O capital da sua empresa já está rendendo com investimentos para pessoa jurídica? Pois saiba que investir como pessoa jurídica é importante para valorizar o dinheiro da sua empresa, mesmo que você já aplique como pessoa física.
Se você evita deixar seu dinheiro parado na Poupança, por que seria diferente com os recursos do seu negócio? Felizmente, há inúmeras opções de investimentos para todos os perfis de risco e necessidades, respeitando os prazos e objetivos da sua empresa.
Porém alguns detalhes envolvendo tributação, documentação e rendimentos merecem nossa atenção. Para não restar dúvidas, reunimos a seguir tudo o que você precisa saber sobre o assunto:
- Razões para investir como PJ.
- Principais investimentos para empresas.
- Tributação dos investimentos pessoa jurídica.
- Como planejar e aplicar como pessoa jurídica.
Ao final do texto, você vai querer investir o quanto antes para potencializar seu negócio.
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Qual a importância dos investimentos para PJ?
Os investimentos para PJ são fundamentais para melhorar a gestão financeira da empresa. Muitos empreendedores ainda cometem o erro de deixar seu capital de giro, e até a reserva para futuras expansões, estagnados na conta corrente.
Mas, assim como no caso da pessoa física, você precisa fazer com que o dinheiro trabalhe em favor do negócio.
Via de regra, a sobra de recursos nunca deve ficar parada, mesmo que esteja sendo poupada para ampliar a estrutura ou pagar o 13º salário dos colaboradores no fim do ano.
Afinal, os recursos de uma empresa precisam render continuamente, em curto ou longo prazo. Ao aplicar nos produtos certos, você evita a necessidade de recorrer ao crédito e passa a receber juros do banco ao invés de pagar.
Para isso, existem investimentos sob medida para as necessidades da pessoa jurídica, seja qual for o seu perfil.
Com um bom planejamento, é possível manter as contas em dia, um colchão de segurança para possíveis emergências em investimentos de curto prazo e ainda uma parcela do capital em aplicações de prazo mais longo.
Quais são os investimentos para PJ?
O menu de investimentos para pessoa jurídica é um pouco mais restrito do que o da pessoa física e há diferenças importantes nas regras de alguns produtos. Tesouro Direto, por exemplo, é uma aplicação que não pode ser acessada por empresas.
Mas há muitas outras opções interessantes, com baixo risco e até liquidez diária. Com as alternativas abaixo, é perfeitamente possível diversificar os investimentos da sua empresa, de acordo com perfil de investimento, prazos e capital.
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma ótima alternativa, pois oferece diferentes prazos, liquidez e rentabilidades. É um dos mais populares investimentos para pessoa jurídica.
A segurança do investimento é alta, já que ele conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Esse órgão, mantido pelas instituições financeiras do Brasil, garante, em caso de quebra ou insolvência do banco, a reposição de até R$250 mil por CNPJ e conglomerado financeiro, com limitação da garantia em até R$1 milhão. Ou seja, trata-se de uma segurança importante para a empresa.
Na prática, essa aplicação é um empréstimo feito ao banco, que oferece, como contrapartida, uma remuneração predeterminada.
Esse rendimento pode ser prefixado ou vinculado a um índice, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, uma taxa que segue de perto a Selic, que são os juros básicos da economia).
Um CDB pode pagar 100% do CDI, por exemplo. Nesse caso, o rendimento vai variar conforme essa taxa, calculada a partir dos juros definidos pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Outro detalhe importante é a liquidez do CDB.
Liquidez é o que define quão rápido o investidor pode converter seu título em dinheiro sem perda de valor. Ou seja, se você precisar do dinheiro aplicado, poderá resgatá-lo a qualquer momento? Depende do CDB.
Alguns CDBs podem ser resgatados apenas no vencimento, que pode variar bastante, de meses a anos. Outros possuem liquidez diária, podendo ser resgatados quando o investidor desejar.
Por último, vale lembrar a tributação, que é a mesma tanto para pessoa física quanto jurídica. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é cobrado para resgates inferiores a 30 dias.
Nesse caso, a tributação do IOF segue uma tabela regressiva, que vai de 96% do rendimento no primeiro dia para 0% no dia 30.
