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O que são e como funcionam os Smart Contracts? Entenda agora!

Você já ouviu falar sobre Smart Contracts? Este é um termo presente no mercado de ativos virtuais que muitos ainda desconhecem.

Os Smart Contracts estão atrelados à revolucionária tecnologia blockchain.

Esses protocolos programáveis prometem não apenas simplificar transações comerciais, mas também garantir uma execução segura e inalterável de acordos legais.

Nascidos no contexto da criação e avanço do Ethereum, os contratos inteligentes vieram para revolucionar a maneira como acordos são feitos, monitorados e cumpridos no mundo digital. Leia até o final e aprenda mais sobre eles neste artigo.

O que são Smart Contracts ou contratos inteligentes?

Os contratos inteligentes são protocolos de computadores projetados para facilitar, verificar ou executar a negociação ou o cumprimento de um contrato de maneira automática e segura

Esses acordos digitais operam com base em códigos de programação e são implantados dentro de blockchains, como Ethereum, que proporcionam um ambiente descentralizado e imune a interferências externas. 

Isso significa que, uma vez que as condições preestabelecidas são atendidas, as ações especificadas no contrato são automaticamente executadas.

A origem dos contratos inteligentes remonta a 1994, quando foram propostos pelo criptógrafo Nick Szabo, que os concebeu inicialmente como uma forma de estender as funcionalidades tradicionais de um contrato legal usando a tecnologia da época. 

No entanto, apenas com a expansão da blockchain, a partir de 2009 com o surgimento do Bitcoin, e mais tarde, com o desenvolvimento da Ethereum, que foi possível oferecer suporte completo a esses contratos.

Foi somente nesta época que eles se tornaram viáveis e amplamente utilizados.

Em essência, os contratos inteligentes são semelhantes a programas de software que residem na blockchain e são ativados por transações que cumprem critérios específicos. 

Esses contratos são transparentes para todas as partes envolvidas e irrevogáveis, ou seja, uma vez que o contrato é implementado na rede, ele não pode ser alterado, garantindo um alto grau de segurança e confiabilidade.

Essa tecnologia é mais atraente em cenários onde a confiança é um componente crítico, como em transações financeiras, acordos de direitos autorais, sistemas de votação eletrônica, e até mesmo na administração de serviços públicos e registros de propriedade. 

Ao eliminar intermediários e reduzir custos operacionais, os contratos inteligentes representam uma evolução significativa na maneira como acordos são formados e mantidos no mundo digital.

Como funcionam os Smart Contracts?

Os Smart Contracts funcionam por meio de um processo que transforma cláusulas contratuais em códigos de programação, que são armazenados e auto executáveis em uma blockchain.

Este processo envolve várias etapas críticas, desde a criação até a execução, garantindo a automação e a segurança das transações digitais.

1. Regras e condições

A primeira etapa envolve a definição das regras e condições do contrato. 

Os desenvolvedores escrevem o contrato usando linguagens de programação específicas para blockchain, como Solidity (a mais utilizada na Ethereum), Vyper, ou Chaincode (usada na Hyperledger Fabric). 

Esses códigos definem o que acionará o contrato (as condições de entrada) e o que ele irá executar (as condições de saída).

2. Implementação na blockchain

Após a codificação, o contrato inteligente é implantado na blockchain. Durante a implantação, ele é compilado em bytecode, que é a forma que a máquina virtual da blockchain (como a Ethereum Virtual Machine – EVM) pode executar. 

Uma vez implantado, ele recebe um endereço específico na blockchain, pelo qual pode ser acessado e interagido.

3. Acionamento

Após isso, os contratos inteligentes são acionados por transações enviadas por usuários ou por outros modelos de contratos. 

Essas transações devem fornecer o gas necessário (uma unidade de medida que indica o custo computacional para executar operações na Ethereum, por exemplo) e atender às condições especificadas no contrato para que as instruções sejam executadas.

Quando as condições definidas são atendidas, a máquina virtual da blockchain executa o contrato automaticamente, de acordo com seu código. 

Isso pode incluir enviar ativos virtuais de uma parte para outra, emitir um token, registrar informações em um ledger ou qualquer outra operação programada. 

A execução é verificada e validada por nós da rede, garantindo que o contrato foi executado corretamente e de acordo com a blockchain.

4. Registro de alterações

Após a execução, qualquer alteração de estado promovida pelo contrato inteligente é permanentemente registrada na blockchain.

Isso garante imutabilidade e transparência, pois o resultado não pode ser alterado e é visível para todos os participantes da rede.

Quais são as vantagens da automatização por contratos inteligentes?

Os contratos inteligentes oferecem vantagens significativas devido à sua natureza automatizada e descentralizada:

  • Redução de custos e tempo: ao eliminar intermediários, os contratos inteligentes reduzem custos operacionais e aceleram processos.
  • Menos erros humanos: a execução baseada em código diminui os erros associados à manipulação humana.
  • Segurança reforçada: a tecnologia blockchain oferece uma camada adicional de segurança contra fraudes e ataques maliciosos.

Esses mecanismos tornam os Smart Contracts ferramentas poderosas para a implementação de uma vasta gama de aplicações. Elas vão desde simples transferências de fundos até operações complexas de negócios e governança.

Quais são os desafios e limitações dos contratos inteligentes?

