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CRI e CRA: o que são e como funcionam esses investimentos?

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de Renda Fixa emitidos por securitizadoras que representam créditos imobiliários ou agrícolas. Eles permitem que os emissores transformem esses créditos em títulos negociáveis no mercado financeiro, gerando recursos para novos investimentos.

Os CRIs e CRAs oferecem vantagens como rentabilidade atrativa, diversificação de investimentos, baixo risco de crédito e isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Por outro lado, é importante avaliar os riscos específicos de cada emissão antes de investir.


Os Certificados de Recebíveis (CRI e CRA) são modalidades de investimento que vêm chamando a atenção de muitos investidores ultimamente. Afinal, eles são considerados ótimas opções para estratégias de longo prazo entre os investimentos de Renda Fixa.

Se você deseja saber o que são CRI e CRA mais a fundo, leia esse artigo até o final para aprender mais sobre o mercado e melhorar sua carteira de investimentos.

O que são CRI e CRA?

CRI e CRA são alguns dos principais investimentos de Renda Fixa, além de serem importantes mecanismos para o desenvolvimento de áreas fundamentais na economia: o mercado imobiliário e o agronegócio. 

Vamos entrar em detalhes sobre cada um deles:

O que é o CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários)?

O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) é um investimento destinado a financiar transações do mercado imobiliário, semelhante à LCI (Letra de Crédito Imobiliário).

Eles são títulos emitidos por instituições que não pertencem ao setor financeiro para financiar a execução de projetos de expansão no ramo imobiliário.

Dessa maneira, o proprietário do imóvel que deseja ampliá-lo ou fazer uma reestruturação, pode solicitar a emissão de um CRI e, para conseguir esse empréstimo, oferecer como garantia o valor dos aluguéis que receberá no futuro em troca do dinheiro para as obras.

Então, uma securitizadora vai emitir o CRI e antecipar os aluguéis. Isso é feito mediante o pagamento de uma taxa de, por exemplo, 5% + IPCA ao ano. Ou seja, você compra um título e “empresta” seu dinheiro ao emissor desse título.

Como compensação, você recebe o que emprestou com juros e correção monetária. Isso acontece dentro de um prazo combinado no momento da compra.

Nesse caso, a securitização é o ato de transformar as dívidas do setor imobiliário ou do agronegócio em valores mobiliários. Dessa forma, eles podem ser livremente comercializados entre as pessoas que investem. 

O que é o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)?

O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), por sua vez, é bastante parecido com o CRI. A maior diferença é que ele é destinado ao agronegócio. Por isso, pode-se dizer que ele tem algumas semelhanças com a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).

Embora o CRI e CRA tenham semelhanças com a LCI e LCA, é importante ressaltar que eles são investimentos que funcionam de formas diferentes.

Outra informação essencial é que CRI e CRA são aplicações voltadas para quem já investe no mercado e está acostumado a investir valores mais altos ou mais arriscados.

Como funciona a rentabilidade dos CRIs e CRAs?

Em relação à rentabilidade do CRI e CRA, é possível encontrar 3 tipos de títulos:

  • Prefixados: você sabe o quanto receberá no fim do prazo logo ao comprar o Certificado.
  • Pós-fixados: você tem apenas uma estimativa, já que algumas oscilações do mercado financeiro podem interferir na rentabilidade final
  • Híbridos: podem combinar parte do rendimento a uma taxa prefixada e a outra parte à oscilação de alguns índices econômicos, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).

Lembrando que os CRIs e CRAs são considerados títulos de baixa liquidez, caso o cliente necessite realizar a venda antecipada do seu título.

As corretoras de valores, geralmente, negociam títulos originados em emissores de pequeno e médio porte. Isso acontece porque essas instituições costumam oferecer melhores rentabilidade para atrair investidores. Por isso, investir por uma corretora de valores costuma ser bem mais interessante do que investir através de um banco.

Vantagens e desvantagens dos CRIs e CRAs

A seguir, conheça algumas vantagens e desvantagens de investir nesses produtos:

Vantagens

  • Renda Fixa atrativa: geralmente oferecem retornos superiores aos títulos públicos, tornando-os uma opção interessante para investidores em busca de Renda Fixa.
  • Diversificação: permite diversificar a carteira, já que os recebíveis estão atrelados a diferentes empreendimentos imobiliários.
  • Baixa correlação: têm baixa correlação com outras classes de ativos, o que pode ajudar a reduzir a volatilidade da carteira.
  • Lastro Imobiliário: têm lastro em imóveis ou produtos do agronegócio, o que oferece uma camada adicional de segurança em comparação com ativos financeiros sem lastro tangível.