Já o Imposto de Renda segue uma outra tabela regressiva, um pouco mais branda, de 22,5% para resgates em 180 dias (ou menos) até 15% para resgates em mais de 720 dias.
Fundos de Investimentos
Os Fundos de Investimentos são reuniões de vários investidores (cotistas) com objetivo e perfil comum, o que gera ganhos de escala.
Há diferentes tipos de Fundos, como Renda Fixa, multimercado e ações, de acordo com a natureza das aplicações.
Nos Fundos de Investimento, também há a cobrança de IOF, que começa em 96% do rendimento no primeiro dia e cai para 0% no 30º dia após a aplicação.
Além do IOF, o Imposto de Renda também é cobrado em fundos de investimento, em alíquotas de 22,5% a 15%, dependendo do prazo e do tipo do Fundo.
Para as empresas, é uma opção interessante, mas que deve ser analisada com cautela, já que há uma amplitude grande de ofertas — muitas delas de Renda Variável.
Fundos DI, que perseguem o rendimento da taxa do CDI (semelhante à taxa Selic), podem ser usados para o caixa de curto prazo da empresa, já que oferecem liquidez diária, ou seja, podem ser resgatados a qualquer momento.
LCA/LCI
LCA e LCI são Letras de Crédito do Agronegócio e Letras de Crédito Imobiliário. Assim como no CDB, a remuneração dessas aplicações pode ser prefixada ou vinculada a um índice.
Uma LCI pode pagar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial no Brasil) + 4%, por exemplo. Nesse caso, o investidor garante um rendimento 4% acima da inflação, o que traduz em um ganho real de poder de compra.
Tanto LCI quanto LCA têm isenção de Imposto de Renda para pessoa física, mas as empresas não contam com esse mesmo benefício.
No fim, acabam sendo tributados da mesma maneira que um CDB, dependendo do tempo de aplicação. Por isso, não são tão utilizados em investimentos pessoa jurídica. Ambos também contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos.
Ações
Por fim, as empresas também podem participar da Bolsa de Valores como compradoras de ações, mas a rentabilidade variável envolve riscos moderados a altos.
Nesse caso, cabe lembrar: investimento em ações para PJ pode ser uma aplicação para o longo prazo. E longo prazo, aqui, significa que você não deve precisar daquele dinheiro nos próximos cinco anos.
Porém isso irá variar de acordo com a sua necessidade de liquidez em seus investimentos.
Desta forma, você poderá alocar parte do seu patrimônio de sua conta PJ em investimentos com um prazo mensal, por exemplo.
Por isso, vale a pena diversificar bastante o portfólio, para que sua carteira tenha também aplicações em Renda Fixa e seja ajustada de acordo com muitas variáveis, como a previsão de contas para os próximos meses e a liquidez de todos os investimentos.
Qual é a tributação dos investimentos para PJ?
A questão da tributação é central para escolher os investimentos para PJ, pois há diferenças importantes em relação à pessoa física.
De modo geral, os investimentos que mantêm as mesmas regras de impostos para pessoa física e jurídica são o CDB e fundos de investimento.
CDB
No CDB, há incidência de Imposto de Renda e IOF (para resgates em menos de 30 dias). A cobrança do Imposto de Renda no CDB varia de acordo o tempo da aplicação até o resgate. A tabela é regressiva:
Tempo | Imposto de Renda |
---|---|
180 dias (ou menos) | 22,5% |
181 dias a 365 dias | 20% |
De 365 dias a 720 dias | 17,5% |
720 dias (ou mais) | 15% |
Já a tabela do IOF começa com uma alíquota de 96% (lembre-se: apenas sobre o rendimento da aplicação) e termina com 0% no dia 30. Sempre que possível, portanto, vale evitar o resgate tão rápido:
Dias desde a aplicação | IOF | Dias desde a aplicação | IOF sobre rendimento |
---|---|---|---|
1 | 96% | 16 | 46% |
2 | 93% | 17 | 43% |
3 | 90% | 18 | 40% |
4 | 86% | 19 | 36% |
5 | 83% | 20 | 33% |
6 | 80% | 21 | 30% |
7 | 76% | 22 | 26% |
8 | 73% | 23 | 23% |
9 | 70% | 24 | 20% |
10 | 66% | 25 | 16% |
11 | 63% | 26 | 13% |
12 | 60% | 27 | 10% |
13 | 56% | 28 | 6% |
14 | 53% | 29 | 3% |
15 | 50% | 30 | 0% |
LCA e LCI
A tributação para pessoas jurídicas segue exatamente as tabelas acima.
