos e à dependência desses itens podem entender melhor riscos e oportunidades nos setores afetados.
Como a relação comercial entre Brasil e China influencia o mercado interno brasileiro?
A relação comercial entre Brasil e China impacta diretamente o mercado interno brasileiro em vários pontos importantes:
Fator | Característica |
---|---|
📈 Alta demanda chinesa valoriza exportações | Quando a China compra muito do Brasil, como soja, minério e carne, os preços desses produtos sobem. Isso aumenta o faturamento das empresas exportadoras, movimenta o agronegócio, impulsiona o PIB e valoriza ações ligadas a commodities na bolsa. |
🧺 Pode influenciar os preços no mercado interno | Com mais produtos sendo exportados, como alimentos e carne, pode faltar oferta no Brasil. Isso pressiona os preços e pode aumentar a inflação, especialmente em alimentos. |
🛠️ Importações ajudam setores produtivos | O Brasil importa da China máquinas, eletrônicos, peças e fertilizantes, essenciais para a produção local. Isso barateia custos para empresas e pode estimular a economia. |
🧭 Afeta o câmbio e decisões econômicas | Se o Brasil exporta muito para a China, entra mais dólar no país, o que pode valorizar o real. Além disso, a balança comercial favorável fortalece reservas internacionais e ajuda o governo a planejar melhor a política econômica. |
Portanto, a relação com a China influencia desde o agronegócio até a indústria, passando por inflação, câmbio e o desempenho da Bolsa.
Entender esse fluxo ajuda o investidor a antecipar tendências, avaliar setores estratégicos e identificar riscos ou oportunidades no mercado interno.
Como a parceria Brasil-China pode orientar estratégias de investimentos?
A parceria Brasil-China pode ajudar o investidor a identificar setores com mais potencial de crescimento. Veja como ela orienta estratégias de forma simples:
- Agronegócio com alta demanda: como a China é o maior comprador de soja, carne e milho do Brasil, empresas ligadas ao agronegócio tendem a se beneficiar. Isso vale para produtores, exportadoras e até empresas de logística e transporte.
- Mineração e energia em destaque: a China compra grande parte do minério de ferro e petróleo brasileiro. Investir em empresas desses setores pode ser uma boa estratégia em momentos de alta demanda chinesa.
- Indústrias dependem de insumos chineses: setores como construção, tecnologia e automóveis usam peças e máquinas importadas da China. Se houver problemas na relação comercial, essas áreas podem sofrer. Isso serve de alerta para quem investe nesses segmentos.
- Tecnologia e energia renovável em crescimento: com os acordos recentes entre os países, há espaço para investimentos em energia solar, tecnologia e infraestrutura. Fundos, ações e projetos ligados a esses temas devem ganhar relevância.
Por fim, podemos concluir que a força da parceria Brasil-China aponta onde estão as oportunidades e os riscos. Quem acompanha esse movimento pode montar uma carteira mais alinhada com o cenário global, focando em setores com maior demanda externa e impacto na economia brasileira.