Déficit e superávit podem parecer termos complexos, mas na prática são conceitos simples e fundamentais para avaliar a saúde financeira de um país, de uma empresa ou até mesmo das finanças pessoais.
Esses conceitos mostram se as receitas superam as despesas (superávit) ou se os gastos ultrapassam a arrecadação (déficit).
Por isso, a seguir, saiba o que significa ambos os termos e como eles afetam a economia brasileira e os investimentos.
Boa leitura!
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O que é Déficit?
Imagine que, no final do mês, você gaste mais do que ganhou. O resultado é um saldo negativo, certo? É exatamente isso que significa déficit.
Em termos financeiros, o déficit ocorre quando as despesas são maiores que as receitas. É o sinal de que a conta não fecha no azul.
O termo pode ser aplicado a diferentes contextos:
- Déficit orçamentário: quando o governo gasta mais do que arrecada com impostos e outras receitas. Para cobrir essa diferença, o governo precisa se endividar, seja emitindo títulos da dívida pública ou contraindo empréstimos.
- Déficit comercial: acontece quando as importações de um país superam as exportações. Em outras palavras, o país está comprando mais produtos e serviços do exterior do que vendendo para outros países.
- Déficit previdenciário: é a diferença entre as contribuições pagas ao sistema de previdência e os benefícios (aposentadorias e pensões) que são pagos aos segurados.
Em qualquer um desses casos, o déficit indica uma necessidade de financiamento, o que pode gerar consequências como o aumento da dívida e a pressão sobre as taxas de juros.
O que é Superávit?
O superávit é o oposto do déficit. Ele ocorre quando as receitas de um governo, empresa ou pessoa superam as despesas.
Em um balanço financeiro, ele representa o saldo positivo. É um sinal de que a entidade em questão está com as finanças em ordem, gastando de forma mais controlada do que arrecada.
Além disso, o superávit pode ser utilizado para diferentes finalidades, como:
- Reduzir a dívida.
- Investir em projetos de infraestrutura, educação ou saúde.
- Criar uma reserva de emergência para períodos de crise.
Assim como o déficit, o superávit também se manifesta em diferentes áreas:
- Superávit Orçamentário: quando a arrecadação do governo supera os gastos. É um indicador de boa gestão fiscal.
- Superávit Comercial: ocorre quando um país exporta mais do que importa. Isso fortalece a economia local, gera empregos e atrai mais moedas estrangeiras para o país.
Tipos de Superávit
No contexto das contas públicas, existem dois tipos de superávit que merecem destaque: o superávit primário e o superávit nominal. Saiba mais a seguir.
1. Superávit primário
O Superávit Primário é o indicador mais conhecido e acompanhado de perto pelos analistas financeiros. Ele representa a diferença positiva entre as receitas e as despesas do governo, mas sem considerar os juros da dívida pública.
Sua principal função é mostrar se o governo está sendo capaz de poupar o suficiente para, pelo menos, pagar parte dos juros de sua dívida.
Além disso, esse tipo de superávit também é visto como um sinal de responsabilidade fiscal e pode ajudar a estabilizar a confiança dos investidores e a reduzir o risco-país.
2. Superávit nominal
Já o Superávit Nominal é o resultado final das contas do governo, considerando todas as receitas e despesas, inclusive os juros da dívida. É o resultado mais completo e mostra o saldo total do governo ao final de um período.
Quando o governo consegue atingir um superávit nominal, significa que não apenas ele está gastando menos do que arrecada, mas também que consegue pagar os juros de sua dívida e ainda ter um saldo positivo.
Isso é um cenário ideal, mas raramente acontece em grandes economias, que muitas vezes operam com dívidas substanciais.
Como o déficit e o superávit impactam a economia e os investimentos
O balanço entre déficit e superávit nas contas públicas tem um efeito dominó que atinge toda a economia e, por consequência, o bolso dos investidores.
1. Déficit e seus impactos na economia
Um déficit público persistente é visto com preocupação pelos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros. Ele pode desencadear uma série de eventos negativos, como:
- Aumento da dívida pública: para cobrir o rombo, o governo precisa emitir mais títulos. Essa maior oferta de títulos de dívida pode desvalorizá-los, forçando o governo a oferecer juros mais altos para atrair compradores.
- Juros mais altos: com a necessidade de pagar juros mais elevados, o Banco Central pode ser pressionado a manter a taxa Selic em patamares mais altos para controlar a inflação e a desvalorização da moeda. Juros altos encarecem o crédito para empresas e pessoas, desaceleram o consumo e o investimento, e podem frear o crescimento econômico.
- Inflação: se o governo financia o déficit por meio de impressão de moeda (o que é uma prática rara, mas possível), isso pode aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, elevando os preços e causando inflação.
- Desconfiança do mercado: com a insegurança gerada, investidores podem retirar capital do país, a moeda local se desvaloriza (o Real fica mais fraco em relação ao Dólar, por exemplo) e o risco de um calote (o governo não conseguir pagar sua dívida) aumenta, impactando negativamente o valor dos ativos de Renda Variável (ações) e elevando o retorno exigido em títulos de Renda Fixa (Tesouro Direto e debêntures).
2. Superávit e seus impactos na economia
Em contrapartida, um superávit nas contas públicas é um sinal de boa saúde fiscal:
- Redução da dívida e juros: com receitas maiores que as despesas, o governo pode usar o excedente para pagar a dívida. Isso reduz a necessidade de emitir novos títulos, o que pode levar à queda dos juros da dívida pública. A confiança aumenta e o governo pode emitir títulos pagando juros menores.
- Estímulo ao crescimento: juros mais baixos tornam o crédito mais acessível para empresas, que podem expandir seus negócios, investir em novos projetos e gerar mais empregos. O consumo também é estimulado, impulsionando a economia.
- Confiança dos investidores: um cenário de responsabilidade fiscal atrai investidores estrangeiros, que veem o país como um local seguro para alocar seu capital. Isso pode fortalecer a moeda local, aumentar o investimento em ativos nacionais (como ações) e melhorar o rating de crédito do país.
Balança comercial do Brasil
A balança comercial é um dos principais termômetros da economia brasileira, pois reflete o resultado entre o que o país exporta e o que importa.
Em períodos de superávit comercial, por exemplo, quando as exportações superam as importações, há maior entrada de dólares no país, o que fortalece a moeda nacional, ajuda a controlar a inflação e pode reduzir a necessidade de juros altos.
Já em situações de déficit comercial, quando o Brasil importa mais do que exporta, ocorre o efeito inverso: há saída de divisas, pressão sobre o câmbio e riscos adicionais para o equilíbrio econômico.
Por isso, acompanhar a balança comercial é fundamental não apenas para entender o desempenho do setor externo, mas também para avaliar impactos no dia a dia dos investimentos, já que seus resultados influenciam a taxa de câmbio, a inflação e as decisões do Banco Central em relação à taxa Selic.
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