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Circuit Breaker na Bolsa:  entenda o que é e o seu histórico

O Circuit Breaker é um mecanismo de segurança utilizado pela Bolsa de Valores do Brasil para paralisar as negociações por um período quando o Ibovespa, seu principal índice, cai mais do que 10%, independentemente do motivo.

Caso o índice continue em queda na retomada das negociações, novos circuit brakers são acionados. As regras são: 10% em relação ao dia anterior causa 30 minutos de paralisação. Em caso de 15% em relação ao dia anterior, paralisa por 1 hora. Já quando há 20% de queda em relação ao dia anterior, a parada é por tempo indeterminado.

A Bolsa de Valores tem uma série de mecanismos responsáveis por garantir a proteção de investidores e do próprio mercado de ações. Se você já investe há algum tempo, certamente já ouviu falar do circuit breaker. Mas será que você sabe o que é esta ferramenta? Sabe como ela realmente funciona?

Se você ainda não sabe como responder essas perguntas, este artigo pode te ajudar. Você vai aprender agora o que é circuit breaker e o que fazer em um momento de muito estresse do mercado. Vamos lá?

O que é o circuit breaker na Bolsa de Valores?

Circuit breaker é um mecanismo de segurança utilizado para interromper todas as operações da Bolsa de Valores do Brasil, a B3.

Este mecanismo é acionado nos momentos em que as ações negociadas nesse mercado sofrem grandes quedas consideradas atípicas em seus preços.

A utilização do circuit breaker tem como principal objetivo proteger e acalmar a volatilidade excessiva do mercado financeiro.

Ao realizar essa parada, o esperado é que aconteça um balanceamento do mercado, equilibrando o número de ordens de venda e o número de ordens de compra.

A tendência é que, com o equilíbrio causado pelo circuit breaker, as quedas sejam amenizadas e o mercado volte ao seu movimento natural.

Este mecanismo é uma das ferramentas mais interessantes utilizadas pela Bolsa de Valores. Isso acontece porque serve para proteger os investidores e evitar que os efeitos de um acontecimento repentino prejudique os investimentos realizados na Bolsa.

Podemos entender essa ferramenta como uma camada extra de segurança para que você possa investir seu dinheiro na Bolsa. Imagine escolher a melhor alternativa de investimento e, de repente, ver um escândalo acabar rapidamente com toda a aplicação que você fez?

Com a paralisação das negociações, a Bolsa permite que os investidores tenham tempo para se planejar em um momento de estresse do mercado.

Isso evita que negócios sejam realizados no desespero e aconteça uma queda descontrolada nos preços dos ativos.

Assim como o circuit breaker, existem outras ferramentas e estratégias que você pode contar na hora de pensar na proteção dos seus investimentos. Apesar de a escolha de interromper as negociações ficar por conta da Bolsa de Valores, você não precisa deixar a responsabilidade de proteger seu capital apenas para a B3.

Você pode usar técnicas como Stop Loss e Stop Gain para suavizar os riscos do mercado variável e aumentar suas chances de conseguir bons resultados. E quanto mais você estudar e entender a dinâmica do mercado, mais fácil será investir na Bolsa de Valores.

Quais são as regras do circuit breaker?

As regras para a utilização do circuit breaker são muito simples e estão atreladas ao percentual de queda do Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de Valores do Brasil.

Conheça as regras:

Queda de 10% do Ibovespa

Nas situações em que o Ibovespa apresenta queda de 10% sobre o valor do fechamento do dia anterior, acontece o primeiro circuit breaker. Ao ser acionado neste momento, todas as negociações da Bolsa de Valores são interrompidas por 30 minutos.

Queda de 15% do Ibovespa

Após os 30 minutos da realização do circuit breaker, a B3 volta a permitir negociações, esperando que o mercado volte ao normal. Se o Ibovespa continuar em queda e acumular um percentual de 15% de desvalorização, um novo circuit breaker ocorrerá. Nesta parada, as negociações ficam interrompidas por mais 1 hora.

Queda de 20% do Ibovespa

Por último, após a 1 hora da segunda parada, a Bolsa de Valores reabre as negociações. Se, mesmo assim, o Ibovespa continuar em queda e chegar a 20%, a B3 suspende as atividades e fica responsável por definir um novo prazo para reabertura do mercado.