Desvantagens

  • Menor liquidez: em comparação com títulos mais líquidos, podem ser menos fáceis de vender no mercado secundário.

  • Risco de inadimplência: se os devedores dos imóveis subjacentes ou por parte dos devedores agrícolas deixarem de pagar, pode haver risco de atraso nos pagamentos aos investidores.

  • Complexidade: a avaliação pode ser complexa, exigindo uma análise detalhada dos projetos imobiliários subjacentes ou do setor agrícola.

  • Dependência do mercado imobiliário: o desempenho está ligado ao mercado imobiliário e agrário, o que pode ser afetado por flutuações econômicas, de demanda, riscos climáticos e de mercado.

É essencial avaliar cuidadosamente as vantagens e desvantagens de CRIs e CRAs, considerando seus objetivos de investimento e nível de tolerância ao risco. Consultar um profissional financeiro pode ajudar a tomar decisões informadas.

 

Como investir em CRI e CRA?

Agora que você já sabe o que é CRI e o que é CRA, vamos te mostrar que o procedimento para investir nessas aplicações é bastante simples, assim como o de outros investimentos de Renda Fixa.

O primeiro passo, e mais importante, é ter uma conta em uma boa corretora de valores. Escolha uma instituição que esteja habituada a negociar essa categoria de investimento, pois essas aplicações são encontradas apenas em algumas instituições.

Depois de abrir sua conta, você só precisa transferir dinheiro para ela, para começar a investir. Então, o passo seguinte é analisar os CRI e CRA disponíveis, selecionar aquele que mais se encaixa em seu perfil e objetivos, e definir a quantidade de títulos que deseja aplicar.

Como escolher CRIs e CRAs?

Você pode usar os calculadoras de investimentos para encontrar a melhor aplicação de acordo com o valor, prazo e rentabilidade desejada. 

Escolher Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) para investir requer uma abordagem criteriosa. Aqui estão os passos que um investidor pode seguir para fazer uma escolha informada:

  • Entenda seu perfil de investidor: avalie sua tolerância ao risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento. Isso ajudará a determinar se CRIs ou CRAs se encaixam melhor em sua estratégia.
  • Pesquise a instituição emissora: verifique a reputação e a solidez da instituição emissora dos CRIs ou CRAs. Instituições bem estabelecidas e confiáveis oferecem maior segurança aos investidores.
  • Analise o lastro: entenda o lastro subjacente aos CRIs ou CRAs. No caso de CRIs, investigue os projetos imobiliários. Para CRAs, compreenda os produtos agrícolas relacionados. Avalie a qualidade e o potencial de retorno do lastro.
  • Avalie a taxa de rentabilidade: compare as taxas de retorno oferecidas pelos CRIs ou CRAs com outras opções de investimento. Certifique-se de que as taxas sejam atrativas em relação ao risco envolvido.
  • Verifique a liquidez: considere a liquidez dos CRIs e CRAs. Avalie se eles podem ser facilmente negociados no mercado secundário, caso precise resgatar seu investimento antes do vencimento.
  • Estude os prazos: compreenda os prazos de vencimento dos CRIs e CRAs. Alinhe esses prazos com seus objetivos de investimento para garantir que seu dinheiro esteja disponível quando você precisar.
  • Consulte Assessores de Investimentos: converse com assessores financeiros, consultores ou analistas de investimento. Além disso, siga as carteiras recomendadas da Toro e deixe que nossos experts selecionem os ativos para você.
  • Avalie as condições de resgate: verifique as condições sob as quais você pode resgatar seu investimento antecipadamente. Alguns CRIs e CRAs podem ter penalidades ou restrições para resgate antes do vencimento.

Mais do que escolher o CRI ou CRA mais rentável, é muito importante montar uma carteira de investimentos diversificada. 

Bem simples, certo? Agora vamos ao próximo tópico, que também é muito importante: securitização dos CRIs e CRAs.

Quem pode emitir: o que é a securitização dos CRIs e CRAs?

A securitização de um CRI é o ato de transformar as dívidas de quem comprou e financiou um imóvel na planta em valores imobiliários. Dessa forma, eles podem ser livremente comercializados entre as pessoas que investem.