Embora os contratos inteligentes ofereçam numerosas vantagens, eles também enfrentam desafios significativos e limitações inerentes à sua natureza e tecnologia. 

Esses obstáculos precisam ser considerados por desenvolvedores e usuários para que o potencial total dessas ferramentas possa ser alcançado de maneira eficaz e segura.

Flexibilidade limitada

Uma vez que um contrato inteligente é implantado na blockchain, ele não pode ser modificado, apenas novos contratos podem ser criados. 

Isso garante segurança e transparência, mas também significa que erros no código ou mudanças necessárias devido a novas circunstâncias ou legislação requerem o desenvolvimento e implantação de um novo contrato.

Isso pode resultar em fragmentação e inconsistência se não for bem gerenciado.

Problemas legais e regulatórios

A natureza descentralizada e internacional dos contratos inteligentes pode levar a algumas complexidades legais. 

Por exemplo, as diferentes jurisdições podem ter leis conflitantes sobre contratos digitais. 

Por isso, como é algo novo, a falta de regulamentação específica pode deixar lacunas em como os contratos são interpretados e aplicados legalmente. 

Isso pode levar a incertezas jurídicas para as partes envolvidas, especialmente em transações transfronteiriças.

Dependência da tecnologia blockchain

Os contratos inteligentes dependem da segurança e da integridade da blockchain subjacente. 

Problemas como a divisão da rede (“forks“), ataques de 51%, ou vulnerabilidades na própria plataforma podem comprometer a execução e a confiabilidade dos contratos.

Riscos de bugs e falhas de segurança

Os contratos inteligentes são tão seguros quanto o código em que são escritos. 

Porém, bugs ou falhas de programação podem levar a explorações maliciosas, como foi visto no caso do DAO na Ethereum, onde um hacker explorou uma vulnerabilidade no código para subtrair milhões de dólares em Ether. 

Estes riscos podem resultar em perdas financeiras significativas e diminuição da confiança na tecnologia.

Custos de transação e performance

Operações em blockchain, especialmente em redes como a Ethereum, podem tornar-se custosas devido às taxas de gas necessárias para executar contratos inteligentes. 

Além disso, a performance pode ser um desafio devido à natureza do consenso em blockchain, que pode ser mais lenta comparada a sistemas centralizados tradicionais.

Desafios de usabilidade e adoção

A complexidade da tecnologia pode ser um obstáculo para usuários não técnicos. 

A falta de interfaces amigáveis e a dificuldade de entender conceitos de blockchain e contratos inteligentes limitam sua adoção por um público mais amplo.

Quais as principais aplicações práticas de Smart Contracts?

Os contratos inteligentes, com sua capacidade de automatizar e assegurar transações, têm potencial para transformar diversas indústrias. 

Aqui estão algumas das aplicações práticas mais importantes que demonstram como esses protocolos estão sendo utilizados para inovar e otimizar processos em vários setores.

Finanças e bancos

No setor financeiro, os contratos inteligentes oferecem uma maneira eficiente de processar e automatizar pagamentos, empréstimos e a gestão de ativos.

Isso tudo sem a necessidade de intermediários como bancos ou processadores de pagamento. 

Eles podem facilitar transações como a emissão de empréstimos, automação de pagamentos de juros, e até mesmo na execução de complexos instrumentos financeiros, como derivativos e seguros. Isso reduz significativamente os custos e o tempo de processamento.

Seguros

No setor de seguros, os Smart Contracts podem ser usados para automatizar o processo de sinistros. Eles permitem que certas condições de sinistros sejam verificadas e processadas automaticamente.

Por exemplo, pagamentos automáticos em caso de cancelamento de voo comprovado. 

Isso não só melhora a eficiência, mas também aumenta a transparência e a satisfação do cliente, ao minimizar as disputas e atrasos no processamento de sinistros.

Gestão da cadeia de suprimentos

Os Smart Contracts oferecem uma maneira transparente e inalterável de registrar e verificar cada etapa da cadeia de suprimentos. 

Isso é particularmente útil para garantir a autenticidade dos produtos, rastrear a origem dos materiais e garantir a conformidade com as normas ambientais e sociais. 

Por exemplo, eles podem automaticamente liberar pagamentos uma vez que um fornecedor entrega um produto em um armazém, comprovado por dados de GPS ou códigos de barras.

Direitos autorais e propriedade intelectual

Na área de propriedade intelectual, contratos inteligentes podem ser utilizados para gerenciar direitos autorais e distribuir royalties de maneira transparente e automática

Isso pode ser aplicado em música, literatura, arte digital e software, onde os criadores podem receber seus pagamentos de royalties imediatamente após a venda ou uso de suas obras, sem a necessidade de intermediários.

Imobiliário

No mercado imobiliário, os contratos inteligentes podem simplificar a compra e venda de propriedades ao automatizar o processo de verificação de títulos, transferência de propriedade e pagamento.

Isso pode reduzir significativamente o tempo e os custos associados à papelada tradicional e aos processos burocráticos.

Governança e votação

Os contratos inteligentes também estão sendo explorados para aplicações em governança, como em sistemas de votação eletrônica. 

Eles podem assegurar que os votos sejam registrados e contados de maneira transparente e segura, sem manipulação, aumentando a confiança no processo eleitoral.