Conseguiu entender as regras para realização do circuit breaker? Para ficar mais claro, veja a tabela com um resumo:

Percentual de queda do IbovespaTempo de paralisação
10% em relação ao dia anterior30 minutos de paralisação
15% em relação ao dia anterior1 hora de paralisação
20% em relação ao dia anteriorParada por tempo indeterminado

Essas regras valem para todas as operações da Bolsa de Valores e possuem apenas dois asteriscos:

1. As regras do circuit breaker não são aplicadas nos últimos 30 minutos de funcionamento do pregão da B3.

2. Se acontecer um circuit breaker na última hora do pregão, no outro dia, no momento da reabertura do mercado, será possível realizar apenas uma nova paralisação de 30 minutos.

 

Saber sobre as regras e seus detalhes é fundamental para que você consiga acompanhar o mercado e consiga analisar as oportunidades que podem aparecer em um momento de crise na Bolsa de Valores.

Qual foi o último acionamento do circuit breaker?

A última vez que a B3 acionou o mecanismo de circuit breaker foi em março de 2020. O cenário já estava trazendo preocupação para muitos investidores pois a epidemia de Covid-19 já havia impactado negativamente Bolsa de Valores no mundo todo.

Mas no dia, 9 de março de 2020, outros fatores para além do surto de Covid-19 influenciaram a paralisação da Bolsa brasileira. Entre eles, o principal foi a queda no preço do petróleo devido a um desacordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia para tentar cortar a produção da commodity.

Em contrapartida, a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decidiu reduzir o preço do barril e aumentar sua produção.

Com isso, o preço do petróleo caiu mais de 30% e afetou mercados no mundo todo.

Por aqui, o pregão mal começou e a Bolsa brasileira já caía mais de 10% em pouco tempo. Então foi necessário acionar o circuit breaker e paralisar as negociações por meia hora.

Muitos investidores ficaram extremamente preocupados com as consequências dessa queda, pois ações de várias empresas brasileiras foram impactadas, em especial as ações da Petrobras (PETR4).

No dia seguinte, 10 de março, houve novamente um acionamento deste mecanismo. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou que passaria a considerar os casos de Coronavírus (ou Covid-19) como uma pandemia, ou seja, que sua extensão já tomava proporções globais.

Por causa disso, a Bolsa brasileira registrou queda de 10% e teve suas negociações paralisadas novamente por 30 minutos no início da tarde do dia 10 de março de 2020.

No outro dia, 11 de março, a Bolsa brasileira viveu novamente uma paralisação de 30 minutos e algumas horas depois de abrir teve uma segunda paralisação de 1 hora. Na esteira dos motivos que provocaram esse circuit breaker, a pandemia de Coronavírus (Covid-19) acirrou o cenário externo.

Bolsas do mundo todo foram impactadas com a decisão de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de suspender viagens da Europa (fora o Reino Unido) para o país por 30 dias. A exceção valia apenas para pessoas que possuem residência permanente nos EUA e a “parentes imediatos” de cidadãos norte-americanos.

Além disso, no Brasil, o acirramento do desacordo entre governo e Congresso brasileiros, com a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), também colaborou com a queda da Bolsa brasileira no dia 11 de março.

Na semana seguinte, o pregão da B3 já iniciou a segunda-feira (16/03) com um novo circuit breaker de meia hora. Além da situação delicada mundo afora, a nova paralisação também foi incentivada pela divulgação de dados sobre a economia chinesa em queda e pelo corte na taxa de juros dos EUA saindo de 1,25% para 0,25%.

No entanto, quem estuda o mercado a fundo, e conhece esse mecanismo de proteção, não se deixa abalar facilmente e continua investindo de cabeça fria.

Esse aprendizado é fundamental para manter os bons resultados e evitar se deixar levar pela maré de desespero ou euforia do mercado. Além disso, investir focando no longo prazo e não apenas nas crises do presente também é uma excelente estratégia para valorizar seu capital.

O histórico do circuit breaker na Bolsa

Ao longo dos anos de operação da Bolsa de Valores do Brasil, foram registrados acionamentos de circuit breaker em 5 anos diferentes. Além da paralisação em 2020, também foram registradas paralisações nos anos:

1997

Países como a Tailândia, Malásia, Filipinas e Coreia do Sul foram surpreendidos com os reflexos de uma grande crise financeira. Em outubro de 1997, a Bolsa de Valores de Hong Kong registrou queda de 10,4% derrubando outras Bolsas em todo mundo.

A Bolsa de Valores do Brasil sentiu o efeito da crise nos principais países asiáticos e precisou realizar 3 paralisações. O mecanismo de circuit breaker foi acionado nos dias: 27 de outubro, e 07 e 12 de novembro daquele ano.