A prática, aliás, está prevista na Lei 9514/97, responsável por permitir que companhias securitizadoras de recebíveis imobiliários, definidas como instituições não financeiras, emitam títulos de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). A lei também permitiu que instituições securitizadoras também possam emitir, adquirir e comercializar os Certificados.

No caso do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), a regra é a mesma, mas aplicada a títulos ligados à produção agrícola.

A vantagem de investir em CRI e CRA através de uma corretora de valores é que, além de poder adquirir esses títulos, também há a possibilidade de investir em outras aplicações rentáveis. Assim, o investidor consegue diversificar sua carteira com diversas opções de bom rendimento e aumentar a segurança do seu investimento.

CRI e CRA tem Imposto de Renda?

Os custos para investir em CRI ou CRA, geralmente, envolvem a taxa de administração por parte da corretora. Algumas delas não cobram esse valor, que pode chegar a até 2% do valor investido, em média. Por isso, pesquise bem e analise os prós e contras antes de abrir sua conta em uma instituição financeira.

CRI e CRA são isentos de Imposto de Renda e IOF.

A isenção desses tributos (IOF e IRPF) certamente é um atrativo. Entretanto, o indicado é não se deixar levar apenas por esse fator. Antes de tudo, analise todo o cenário com visão estratégica. Caso se sinta mais confortável, conte com o apoio de profissionais especializados, ok?

Riscos de investir: em CRI e CRA tem proteção do FGC?

Diferentemente de outras aplicações em Renda Fixa, CRI e CRA não contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

O FGC é uma iniciativa desenvolvida por instituições financeiras e tem como principal intuito garantir o valor e a rentabilidade a quem investe em determinados tipos de título.

Assim, caso a instituição financeira na qual você investiu vá à falência, você pode receber de volta até R$1 milhão por CPF ou CNPJ, para cada intervalo de 4 anos.

Certificados de Recebíveis possuem risco de crédito, que é a possibilidade de a empresa que emitiu esses títulos não conseguir honrar seus compromissos financeiros e pagar menos do que havia combinado aos investidores.

Desse modo, a rentabilidade do investimento é prejudicada. Por isso é preciso uma boa análise e ajuda profissional, antes de investir nesses certificados.

Sem um planejamento adequado, você pode acabar adquirindo títulos que não se encaixam em seu perfil. Portanto, é fundamental conhecer bem o investimento antes de aplicar seu dinheiro.

Letra de Crédito x Certificado de Recebíveis: qual título escolher?

Como falamos lá no início do texto, CRI e CRA são parecidos com as LCIs e LCAs, já que elas também estão ligadas ao mercado imobiliário e ao do agronegócio, respectivamente.

Além disso, as quatro modalidades oferecem boas rentabilidades e são isentas do Imposto de Renda. Apesar disso, existem algumas diferenças entre elas.

Diferente do CR, as LCs só são emitidas por instituições do setor financeiro. LCI e LCA são emitidas e distribuídas por bancos e corretoras de valores. Por outro lado, CRI ou CRA têm uma outra dinâmica, já que são emitidos pelas próprias empresas, mas negociados por meio de securitizadoras.

As securitizadoras são instituições que fazem o intermédio entre as corporações que necessitam de crédito e os investidores que desejam lucrar com essas aplicações.

Outra diferença é que LCI e LCA não são isentas do IOF, ou seja, se o resgate desses títulos acontecer antes de completar 30 dias será preciso arcar com este custo. Em contrapartida, as Letras de Crédito são protegidas pelo FGC.

Os FIIs de papel, dessa maneira, costumam comprar essas LCIs, que podem ser pré ou pós-fixadas e recebem, no futuro, os valores da Letra atrelados a uma taxa. Mais comumente, o CDI é usado como referência.

Enfim, caso você se interesse, é possível investir em todas essas alternativas. Agora que você já sabe o que é CRI e o que é CRA, lembre-se que é importante variar sua carteira de investimentos para se aproximar dos melhores resultados.

Quer saber como construir a sua? Dê o play neste vídeo e aprenda com um expert:

Seus objetivos e sua estratégia para o curto, o médio e o longo prazo devem ser pensados com cuidado. Afinal, ter bons resultados e ser um investidor de sucesso depende diretamente de um bom planejamento.

Aqui na Toro você tem um time de Analistas de Investimentos certificados e também Assessores premiados para te ajudar em toda a sua jornada. Comece a investir pela Toro e aproveite o melhor do mercado do jeito mais fácil e seguro.

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