O índice IEE acompanha empresas listadas na Bolsa que atuam no setor de energia elétrica. Essas empresas podem ser geradoras, transmissoras, vendedoras ou distribuidoras de energia.
O segmento de energia elétrica é conhecido por sua estabilidade e por abrigar boas empresas pagadoras de dividendos.
Diante da importância do setor, neste artigo, você entenderá em detalhes o que é o IEE, qual a sua composição, seu histórico e quais são as vantagens e os pontos de atenção antes de investir nas empresas que o compõem.
Continue a leitura para descobrir como esse indicador funciona e como você pode se expor a um dos pilares da economia brasileira.
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O que é o índice IEE?
O IEE (Índice de Energia Elétrica) é um indicador que acompanha o desempenho médio das ações do setor de energia elétrica, um dos mais importantes da Bolsa de Valores brasileira, a B3.
Sua finalidade é refletir o comportamento das empresas listadas que atuam nas atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
Ao longo dos anos, o IEE se consolidou como uma referência para analisar o setor.
Seu desempenho é influenciado por fatores como o crescimento econômico do país, que aumenta a demanda por energia, e o cenário regulatório, que impacta diretamente a receita das empresas.
Além disso, o índice leva em consideração o retorno total com reinvestimento no próprio ativo. Dessa forma, ele não desconsidera os dividendos distribuídos pelas companhias que o compõem.
Empresas que compõem o IEE
A composição do índice é reavaliada periodicamente, por isso, sua composição pode mudar com o passar dos meses. Para fazer parte do IEE, as empresas precisam atender a critérios específicos estabelecidos pela B3. São eles:
- Serem empresas listadas na B3.
- Os ativos precisam ter representado pelo menos 0,01% do volume financeiro total do mercado durante a vigência das três carteiras anteriores.
- As ações e units devem ter registrado presença em 80% dos pregões no mesmo período e ter realizado, no mínimo, dois negócios por dia em 80% dos pregões em que seus papéis foram negociados.
- Empresas com ações cotadas a menos de R$ 1 não são elegíveis.
- Os papéis não podem ser BDRs.
- As companhias não podem estar em recuperação judicial ou extrajudicial, em regime especial de administração temporária, em intervenção ou em outra situação especial.
Cumprindo os requisitos, a empresa do setor elétrico fará parte do IEE. Atualmente, as empresas que compõem o índice IEE são:
Código | Empresa | % |
---|---|---|
ALUP11 | ALUPAR | 6,786 |
AURE3 | AUREN | 6,387 |
CMIG4 | CEMIG | 6,584 |
COCE5 | COELCE | 6,620 |
CPLE6 | COPEL | 6,695 |
CPFE3 | CPFL ENERGIA | 6,528 |
ELET3 | ELETROBRAS | 6,912 |
ENGI11 | ENERGISA | 6,727 |
ENEV3 | ENEVA | 6,626 |
EGIE3 | ENGIE BRASIL | 6,647 |
EQTL3 | EQUATORIAL | 6,679 |
ISAE4 | ISA ENERGIA | 6,797 |
NEOE3 | NEOENERGIA | 6,668 |
SRNA3 | SERENA | 6,685 |
TAEE11 | TAESA | 6,659 |
Histórico do índice IEE
O IEE foi criado em 1996 e se tornou o primeiro índice setorial da Bolsa de Valores brasileira.
Analisando a trajetória do IEE, observa-se uma tendência de crescimento, com o índice superando o Ibovespa em diversas janelas de tempo.
Essa performance superior pode ser atribuída à natureza defensiva do setor elétrico, que tende a ser mais resiliente em cenários de incerteza econômica devido à demanda constante por energia.
Quando analisamos o gráfico abaixo, vemos que o índice IEE andou lateralizado de 2011 até 2017. Porém, a partir da segunda metade de 2017 o índice começou um movimento de alta interessante, acompanhado do Ibovespa.
Confira o histórico no gráfico abaixo.
Lembre-se que retornos passados não garantem retornos futuros.
VEJA TAMBÉM: Ibovespa hoje: entenda o que é o índice e as empresas que o compõe
Como investir no índice IEE
Não é possível investir no IEE de forma direta. No entanto, o investidor pode acompanhar o desempenho do índice montando uma carteira com os mesmos ativos que o compõem, respeitando a porcentagem de cada um.
Dessa forma, o investidor que adotar essa estratégia acompanhará a rentabilidade do índice de perto. É preciso, porém, ficar atento às mudanças na composição do índice para ajustar a carteira.
VEJA TAMBÉM: Índice IDIV: conheça a composição do índice dos dividendos
Vale a pena investir no setor elétrico?
Agora que você já sabe como o IEE funciona, é hora de descobrir se vale a pena investir no setor elétrico. Ele tem características próprias que podem torná-lo atrativo, dependendo da sua estratégia e objetivos.
Vantagens de investir no setor de energia elétrica:
- Estabilidade da demanda: A energia elétrica é um bem essencial, e sua demanda tende a ser menos afetada por crises econômicas.
- Receita previsível: As empresas do setor, em geral, operam com contratos de longo prazo e tarifas reguladas.
- Dividendos: Muitas empresas de energia são boas pagadoras de dividendos, ou seja, distribuem uma parte considerável de seus lucros aos acionistas.
- Proteção contra a inflação: Muitos contratos de concessão e tarifas são reajustados anualmente por índices de inflação, como o IPCA e o IGP-M.
- Mercado regulado: Em alguns segmentos do setor, como transmissão e distribuição, há pouca ou nenhuma concorrência.
Como visto, dependendo da sua estratégia, os ativos do setor elétrico podem ser importantes para a sua carteira. No entanto, o setor também apresenta algumas características que podem fazer com que os ativos desse segmento não sejam indicados.
Pontos de atenção:
- Interferência governamental: Mudanças em regras, tarifas ou políticas públicas podem afetar a rentabilidade das empresas.
- Risco hidrológico: Como a matriz energética brasileira é predominantemente hidrelétrica, períodos de seca prolongada podem impactar a geração de energia e o custo de produção.
- Crescimento moderado: Empresas de energia tendem a ter um crescimento mais lento e estável, o que pode não ser ideal para investidores que buscam alta valorização no curto prazo.
- Necessidade de capital: A construção de usinas e infraestrutura exige investimentos gigantescos, o que pode levar as empresas a se endividarem.
Ou seja, antes de investir no setor elétrico, é fundamental analisar as características das empresas e do setor. Além disso, esteja sempre atento ao seu perfil de investidor para escolher ativos que respeitem sua tolerância ao risco e estejam alinhados à sua estratégia.
⚠️ Importante: os investimentos e ativos citados nesse conteúdo não representam recomendação de compra nem necessariamente expressam a opinião dos analistas da Toro. Consulte sempre um Assessor ou Analista de Investimentos qualificado para receber orientações da melhor diversificação e quais ativos mais indicados para o seu perfil e objetivos.