1998

Em setembro de 1998, a Rússia passou por uma crise financeira gigante, chegando a declarar que não conseguiria pagar sua dívidas internas e externas. Dessa forma, os efeitos dessa crise foram sentidos em várias economias do mundo, inclusive no Brasil, local em que a Bolsa de Valores registrou perda de US$30 bilhões.

Assim, a ferramenta de circuit breaker foi acionada em 5 momentos diferentes para tentar controlar o mercado. Em 21 de agosto, 04, 10 (2 vezes) e 17 de setembro as atividades na Bolsa de Valores brasileira foram paralisadas.

1999

O começo do ano de 1999 foi marcado por um período de desvalorização do real. A mudança no regime cambial nacional fez com que o Banco Central fosse obrigado a negociar dólares no Mercado Futuro, aumentando a quantidade de moeda americana nos nossos cofres e contribuindo para a queda do valor das ações da Bolsa de Valores.

Por isso, nos dias 13 e 14 de janeiro de 1999, a Bolsa de Valores precisou interromper suas atividades, realizando dois circuit breakers.

2008

Nesse ano, uma das maiores crises econômicas da histórias foi registrada, começando pela falta de pagamento de dívidas entre os habitantes dos EUA e os bancos, gerando algumas falências e um colapso na economia mundial.

Como a nossa economia está diretamente ligada ao EUA, os efeitos foram sentidos aqui na Bolsa de Valores, que precisou acionar o circuit breaker 6 vezes: em 29 de setembro, 6 de outubro (2 vezes), 10, 15 e 22 de outubro.

2017

Em 18 de maio de 2017, o mercado brasileiro sofreu as consequências da delação do dono da JBS, Joesley Batista. Na gravação, o empresário revelou detalhes de operações que envolviam diversos políticos importantes, entre eles o então presidente do Brasil, Michel Temer (MDB).

Além disso, a prisão do ex-diretor da companhia, Frederico Pacheco de Medeiros, foi anunciada. Frederico foi citado como responsável pelo repasse de R$2 milhões da JBS para o então senador Aécio Neves (PSDB).

Estes acontecimentos geraram uma queda significativa do valor das ações da Bolsa de Valores. Neste dia, o Ibovespa chegou a cair mais de 10% e algumas grandes empresas foram bastante afetadas. Como a Cemig (CMIG4), que registrou queda de 41% no valor de suas ações.

Por isso, a B3 acionou o circuit breaker e interrompeu as negociações de ativos por 30 minutos.

Antes do circuit breaker de 2017, havia quase 10 anos que não acontecia um evento assim na Bolsa de Valores do Brasil. Por isso, alguns investidores não souberam o que fazer quando as atividades da B3 foram interrompidas o mercado parou.

Para resumir, este é o calendário de todos os anos que já ocorreram a paralisação por causa de circuit breaker:

AnoFato histórico
1997Crise asiática
1998Crise russa
1999Câmbio flutuante
2008Crise do subprime nos EUA
2017Delação da JBS
2020Coronavírus, queda no preço do Petróleo e corte das taxas de juros

Pode ocorrer um novo circuit breaker?

Agora que explicamos o que é circuit breaker e falamos um pouco sobre as situações em que já aconteceram essa parada, você deve estar pensando sobre as chances de acontecer de novo e comprometer seus investimentos, não é mesmo?

Como você viu, essas interrupções só acontecem em casos em casos extremos, quando ocorre algo de repente e o mercado não sabe muito bem como reagir a ele. A boa notícia é que, hoje em dia, o mercado já está mais preparado para essas crises e consegue balancear essas quedas.

Mesmo em momentos de baixa de algumas ações, outras podem ter bons resultados e fazer com que o mercado tenha estabilidade.

Portanto, o ideal é sempre ter calma diante de um mercado em agitação constante. Algumas oportunidades podem aparecer e fazer com que você consiga bons resultados mesmo em casos de queda do Ibovespa, por exemplo.

Saber observar e aproveitar essas oportunidades é o segredo para conseguir bons resultados.

Aqui na Toro você acompanha o mercado sem complicações e consegue realizar seus investimentos com poucos cliques.

Com isso, você pode aproveitar os melhores investimentos que a Bolsa pode oferecer e contar com a expertise de especialistas do mercado para investir mesmo em situações desafiadoras.

Mas antes de finalizar, assista ao vídeo com o nosso Chefe de Análise de Investimentos, Lucas Carvalho, e veja como você pode lucrar investindo em ações:

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