Fundos de Investimento
Também há IOF e Imposto de Renda nos Fundos de Investimento, com exceção do IOF para os Fundos de Investimentos em ações O IOF é cobrado da mesma maneira como no CDB.
Já o Imposto de Renda depende do tipo de Fundo e do tempo de aplicação, podendo variar de 22,5% a 15%.
Ações
O Imposto de Renda sobre ações é de 15% em Swing Trade (quando há operação de compra em um dia e venda em outro) e de 20% para Day Trade (operação de compra e venda no mesmo dia).
Não há a isenção, como aquela para pessoas físicas que vendem até R$20.000,00 em ações ao longo do mês. Também não há IOF.
Como planejar seus investimentos na PJ?
Se você quer acertar nas aplicações, temos algumas dicas importantes para planejar seus investimentos na PJ. Confira os 4 passos essenciais para planejar suas aplicações:
1. Procure uma corretora independente
Para acessar os melhores investimentos para PJ, é vantajoso recorrer às corretoras independentes, que oferecem opções muito mais diversas e atrativas do que os grandes bancos.
Há ainda corretoras inovadoras como a Toro Investimentos, que unem soluções financeiras à tecnologia para você investir de um jeito fácil, seguro e com taxa zero para renda fixa e manutenção da conta.
E lembre-se: só vale a pena investir com empresas de confiança e devidamente autorizadas pelo Banco Central e pela CVM.
2. Prepare sua documentação
As operações como pessoa jurídica sempre exigem alguma burocracia, e com os investimentos não é diferente.
Para começar a investir com sua empresa, você vai precisar dos seguintes documentos:
- Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
- Balanço patrimonial.
- Declaração de faturamento dos últimos 12 meses.
- Última alteração contratual.
3. Descubra seu perfil de investidor
O perfil de investidor é classificado da mesma forma para pessoas físicas e jurídicas, de acordo com o risco e liquidez desejados.
Antes de começar a investir como pessoa jurídica, descubra qual é seu perfil ideal:
- Conservador: prioridade para segurança e baixíssimo risco, ainda que a rentabilidade seja menor.
- Moderado: tolera alguma exposição ao risco nos investimentos em nome da rentabilidade, buscando o equilíbrio.
- Arrojado: aceita exposição a riscos em busca de ganhos superiores em médio e longo prazo.
4. Selecione e diversifique os investimentos
Na hora de escolher os investimentos para pessoa jurídica, você deve levar em conta critérios como tributação, liquidez e risco, além de observar o impacto do cenário macroeconômico no longo prazo.
Ao selecionar seus produtos, procure diversificar as aplicações para pulverizar o risco e ter a possibilidade de resgatar dinheiro quando necessário.
Se optar pela Renda Variável, não deixe de acompanhar os indicadores e, se possível, contar com ajuda especializada.
Como vimos, é preciso prestar atenção em vários detalhes para fazer seu dinheiro render com investimentos para PJ. De forma geral, investir como pessoa jurídica exige a mesma disciplina do que investir como pessoa física.
É preciso deixar as emoções de lado, analisar riscos, projetar os cenários futuros, munir-se da maior base de dados possível e equilibrar o portfólio com renda fixa e variável, em diferentes ativos.
Uma maneira simples de começar a investir como PJ é destinar aquele dinheiro do caixa a um fundo DI, que oferece liquidez diária e um rendimento atraente.
Aos poucos, é possível avançar sobre outras aplicações, como CDBs para prazos mais longos, por exemplo, que trazem retornos mais interessantes.
No fim das contas, as melhores aplicações dependem do seu planejamento e gestão financeira. Para esse controle, vale a pena conhecer a plataforma de gestão Conta Azul, que ajuda a controlar o financeiro integrando todas as áreas da sua empresa.
Com esse apoio, fica muito mais fácil organizar as contas, fechar o mês no azul e, finalmente, começar a aplicar de forma estratégica. E, para dar seus primeiros passos em investimentos, abra sua conta na Toro e faça seu dinheiro trabalhar por você.
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*Texto escrito pelo parceiro Conta Azul